Mario de Miranda Quintana foi "o poeta das coisas simples". Conseguia, através de poucas palavras, transmitir muito mais do que sensações e impropérios. Era um nômade, não só nas letras, mas também na vida.
Morreu sem nunca ter se casado. Também não teve filhos. Espero poder experimentar dessa mesma "negativa" até o fim dos meus dias.
Abaixo, um dos poemas de sua autoria que mais gosto:
No quarto
“Este quarto de enfermo, tão deserto
De tudo, pois nem livro eu já leio
E a própria vida eu a deixei no meio
Como um romance que ficasse aberto...
Que me importa este quarto, em que desperto
Como se despertasse em quarto alheio?
Eu olho é o céu! Imensamente perto,
O céu que me descansa como um seio.
Pois só o céu é que está perto, sim,
Tão perto e tão amigo que parece
Um grande olhar azul pousado em mim.
A morte deveria ser assim:
Um céu que pouco a pouco anoitecesse
E a gente nem soubesse que era o fim...”
(Mario Quintana)
H (isso aí)
Nenhum comentário:
Postar um comentário