domingo, 31 de janeiro de 2010

Exemplo de vida, exemplo de filme - Invictus


"Existem três maneiras de você se destacar na vida: pelas suas atitudes, sejam elas admiráveis ou recriminadas; pelas suas ações, sejam elas boas ou ruins; e, finalmente, pelo seu nome, seja ele exclusivo, diferente ou enigmático", foi o que um dos meus professores da 5a série (milênios atrás) disse para toda a sala de aula quando percebeu que alguns alunos (que moravam no puteiro do bairro) estavam rindo após ele chamar meu nome da lista de presença.

Claro que para eles, aquelas palavras não significaram nada. Mas, para mim, até hoje ainda trago como um dos ensinamentos extracurriculares mais importantes da minha vida escolar.

Bom, mas deixemos isso de lado por enquanto. Na última sexta-feira, mais do que previamente decidido, fui com a "patroa" assistir ao novo filme do mestre Clint Eastwood. Dessa vez, assim como na semana passada, tive que aguardar um bom tempo até o início da sessão. Aproveitei para atualizar o blog e ainda pensar sobre outras coisas que estão acontecendo na minha simplória vida, tornando-a um pouco mais complicada que uma equação de física quântica. Mas isso não é o tema central desse post. (Hora dos spoilers!)

Invictus, que por um milagre manteve o mesmo título original, conta a história de uma fase da vida do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. Mais especificamente, seu percalço para conseguir o que muitos julgavam impossível: unir uma nação dividida por décadas de segregação racial. Perfeitamente interpretado pelo ator Morgan Freeman, percebe-se seu intento pacifista e reconciliador logo no seu primeiro discurso exibido no filme.

Porém, foi com a paixão do povo sul-africano pelo esporte que Nelson Mandela viu a possibilidade do sucesso. Sediar um evento esportivo de alcance global iria não só ajudar seu próprio povo, mas também mostrar ao mundo que uma nação renegada pode recomeçar.

Enquanto muitos podem achar que o principal motivo para o sucesso da intenção de Nelson Mandela foi a vitória final da seleção nacional de rúgbi, eu já acho que mesmo perdendo esse jogo, seu objetivo seria alcançado. Talvez porque o principal ensinamento que ele gostaria de passar para a união de todos é a busca pela superação, servindo assim de exemplo.

Incrível como Clint Eastwood consegue sempre se superar. Janeiro acabou e, sem dúvida, será difícil ter um mês tão bom quanto esse em questão cinematográfica. Indicadíssimo!


H (exemplificando)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Prazer, Agamenon... conselheiro amoroso"


Essa bem que poderia ser a minha frase de apresentação ultimamente. Não sei bem o porquê, mas parece que, de uma hora para outra, assumi o personagem do Will Smith naquele filminho água-com-açúcar e ando distribuindo alguns conselhos bem duvidosos para alguns dos meus amigos.

Sei que parece bastante forçado. Acreditem, até eu, quando paro para refletir sobre, acho toda a situação bem improvável. Mas é verdade, e explicarei quais podem ser os motivos.

A grande maioria dos meus amigos (fora os da faculdade) encontra-se, nesse exato momento, com uma corrente presa aos pés puxando-os para um obscuro poço sem fundo. Resumindo, estão casados! Eu sei, a sanidade nunca foi a mais marcante e confiante de suas características. Porém, sempre alimentei a esperança de que eles, um dia, conseguiriam se libertar de tal embuste do forçado convívio social.

E não é que o tão almejado dia chegou! Bom, claro que não para todos. Mas já fico feliz pelos que estão conseguindo se desvincilhar dessa amarra. Contudo, aquela sanidade, necessária para que o erro não seja repetido, parece ter ficado no citado poço. É uma pena que o tempo excessivo de exposição a essa "cadeia" tenha-os impregnado com essa noção sofrida de vida a dois.

Um deles, alguns dias atrás, me perguntou porque, mesmo eu tendo passado por tantos namoros e quase nunca estar "sozinho", ainda sim sou tão avesso a ideia de casamento, do "happily ever". Eu não quis dar lição de moral, mas tive que falar: tenho certeza que você já se sentiu sozinho mesmo com sua esposa do lado. Pois bem, eu me sinto assim 90% do tempo.

Dei algumas outras explicações que, por enquanto, não compete escrevê-las por aqui. Entretanto, mesmo depois da minha "aula" sobre solteirice, os demais que estavam ouvindo a conversa (e que são separados) fizeram questão de me pedir algumas dicas para voltar a "ativa" (desculpa Éder, mas foi hilário! rsrs). O que eu poderia dizer?! Estava cercado por chacais! Eu poderia até relacionar alguns passos infalíveis.

Porém, a única coisa que disse foi: "sabe o que vocês realmente precisam?!" "O quê, o quê??" "Beber mais cerveja e me pagarem o que devem, porque eu tenho um Straight Flush, baby!!!"


H (não é problema meu!)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Se minha vida fosse perfeita...


... eu teria nascido num feriado. Assim, num futuro não muito distante, não precisaria me preocupar em matar aula ou passar pelo dissabor de trabalhar nessa data tão importante.

... eu seria filho único. Muito bem planejado, e não concebido numa noite de bebedeira, eu seria idolatrado pelos meus pais, tal como uma dádiva, um presente muito bem vindo.

... eu teria um nome comum e, ao mesmo tempo, representativo. Nada de junções, sopa de letrinhas ou inspirações nebulosas que não condizem com uma fácil assimilação. Meus pais, cheios de orgulho, encheriam a boca toda vez que o pronunciassem.

... eu seria o prodígio da turma. Porém, seria humilde, ajudando sempre aqueles que se mostrassem mais propensos a precisá-la.

... eu teria milhares de amigos, pessoas em quem poderia confiar sem vacilar um único instante. Fariam parte da minha família, assim como eu faria parte da deles. Fiel e sempre contente, seria tido por todos como um amigo para todas as horas.

... eu encontraria “a” pessoa no primeiro ano da faculdade. Seríamos análogos em vários gostos, pontos de vista e costumes. Namoraríamos durante a graduação e casaríamos logo ao fim dessa. Teríamos três filhos, um gato, um cachorro, uma casa grande num bairro aconchegante distante do centro. Juntos, formaríamos uma bela família, onde o amor, o respeito e a gratidão seriam seu tripé de sustentação.

... faria duas graduações (Psicologia e Cinema, Rádio e TV), além de alguns cursos na área de fotografia. Trabalharia com gosto, porém, sem me matar. Ganharia razoavelmente bem, ficando entre a média e o altamente agradável.

... eu teria uma velhice feliz. Sem vícios nocivos e/ou manias azucrinantes, apreciaria meus últimos anos ao lado da minha esposa, viajando por lugares que sempre tive a curiosidade de conhecer. Nada de lições de moral ou frases do tipo “na minha época”; seria um avô “pra frente”, com disposição de sobra para desfrutar os bons (e maus) momentos da infância dos meus netos.

... eu morreria de velhice, já no alto dos meus 78 anos. Consciente e grato pelo amor de minha família, feneceria numa cama de hospital, aos primeiros sinais do nascer do Sol, como se o brilho dos tempos vindouros fosse assim anunciado aos meus descendentes. Passaria pela vida sem arrependimentos ou mágoas, tristezas ou pendências.

... talvez, eu nunca teria nascido.


H (impossible)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Momento poesia XXXVI


An Ira-me 5 *


Apesar de tudo, eu quero você
ao meu lado, junto a mim,
com sabor de mel e cheiro de jasmim.
De maneira que não posso esquecer.

Quero viver somente assim,
e assim quero amadurecer,
a cada instante e no seu querer
e então um dia morrer enfim.

Mas você só me ignora,
finge que gosta, depois vai embora,
dizendo não se importar com minha solidão!

Contudo, continuo com esperança.
E lhe guardo na minha lembrança,
pois seu nome é a música do meu coração!

(Agamenon Leite & Michell Ferrera)


H (como somos imaturos)


* Escrita em 15/09/2000

sábado, 23 de janeiro de 2010

Uma escapatória para nossas frustrações - Amor Sem Escalas


É estranho como algumas coincidências acontecem em nossa vida. Como alguns fatos distintos quando analisados separadamente, parecem correlatos quando postos a um detalhamento sequencial, lado a lado.

Na última sexta-feira, fui "convocado" a ir ao cinema por uma pessoa com quem estou saindo atualmente. Entre as opções de títulos "pré-escolhidos" por ela e horários disponíveis pela Avenida Paulista, decidimos por uma comédia nem tão romântica assim que estava em cartaz no Reserva Cultural.

Mas, como o horário era um pouco mais tarde do que minha hora de saída do trampo, resolvi, bem a contra gosto, fazer um tempinho na biblioteca, alienando na internet. Quando já estava de saída, comecei a conversar com uma das minhas chefes. Comentei que iria ao cinema com uma pessoa e ela perguntou se eu achava que duraria. Quando eu disse que não, ela respondeu: "que jeito pessimista de pensar! Você precisa imaginar que vai dar certo". Minha réplica foi, modéstia à parte, clássica: "se pensarmos que não dará certo e acontecer o contrário, aí sim ficaremos surpresos.. bem surpresos!"

Guardem isso como um primeiro ponto, ok?

"Amor Sem Escalas" (Up in the air) é o mais novo filme do diretor e roteirista Jason Reitman ("Obrigado por Fumar" e "Juno"). A trama, muito original (e atual), conta a história de Ryan Bingham, funcionário número 1 de uma empresa terceirizada, contratada por outras quando estas precisam dispensar seus empregados. Tal relação trabalhista, oferece a Ryan coisas que qualquer um odiaria, mas ele as adora: estar sempre viajando, passar menos de 2 meses (por ano) em casa, colecionar milhas dessas viagens etc.

Desfrutar tal estilo de vida, impossibilita qualquer tentativa de relacionamento duradouro. E esse é justamente o mote principal do filme. No início, você imagina que o personagem de George Clooney é apenas um preconceituoso anti-social que gosta de se isolar do mundo porque isso, para ele, é perda de tempo. Porém, próximo do fim, o filme deixa claro a sua mensagem (com relação ao personagem principal): se por um lado algumas de nossas relações humanas nos trazem felicidade, nostalgia, segurança etc., outras são capazes de nos decepcionar e fazer sofrer, quase sempre quando mais dependemos delas.

Guardem isso como um segundo ponto.

Um filme um pouco chato, engraçado em alguns momentos, mas que vale a pena ser visto. Não só pelas soberbas interpretações e diálogos muito bem escritos, mas também por mostrar que o segundo ponto só me deixa ainda mais certo quanto ao primeiro (lembram?!).. rsrs


H ("quanto pesa a sua vida?")

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cabeceira do H - o livro que me fez gostar de livros


Enquanto algumas estreias de nossa vida são facilmente identificadas, outras passam desapercebidas, encobertas pela avalanche de inícios que nos é apresentada.

Comigo não é diferente. E, se tem uma coisa que me deixa ainda mais saudosista nessa época de férias escolares é, justamente, correr atrás desses princípios que deixei passar.

Um, em particular, tem ocupado um bom tempo da minha atenção ultimamente: tentar lembrar o maior número possível de livros que li até chegar ao meu vício pela Agatha Christie e os demais romances policiais que a sucederam. Acreditem, não é fácil. Como eu disse para uma colega do trabalho recentemente, a pior parte de envelhecer não é a queda do cabelo, o acúmulo de gordura na região da cintura ou as manias inconcebíveis que são adquiridas, mas sim, o fato não poder mais confiar na própria memória.

Contudo, dez dias atrás, mais ou menos, tive uma ajudinha. Enquanto estava fazendo minha leitura de estante, mais do que compenetrado no meu trabalho (momento piada! rsrs), me deparei com uma das maiores pérolas que uma criança nascida na primeira metade da década de 1980 poderia ter lido. Instante flashback, please:

Quando se é criança, as pessoas acreditam que têm o direito de influenciar nas suas primeiras leituras, no seu gosto literário. Até mesmo as editoras, tidas como ausentes, criam uma série especial para os "baixinhos". Sim, eu estou falando da famosa série "Vagalume". E, sim, o livro em questão é "O Escaravelho do Diabo".

Escrito por Lúcia Machado de Almeida, a história toda gira em torno de uma cidadezinha (Vista Alegre) e seus casos misteriosos de assassinato. Cada vítima recebe um besouro e tem sua morte relacionada com o nome científico do tal animal. Ah, já falei que todos os afortunados são ruivos e sardentos?!

Voltei a relê-lo esses dias, para tentar relembrar o quê havia me atraído tanto na sua leitura quase duas décadas atrás. Achei incrível... incrível como crianças são tão suscetíveis e impressionáveis. Lembro que li uma versão ilustrada e, numa delas, via-se uma figura que assemelhava-se a uma sombra. Todos os meus amigos que já haviam lido-o, juravam que era a imagem da sombra do diabo! E, ingênuo como só eu era, acreditei sem questionar. Afinal, algum deles já tinha visto-o pessoalmente?!

Como somos (ou fomos) tolos, confiando em tudo sem pestanejar. Imaginando o mundo tão simples e divertido. Que saudade de ser assim...


H ("As mulheres são como as cidades, pensou ele. Perdem o encanto depois de decifradas...")

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Auto-história: "o caminho" dos caminhos


Se existe um tipo de carro que me atrai tanto quanto os antigos esportivos, são as anosas picapes. Repletas de magia e exclusividade, são carros que aliam bem a sensação de liberdade e espírito aventureiro.

Saindo um pouco do continente europeu e voltando ao paraíso dos grandes beberrões, falarei hoje sobre um “primo pobre” que, inspirado na carroceria de inúmeros carros sedãs da Chevrolet, fez quase tanto sucesso quanto seus “primos ricos”.

O norte-americano não faz muito o estilo de cidadão que gosta de barro e/ou da vida rural. Isso, nos dias atuais, claro! Porque, na década de 1950, apesar de fortemente industrializado, o país dependia e muito da sua produção agrícola.

A indústria automobilística tinha seus triunfos para essa gama de consumidores: tanto GM quanto Ford, contavam com caminhonetes de médio porte e peruas (essas com caçambas fechadas) que registravam modestos números de vendas. Contudo, essa geração pós-Segunda Guerra, assim como acontecia com os esportivos, clamava por novidades também no campo.

A resposta a tais pedidos veio em 1957, quando a Ford lança a Ranchero, a primeira “picape” (do inglês pick-up truck = caminhão leve) americana. Apesar de possuir esboços de um projeto desse nível desde o início da década de 1950, a GM só chegou ao resultado final em 1959, quando apresentou a picape El Camino. Tal demora deveu-se a várias inconclusões: a direção da montadora ficou em dúvida na escolha de qual subsidiária seria a “casa” do novo carro. Como ele seria algo totalmente novo para a GM, era preciso decidir qual chassi existente serviria de base para a picape. O impasse só foi resolvido quando Charles M. Jordan, um desenhista da divisão de caminhões da empresa, apresentou o projeto de uma picape sobre a plataforma do grande Impala. Logo, o projeto ficaria a cargo da Chevrolet.


Considerado um “sedã picape”, o El Camino distinguia-se de utilitários dos anos 30 e 40 produzidos pela Studebaker, a Hudson e a própria Chevrolet por ter a caçamba integrada à cabine, não independente como nas caminhonetes tradicionais. A combinação tinha qualidades, já que não deixava o conforto de um sedã de lado (importante para o consumidor da época) e ainda aplicava uma razoável capacidade de carga.

O estilo do El Camino era feliz e contava com as formas vultosas típicas da década. A frente longa, larga e baixa contava com um par de faróis de cada lado e esguias entradas de ar no capô. Nas laterais, as caixas de roda não eram circulares e davam ideia de movimento. A mecânica era a mesma do Impala, com suspensão dianteira independente e traseira por eixo rígido, ambas com molas helicoidais (ao contrário da Ranchero, que usava feixes de molas semi-elíticas atrás). Media generosos 3,02 metros no entre-eixos e 5,30 m no total. Podia levar até 520 kg de carga. Oferecida com quatro motorizações diferentes, a potência variava de 339 a 352 cv.

Contudo, seus números de vendas no primeiro ano (pouco mais de 22 mil unidades) foram pouco animadores. No segundo ano caíram ainda mais. A carreira do que parecia ser o novo "caminho" da marca naufragou ali.

Quatro anos após a “morte” do El Camino, porém, ainda havia uma coisa que incomodava e muito a direção da GM: o crescente sucesso da picape da Ford. Sem concorrentes diretos, a Ranchero, literalmente, passeava nas vendas.

Dessa forma, a Chevrolet decidiu “ressuscitar” o projeto El Camino, só que com uma repaginada: a base precisava ser mudada. Assim, saiu o Impala e entrou o Chevelle (um dos mais famosos muscle-cars que já existiu!) como inspiração para essa nova geração.

A picape ficou bem mais discreta e menor. As linhas eram retas e praticamente sem nenhum adereço estético. A frente possuía dois pares de faróis circulares alojados dentro da própria grade. O para-choque cromado trazia as luzes de direção. A lateral era limpa e a caixa de roda traseira encobria parte da roda. E as novidades não paravam de surgir: em 1966, o banco inteiriço deu lugar a 2 individuais; em 1968, os amortecedores com bolsas de ar que podiam ser infladas de acordo com o peso a ser transportado, mantendo a carroceria nivelada; e, em 1970, a melhor de todas elas: o motor mais potente já fabricado pela marca, com impensáveis 456 cv.


Com a redução da octanagem da gasolina norte-americana proposta pelo Governo em 1971, a potência de todos os carros caiu drasticamente. Porém, isso não impediu que o El Camino virasse sensação e modismo em todo o país.

Em 1978, a picape mudou de inspiração novamente. Dessa vez, foi escolhido o Chevrolet Malibu como referência. Um pouco maior no comprimento, o El Camino recebia um farol retangular de cada lado com discretas luzes de direção na lateral. A grade era discreta, quadriculada, e o pronunciado para-choque (para suportar impactos leves sem se deformar) vinha cromado. A caçamba tinha linhas suaves e podia receber ganchos laterais para amarração da carga. Por dentro, oferecia confortos como ar-condicionado, vidros e travas elétricos, retrovisores em forma cônica e rádio AM ou AM/FM com toca-fitas, entre outros opcionais.

A partir daí até o fim da produção, o El Camino teve poucas modificações estéticas. As mais notáveis foram a adoção de dois faróis retangulares de cada lado, em 1983, seguida por uma frente mais inclinada. O fim veio em 1987. O sucesso da picape S10, lançada três anos antes, já não justificava a manutenção do “sedã picape” na linha Chevrolet. Ainda hoje é possível ver El Caminos sendo usados no dia-a-dia, não raro com motores bem mais potentes que os originais e estilo personalizado.

Nas telonas, três filmes onde é impossível não notar a picape da Chevrolet: “Inimigo do Estado”, de 1998. É o carro do personagem de Gene Hackman; “A Morte Pede Carona”, de 2007, aparece um El Camino 1980; E, recentemente, “X-Men Origens: Wolverine”, de 2009. O personagem de Hugh Jackman usa um El Camino 1965 em várias cenas.


H (uma dessas cairia bem agora)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Miscelânea: Momento poesia, biblioamigos e saudade


O texto abaixo sintetiza,assim como fica explícito no título desse post, minhas impressões futuras sobre o mais recente encontro de biblioamigos, realizado no último sábado, em lugar estrategicamente bem localizado.

Antes que alguém me pergunte, esse post é uma miscelânea porque engloba vários assuntos ao mesmo tempo, além de remeter a outros nem tão óbvios assim: é um “Momento poesia” porque traz um texto escrito por um poeta; escolhi para descrever (porém, não de maneira literal) como foi o mais recente encontro de biblioamigos porque a minha pieguice e falta de tato para essas coisas correlatas estão numa sintonia execrável ultimamente; nas entrelinhas, o tema central do texto é a saudade. Mas não qualquer uma! Trata-se daquela saudade que bate quase sempre quando nossas lembranças nos transmigram para dias gloriosos, compartilhados com seres que fizeram questão de tão interação.

Pararei por aqui, senão ficarei “sentimentalóide” demais e acabarei por transmitir tal reação nonsense para minha escrita. Segue o texto:

Um dia a maioria de nós irá se separar...

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!

(Vinícius de Moraes)


H (falta pouco)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Top 10 músicas que mais ouvi em 2009


Eis mais um momento retrospectiva do ano que passou. Dessa vez, um pouco influenciado pelo meu celular (que, por sua vez, vem me servindo como um MP3 substituto), tive a curiosidade de saber quais foram as 10 músicas que mais havia escutado nesse ano de 2009. Não contente com o resultado exibido pelo meu Nokia 5310 (um pouco de "merchan"!), resolvi fazer uma lista mista, que remetesse tanto às mais ouvidas quanto às mais queridas.

Diferente dos outros Tops que já apresentei aqui, esse será mostrado pela ordem crescente de gosto. Sim, arriscarei tudo que tenho, porém, não mudarei de ideia. Em algumas canções, achei indispensável um comentário ou outro. Bom, elas seguem abaixo:

10) This is a song - The Magic Numbers: na verdade, essa música é do álbum "Those the Brokes", de 2007. Mas, como eu ainda não havia tido oportunidade de ouvi-lo até então, aproveitei o empréstimo de um amigo e separei essa música como a melhor do álbum.





9) Father and son - Cat Stevens: uma das canções mais belas que ouvi em 2009. Lançada originalmente no álbum "Tea for the Tillerman", de 1970, faz parte da trilha do filme "Pirate Radio", que eu já havia comentado aqui. Ah, e não é a única dessa trilha na presente lista.





8) All day and all of the night - The Kinks: um dos maiores sucessos da banda britânica, criada em 1964. Esse música está entre as 100 melhores de todos os tempos do Reino Unido. Ah, e também faz parte da trilha do filme "Pirate Radio".. rs






7) Her morning elegance - Oren Lavie





6) You make my dreams - Hall & Oates: trilha de um dos meus filmes favoritos de 2009 ("500 Dias com ela"), esse foi um dos grandes sucessos da dupla pop dos anos 1980.





5) Us - Regina Spektor: dividindo a mesma trilha da música acima, essa é a canção inicial do filme.. e me conquistou de cara. Aliás, enquanto muitos acham Lady Gaga o destaque do ano passado, eu, por outro lado, acho Regina Spektor a grande voz de 2009.





4) Wake up - The Arcade Fire: essa eu comecei a ouvir duas semanas atrás e já virou "hit". Faz parte da trilha do filme "Onde Vivem os Monstros" (que, inclusive, terá um post em breve!). Altamente viciante!





3) Have a nice day - The Stereophonics: sem maiores comentários. Meu dia só começa bem depois de ouvi-la. E, num longínquo post de abril, foi até motivo de agradecimento por um blog alheio.





2) The little things - Danny Elfman: quando criei o quadro "Minha música-chiclete", a intenção era trazer a canção mais influente na minha vida naquele momento. Essa foi a segunda citada, em agosto. Ah, e como não poderia deixar de ser, é trilha do filme "O Procurado".. rs





1) She's got you high - Mumm-Rá: sabe quando o filme termina, os créditos começam a subir e você, louco de vontade de ir no banheiro, levanta logo e sai da sala sem nem olhar mais para a telona? E, não é legal quando acontece exatamente o contrário?! Pois é, foi essa música que me surpreendeu durante a exibição dos créditos do já citado "500 Dias com ela". Gostei tanto que fiz questão de ficar na sala até o fim da música (ficar até o fim dos créditos, aí é ser sem-noção ao cubo!)





Como a Jay já comentou num outro post desse mês, 2009 foi, sem dúvida nenhuma, um ano ótimo para o cinema. E, pelo que foi mostrado acima, as trilhas também foram caprichadas. Pelo menos, para mim... rsrs


H (always sing)

Há dias


Há dias em que, por mais improvável que seja, rezo para que meus cinco minutos de praxe, logo cedo, durem pouco mais de uma hora. Na esperança de que alguém me atenda, percebendo o quão grande é a minha mórbida vontade de permanecer aninhado na temperatura amena que emana de meu aconchegante reduto repousante.

Há dias em que peço encarecidamente por uma dor lacerante pelo meu corpo, daquelas que tornam inconcebível qualquer tentativa de um movimento abrupto, quiçá, moderado.

Há dias em que, já entregue aquela nauseante sensação de derrota, ainda entre a rotina e a lucidez, suplico para que nenhuma surpresa desagradável venha ao meu encontro, para transformar o que já é um suplício num caminho de espinhos.

Há dias em que, quando surge uma dessas surpresas, bate aquele arrependimento, aquele anseio incontrolável de gritar a plenos pulmões para que metade do planeta ouça: “mas que po*** de vida é essa!?”.

Daí, como uma resposta repleta de mensagens subliminares, Ele me envia vários noticiários sobre tragédias, desastres e outros momentos perturbadores, como se Ele estivesse me precavendo, passando Seu sermão: “agradeça por você não estar no meio dessas intempéries”.

No fim das contas, posso dizer que, por pior que seja a minha vida, ela só é ruim pelo meu prisma. Se não estiver contente, basta girar o meu caleidoscópio para ter outras visões.


H (dia ruim tem dessas coisas)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Uma verdade de cada vez - 2a parte


Não sou o tipo clássico de pessoa comunicativa que podemos encontrar em qualquer repartição e/ou escritório de telemarketing. Acho que isso deve ser um reflexo da pressão psicológica sofrida durante a minha infância problemática em questão ao fardo humilhante que meu pai se encarregou (brilhantemente!) de me conceder.

Claro”, alguns dirão, “é fácil jogar a culpa em algo que já se encontra fora de alcance. Uma típica atitude de fracassado!”. Não negarei que é realmente isso que me vem em mente quando repasso trechos nebulosos da minha primeira idade. Era uma criança retraída pelo simples fato de não querer para mim uma atenção que acabaria minguando ao ter que explicar o “que diabo de nome é esse?!” para todos que me olhavam com aquela cara zombeteira, misto de deboche e asco.

Sei que não será nenhuma novidade o que escreverei agora, mas, preciso dizer mesmo assim: infância é uma época boa para acumularmos traumas que nos perseguirão pelo restante de nossas vidas. E aqueles que nos cercam e, obviamente, já passaram por essa fase, ao invés de nos ajudar numa transição menos caótica, parecerem sentir prazer ao nos transmitir ainda mais ódio e decepção.

Às vezes, ficava com uma vergonha enorme de corrigir uma professora substituta (parida numa esquina e criada num beco qualquer!) que insistia em transformar meu nome numa paroxítona. Isso quando esses projetos rabiscados de analfabetas conseguiam pronunciá-lo!

Mal conseguia fazer novas amizades, sempre imaginando que tal intento vindo da outra pessoa só poderia ser uma tentativa futura de escárnio mais elaborado. Entregue a esse circuito fechado, foi instintivo transferir toda a responsabilidade por tal entrave na pessoa que, imaginava eu, era a verdadeira culpada: meu velho. Ao fim de cada nova discussão sobre o assunto, me sentia mais e mais afundado num poço de areia movediça, sem solução para uma crise que eu mesmo criei.

Coadjuvante da minha própria vida, me cerquei por grades, tornando-me recluso num mundo que eu não queria, mas precisei inventar para me manter sóbrio, porém, fora da realidade que não quis enfrentar. Arrebentar tais grades torna-se quase impossível quando se está do lado errado. Isso porque, inconscientemente, acabamos por nos entregar àquilo que nos parece ser destino, porém, não passa de um combinado de desânimo e frustração.

Esse marasmo só é interrompido quando surge um “carcereiro”, enviado exclusivamente para abrir sua cela e lhe mostrar que o real pode ser justo, basta apenas aceitá-la (a justiça) de bom agrado, convidando-a ao nosso convívio.

Hoje, superado tal trauma e aprendido com tamanho erro alheio, tenho comigo a convicção que, se me for concedido o direito de copiá-lo, farei o máximo para não repeti-lo. Assim, uma fase de bonança será poupada. Fraturas serão evitadas. Uma relação será bem vivida.


H (a diferença que faz bem)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Personas do Brasil I


"A execução de Frei Caneca", quadro de Murilo la Greca

Já faz algum tempo que venho ensaiando o lançamento de um quadro 100% "tupiniquim". E, como incentivo, também tenho recebido algumas dicas e emails com ideias sobre isso. Sei que tenho parecido muito "estrangeiro" desde o lançamento do blog. Realmente, parando para pensar sobre isso, meu filme favorito é americano, minha banda favorita é inglesa, o carro dos meus sonhos é italiano, e o livro que mais gostei de ler foi escrito por um francês. E assim por diante.

Contudo, acho que o momento não seria tão propício para inaugurar uma nova série de postagens. Afinal, como eu pincelei aqui, esse blog terá um fim em breve. Mesmo assim, seguindo minha filosofia de "deixar o barco navegar", eis o novo quadro do meu mundo. Ele será uma miscelânea de vários outros: terá um propósito muito parecido com o falecido "História com H"; basear-se-á (valeu, Word!) em algo que remete ao "Momento poesia"; porém, sua base será personalidades brasileiras, indivíduos que foram marcantes em algum instante da história do nosso país.

Para debutá-lo, escolhi um dos mais célebres ativistas pelo fim do nosso claustro monárquico no início do século XIX. Porém, o intuito não é o de relatar sobre a vida desse personagem. Quem o quiser, pode consultá-la aqui. Minha intenção é a de transmitir uma impressão, uma maneira encontrada por outra pessoa para eternizá-lo. Nesse caso específico, João Cabral de Melo Neto, um dos maiores expoentes da poesia nordestina que, em sua obra intitulada "Auto do Frade", transcreve sua ideologia sobre os últimos dias de Frei Caneca. Separei alguns trechos abaixo:

"Acordo fora de mim
como há tempos não fazia.
Acordo claro, de todo,
acordo com toda a vida,
com todos cinco sentidos
e sobretudo com a vista
que dentro dessa prisão
para mim não existia.
Acordo fora de mim:
como fora nada eu via,
ficava dentro de mim
como vida apodrecida.
Acordar não é de dentro,
acordar é ter saída.
Acordar é reacordar-se
ao que em nosso redor gira.
Mesmo quando alguém acorda
para um fiapo de vida,
como o que tanto aparato
que me cerca me anuncia:
esse bosque de espingardas
mudas, mas logo assassinas,
sempre à espera dessa voz
que autorize o que é sua sina,
esses padres que as invejam
por serem mais efetivas
que os sermões que passam largo
dos infernos que anunciam.
Essas coisas ao redor
sim me acordam para a vida,
embora somente um fio
me reste de vida e dia.
Essas coisas me situam
e também me dão saída;
Ao vê-las me vejo nelas,
me completam, convividas.
Não é o inerte acordar
na cela negra e vazia:
lá não podia dizer
quando velava ou dormia."


"Ei-lo que vem descendo a escada,
degrau a degrau. Como vem calmo.
Crê no mundo, e quis consertá-lo.
E ainda crê, já condenado?
Sabe que não o consertará.
Mas virão para imitá-lo."

Ambos merecem uma leitura mais aprofundada. Melo Neto, por sua obra riquíssima, de uma sonoridade e cadência sem precedentes. Frei Caneca, por sua vida de religioso que acreditava e pregava algo mais substancial do que meras palavras de conforto e julgamento.


H (brasileño)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Diretores - Glauber Rocha



"Continuo fechado com minhas posições de um cinema terceiro-mundista. Um cinema independente do ponto-de-vista econômico e artístico, que não deixe a criatividade estética desaparecer em nome de uma objetividade comercial e de um imediatismo político." [G. R.]

Glauber de Andrade Rocha veio ao mundo no dia 14 de março de 1939, na cidade de Vitória da Conquista, Bahia. Nasceu, como muitos historiadores dizem, de um paradoxo: Adamastor Bráulio (nunca pensei que eu fosse escrever essa palavra!) Silva Rocha, seu pai, era católico não-praticante; sua mãe, Lúcia Mendes de Andrade, era protestante.

E, desde cedo, é possível perceber a influência que dona Lúcia exerceu sobre o pequeno garoto. Diferentemente das demais mulheres interioranas daquela época, ela gostava de ler de tudo um pouco. Foi numa dessas leituras, mais precisamente ao ler a biografia do químico alemão Johann Rudolf Glauber (1604-1670), famoso por descobrir o sulfato de sódio, é que surgiu a inspiração para o futuro nome de seu filho. Temeroso com o período de efervescência anti-germânica que se anunciava, Adamastor foi contra a escolha, imaginando como seria a vida da criança carregando o nome de um alemão. Contudo, acabou cedendo aos pedidos da esposa.

Alfabetizado pela mãe, também foi levado a seguir a religião dessa. Logo se mostrou uma criança curiosa e precoce, sempre disposto a ouvir rádio ou ler algum livro da grande coleção da mãe. Aos 9 anos, mudou-se com a família para Salvador. Nessa época, começou a escrever pequenas histórias e esboços de peças de teatro, as quais encenou, posteriormente, quando iniciou seus estudos no colégio Dois de Julho.

Gostava muito de ouvir a conversa dos adultos, prestando atenção às palavras pronunciadas. Por ter nascido em uma cidade do interior, identificava-se com as coisas simples, além das tradições e lendas do sertão. Histórias de jagunços e cangaceiros eram suas favoritas.

Na adolescência, já bastante integrado a vida religiosa imposta pela mãe, Glauber também começou a revelar outra característica marcante de sua personalidade: a vocação política. Nitidamente mais versado que os meninos da sua idade, tinha como gosto entrar em discussões sobre o assunto com os mais velhos. Outro vício eram as sessões vespertinas nos cinemas da cidade de Salvador.

Em 1959, iniciou seus estudos na Faculdade de Direito da Bahia, largando dois anos depois para começar uma breve carreira jornalística que, hora ou outra, tendenciava para sua paixão pelo cinema. Tentou pregar novos pensamentos para a arte cinematográfica, algo que a transformasse num veículo de transmissão da realidade social, renegando às influências pouco prestativas vindas do cinema norte-americano.

Nesse ponto, Glauber Rocha se assemelha muito a François Truffaut: depois de filmar alguns curtas metragens e fundar sua produtora, ele “caiu” na direção do filme “Barravento” (1961). O filme, como o próprio Glauber definiu, é “um ensaio cinematográfico, uma experiência de iniciante”.

Desde o início do período de Ditadura Militar, Glauber Rocha era visto como um elemento subversivo. A relação entre eles (Glauber e a Ditadura) perdurou até que, em 1971, ciente dos perigos que corria, o cineasta decidi partir para o exílio. Nessa época, Glauber já era um diretor admirado e conhecido em todo o mundo, fato devido, principalmente as premiações conquistadas no Festival de Cannes com os filmes "Terra em Transe" (1967) (prêmio do júri) e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1968) (prêmio de melhor diretor).

Contudo, com o exílio (passou por alguns países europeus e africanos, por Cuba e Estados Unidos), parece ter perdido suas raízes. Retorna ao Brasil elogiando o governo militar, fazendo reportagens para a televisão e realizando um filme desastroso, sem pé nem cabeça ("A Idade da Terra", de 1980). Em quanto esteve fora do Brasil, dirigiu pequenas produções, com destaque para o filme "Der Leone Have Sept Cabeças" (1970), rodado no Zaire.

Seus filmes são uma mistura de folclore e tradições nacionais, com textos políticos e religiosos. Na maioria de suas produções, percebe-se uma nítida relação com o antigo teatro português (Autos).

Já vivendo em Sintra, Portugal, enquanto se preparava para iniciar as gravações de um novo filme, adoece, vitimado por uma broncopneumonia. Duas semanas depois, é transferido para uma clínica no Rio de Janeiro, onde vem a falecer em 22 de agosto de 1981. Considerado, hoje, um dos principais cineastas que esse país já teve, Glauber Rocha foi um diretor controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor.

Alguns de seus filmes que eu recomendo:


H (orgulho de ser brasileiro!)

domingo, 10 de janeiro de 2010

"Afasta de mim esse cale-se..."


Quem teve a oportunidade ou curiosidade de folhear a revista Istoé da semana passada, deve ter reparado numa reportagem da jornalista Verônica Mambrini sobre a questão da liberdade de expressão na blogosfera.

No início do texto, ela faz uma breve contextualização acerca dos blogs (surgimento, objetivo, razão atual), além de trazer as possíveis causas para a popularização de tais ferramentais. Muito bem estruturado e de linguagem fácil, o artigo relata casos de processos judiciais sofridos por blogueiros (e gestores de blogs) ao publicarem suas opiniões, apontamentos, descontentamentos etc., sobre serviços e/ou pessoas.

Aqui, eu posso citar dois casos recentes que aconteceram comigo. Pois é, pode não parecer, mais esse blog já sofreu com a censura cibernética sim! Não chegaram às vias legais, porém, geraram um certo desconforto tanto para mim quanto para os demais indivíduos envolvidos. Por outro lado, foram casos que me abriram os olhos para mostrar que nem tudo é possível (e permitido) na web. Ainda mais quando o assunto abarca outras pessoas. Felizmente, nas duas situações pelas quais passei, com uma simples conversa, retirei um dos posts do ar e deixei de postar o outro. Tudo foi resolvido e, entre mortos e feridos, ninguém se machucou gravemente.

A reportagem da Istoé, no entanto, não traz episódios com finais tão felizes assim. Levantando duas questões (“até que ponto vai o direito à liberdade de expressão?” e “um blogueiro pode ser processado por um comentário anônimo feito a um texto seu?”), a jornalista deixa claro que blogueiros e gestores de blogs estão desamparados no mundo 2.0. Uma terra sem fronteiras que, diferentemente da literatura e dos filmes, possui sim uma lei. Amplamente tendenciosa, mas a possui.

No texto, percebi nitidamente que a jornalista Verônica Mambrini manteve um texto coeso, como se realmente entendesse bem do assunto (ao contrário da grande maioria de seus pares, diga-se de passagem). Bom, mas não é para tanto. Afinal, ela mantém dois blogs (A dupla vida de Veronique e Gata de rodas) que, inclusive, indico como leitura descompromissada.

Quem não leu a reportagem, no site da revista está disponível um vídeo (dividido em duas partes) com trechos das entrevistas que a jornalista fez com os blogueiros relacionados na matéria. Vale a pena uma olhadinha.

Ah, e cuidado com as suas tecladas! Tem sempre alguém a espreita..


H (be careful)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Momento poesia XXXV


Será que um dia houve*

... o amor mais perfeito
com a entrega mais total
que inspirou o poema
mais puro e imortal?

... a amizade mais sincera
que desconheceu barreiras
venceu todos os obstáculos
e ultrapassou fronteiras?

... a paixão mais ardente
entre almas um enlace
que traziam em seu peito
o que escondiam em sua face?

... a lágrima mais verdadeira
que timidamente surgia
no olhar mais imaculado
que em silêncio sofria?

... o homem mais louco
ou o louco mais são
que na verdade não era louco
mas uma vítima do coração?

... a mais forte dor
que destruiu toda a calma
porque não era no corpo
era no íntimo, na alma?

... a solidão mais vazia
a que mais fez chorar
pois não era da pedra do amor
e sim do medo de amar?

... a saudade mais sentida
que alimentou mais esperanças
pois na mente voejavam
as mais felizes lembranças?

... a lua mais platinada
com a noite como véu
que reinava soberana
na imensidão do céu?

... a mente mais sã
que não conheceu ilusão
pois foi sempre limitada
pelas grades da razão?

... a vida mais heróica
que mudou muitas sortes
mas que como todas as outras
não pode fugir da morte?

Será que um dia houve
algo para se dizer
àqueles que perdem tempo
tentando apenas entender?

(Marília Martinez Faccioli)


H (será?)


* poema retirado da "Antologia poética", livro produzido pela Biblioteca Pública Municipal "Profa. Carolina de Moura Hildebrand" em 1999.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Nada de importante aconteceu hoje...


Ontem, enquanto caminhava pela Paulista, indo ao encontro de uma “Very Special Person” para rever a aventura escatológica de James Cameron, “Avatar”, não sei exatamente como, mas, de uma hora para outra, comecei a relembrar de um episódio da série Arquivo-X com o título que inspirou esse post.

O episódio em si, dividido em duas partes, não parecia trazer qualquer ideia e/ou explicação cabível para o seu nome. E, se tem uma coisa que aguça ainda mais a minha curiosidade é tentar compreender como os produtores dessa ou daquela série escolhem seus títulos. Claro que alguns são pouco elaborados e nada criativos, diferente de “Lost” (e do próprio Arquivo-X), por exemplo.

Voltando: entretanto, já na parte final da segunda metade desse episódio, enquanto o agente do FBI John Doggett conversa com seu superior (que agora me fugiu o nome.. Déia, me ajude! rs), esse, por sua vez, relata-lhe (como exemplo) sobre um fato curioso, ocorrido com o rei da Inglaterra George III que, no dia 4 de julho de 1776, mesmo sendo uma data importantíssima para tantas pessoas do outro lado do Atlântico, simplesmente escreve em seu diário: “nada de importante aconteceu hoje”.

Parando para pensar agora, o ato detonador de tal pensamento, provavelmente, deve ter sido as recordações da minha adolescência, desencadeadas pela minha leitura mais recente. Que é uma fase difícil, isso todos já sabemos. Porém, é inegável que também é uma fase em que novidades acontecem. Sucedem-se de maneira espontânea, irrefreável. Vivenciando um turbilhão desses, é inevitável que uma coisa ou outra passe desapercebida, escapando como água por entre nossos dedos.

E quantos fatos interessantes eu deixei de prestar atenção? Quantas vezes deixei de marcar sua relevância, anotando uma pequena resenha no meu sofrível “diário”, também conhecido como vida?! Tantas que perderia a conta logo de cara.

Acho que, a partir de agora, pensarei bem antes de dizer que “não aprendi nada” ou “nada pode ser aproveitado disso”. Tem sempre algo importante acontecendo em nossas vidas. Contudo, alguns desses eventos só são perceptíveis quando estão fora de foco, quando (felizmente ou infelizmente, depende de cada um) envelhecemos.


H ("A verdade [sempre] está lá fora")


* Imagem retirada daqui

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cabeceira do H - criando um adolescente


Nada como umas férias bastante proveitosas para faz aquilo que realmente queremos (wish!) e/ou temos vontade. Encontrar tempo para rever velhos amigos, manter antigos hábitos, adquirir novos.

Eu, como bom cinéfilo que sou, poderia muito bem ter agarrinhado bons e desejáveis títulos para a minha DVDteca. Porém, resolvi apenas intensificar a conclusão de uma série que me tomou (com muito prazer, vale dizer!) todo um semestre e que teve seu fim no penúltimo dia de 2009.

Contudo, quando percebo adentrar essa época tão inspiradora formada pelo trimestre dezembro-janeiro-fevereiro, gosto de dar asas a outro tipo de vício: a leitura. E, se for sobre cinema então! Daí é como unir a fome com a vontade de comer!

E foi exatamente isso que fiz nas últimas duas semanas. Entreguei-me de mente aberta a leitura de um livro que, apesar de previsível ao primeiro olhar, se mostrou bem mais interessante e instigante. Mas, como de praxe, vamos ao famoso momento flashback:

Há quem pense que, ao se tratar de um (futuro) bibliotecário como eu, qualquer presente, independente da data a ser comemorada, resume-se em um livro. Porém, esse ano, decidido a me tornar um bom “tio”, resolvi comprar presentes para todos os meus 12 sobrinhos. Decisão difícil, eu sei. Mas, no final, depois de muito andar, pechinchar, gastar e gastar, até me sobrou um pouco do dinheiro que havia economizado para isso. E, foi numa dessas andanças, mais precisamente numa livraria, que, juntamente com a Tamires, o Cadu e outros dois amiguinhos deles (ainda não sei como sobrevivi a esse dia!), descobri um livro que me conquistou logo pela capa, com o título em relevo e a imagem de um sofá (aparentemente) muito aconchegante. Depois de ler as orelhas e algumas críticas no verso, além de exclamar uma ou outra frase de efeito do tipo “crianças, parem de mexer aí”, “não, o tio não tem tanto dinheiro assim” e “sim, meninas, é o livro do crepúsculo”, resgatei-o de seu repouso e me dirigi ao caixa.

O Clube do Filme (The Film Club), é o mais recente livro do escritor e crítico de cinema David Gilmour. A história se desenrola a partir do momento que David, sentindo-se culpado por autorizar que seu filho Jesse largasse os estudos, resolve propor uma nova e, até então, inusitada forma de lhe ensinar os segredos e mistérios da vida: ambos teriam que assistir a três filmes por semana, todos escolhidos por David, e discuti-los.

Para preencher o vácuo entre as sessões, David relata como foi se transformar, aos poucos, de pai ausente em mestre e confidente de Jesse. Fazendo um apontamento aqui e ali sobre as descobertas e frustrações de um adolescente, David começa a se questionar se realmente fez a coisa certa ao iniciar esse clube do filme com o filho.

Desde Cidadão Kane (1941) até Sexy Beast (2002), passando por clássicos de Clint Eastwood, Woody Allen, Quentin Tarantino, entre outros, o autor faz algumas menções sobre aquilo que pode ser considerado relevante em cada película. Tudo isso colabora, não num sentido literal, mas influencia na decisão que Jesse toma na parte final do livro.

Posso acrescentar que eu adoraria ter um pai como David Gilmour. E digo isso não só pelo fato de poder ter alguém entendido para compartilhar meus saberes cinematográficos, mas também por poder contar sempre com alguém que realmente compreende as dificuldades e as sensações labirínticas características da adolescência.

Eu sei que pode parecer que eu detesto o meu velho. E, podem acreditar quando eu digo que já cheguei bem perto disso. Afinal, refletindo bem sobre o assunto, provavelmente a grande maioria dos meus traumas e infortúnios da infância e adolescência poderiam ser evitados se eu tivesse um nome bem mais simpático com o português.

Deixando isso de lado para um post mais apropriado, eu reitero aquilo que já disse: indico esse livro para quem, assim como eu, adoro saber mais sobre cinema e filmes clássicos. Para quem tem filhos, mas, principalmente, para quem já foi um adolescente problemático, esse também pode ser um ótimo (e, porque não, diferente) manual de manutenção e preservação de relações entre pais e filhos.


H ("...como nossos pais...")

domingo, 3 de janeiro de 2010

Auto-história: a melhor série italiana


Pergunte a qualquer amante de carros esportivos qual a montadora que é sinônimo de exclusividade, velocidade e belas máquinas. Certamente, oito em cada dez respostas será “Ferrari”.

E isso não é à toa. Até o final da década de 1990, a marca do cavalinho rompante mantinha a escrita de produzir (artesanalmente) belos, velozes e inesquecíveis carros. Quem não se lembra do desenho inusitado da F40 e a sua repaginação, anos depois, na F50?!

Hoje em dia, parece que o “bolo” (ações) adquirido pela Fiat tem se mostrado mais ativo na escolha dos novos designs: o que antes era uma marca exclusiva para os ricaços, hoje está mais voltada para as famílias ricas.

Outra característica marcante da Ferrari são suas “séries”. Como numa árvore genealógica, cada descendente trazia aspectos que lembravam seus genitores. E, a primeira, e uma das mais célebres e exclusivas, série produzida pela marca foi a 250.

Tudo começa em 1952, quando a montadora apresenta o patriarca da série, o 250 S. Tinha carroceria arredondada e o longo capô contrastando com uma traseira pouco inspirada. Vinha equipado com um V12 de 2.953 cm³. Seus 230 cv o levavam a 250 km/h de velocidade máxima. Pesava apenas 850 kg. A carroceria levava a assinatura do famoso estúdio Vignale, embora fosse modificada pelo, não menos famoso, Pininfarina.


Porém, apesar de todos esses atrativos, o 250 S era um carro de corrida. No Salão de Genebra de 1953, era apresentada sua primeira evolução, exclusivamente para as ruas: o 250 MM. Com um entreeixos de 2,40m (contra 2,25m do 250 S), foi produzido nas versões Spyder (conversível) e Sedã (ou Berlinetta, em italiano). No total, foram fabricados apenas 31 unidades. Números baixos porque o 250 MM precisou dividir as atenções com seus outros 2 “irmãos”: o 250 Export e o 250 Europa; esse, contava com o maior entreeixos de qualquer carro da marca: incríveis 2,80m.

No Salão de Paris de 1954, foi lançado uma das maiores e mais perfeitas evoluções da série 250: o GT. Como grande mudança, a frente ficou mais quadrada. Os faróis dianteiros estavam numa posição mais elevada e a grade com o famoso ícone da marca ficou mais estreita. No mesmo ano, era apresentada uma versão para as pistas, o 250 Monza. Apesar de lindo, apenas 4 unidades saíram da fábrica. Já do 250 GT, foram 44 unidades até 1956, quando o GT recebeu uma “apimentada”, dando origem ao 250 GT Berlinetta “Tour de France” (famosa corrida que venceu logo em sua apresentação). A carroceria, assinada pelo estúdio Pininfarina, sofreu algumas alterações no fim daquele ano (pelo estúdio Scaglietti), perdendo, inclusive, o teto. Surgia assim o 250 GT Spyder Califórnia. A principal mudança era refletida na carroceria mais arredondada. Os faróis dianteiros, agora eram protegidos por uma capa acrílica, usada como uma prolongação do paralamas. Era evidente a tentativa de “conquista da América” pela Ferrari. E não foi em vão. O GT Spyder foi o carro da série 250 que mais tempo ficou em produção (até então): quatro anos.

Em 1958, a Ferrari lançava o 250 Testa Rossa (um nome corriqueiramente utilizado pela marca). Fora a carroceria, composta unicamente de curvas, outro diferencial estava debaixo do capô: era o primeiro carro da série 250 a alcançar os 300cv de potência. Dois anos depois, a Ferrari apresentava, não o primeiro do tipo lançado, mas o primeiro 4 lugares da marca a obter sucesso de vendas: o 250 GTE. Foi o mais pesado da série (1.280kg) e o recorde de produção (950 unidades).


Porém, o melhor ainda estava por vir. Em 1962, Giotto Bizzarini e seu time de engenheiros, entregava a direção da Ferrari o mais novo projeto de carro de corrida da montadora: o 250 GTO. Era lindo! Um carro inesquecível que, ainda hoje, atrai a admiração de todo amante de automóveis. O “Bico de Pato”, apelido carinhoso que recebeu, veio para substituir os já velozes 250 Monza e 250 Berlinetta SWB. Para superá-los, sua carroceria foi “lapidada” no túnel de vento da Universidade de Milão e recebeu um motor com 290cv de potência, sem, é claro, deixar de lado todo o charme e requinte exigido pela marca. É o meu 250 favorito!

Mesmo sendo um arrasa quarteirão nas pistas, a montadora lançou, no já batido Salão de Paris, também no ano de 1962, aquele que viria a ser chamado pelos especialistas como o mais belo desenho do estúdio Pininfarina para a Ferrari: o 250 Berlinetta Lusso. A grade frontal parecia sorrir para quem a olhasse a primeira vez. Foram fabricadas exatas 350 unidades, encerrando assim a série de maior sucesso da scuderia Ferrari.

Ainda foram lançados 2 protótipos para a série, exclusivamente para as pistas: o 250 P e o 250 LM. Ambos chegaram a vencer a famosa corrida de 24 de Le Mans. Porém, não receberam homologação para serem fabricados em grande escala. Uma pena, certamente.

Para os cinéfilos, talvez o filme mais óbvio que possa surgir agora seja o ícone de uma geração "Curtindo a Vida Adoidado" (1986), quando Ferris e seus amigos (além dos falsos manobristas) curtem um 250 Spyder California; outro filme que também me veio a mente agora é o não tão famoso assim "Viva Las Vegas" (1964), quando o rei Elvis Presley dirige um 250 GT "Tour de France"; e, num dos típicos lances que apenas o cinema nos permite presenciar, o mesmo GT "Tour de France" aparece no filme "Se Meu Fusca Falasse" (1968) sendo ultrapassado facilmente pelo pequeno Herbie.


H (que vontade de ter um de cada!)

sábado, 2 de janeiro de 2010

342 filmes em um vídeo


Por motivos óbvios, ainda continuarei um bom tempo relembrando o ano de 2009. Talvez uma tentativa de permanecer (mesmo sendo impossível) estacionado nos 26 anos.

Hoje a minha retrospectiva será direcionada as produções cinematográficas do ano que passou. Hollywoodimente pensando, exatos 342 filmes, de todos os gêneros imagináveis. De produções modestas ("Atividade Paranormal", "500 Dias com ela", "Lunar") a megaproduções ("Avatar", "Transformers 2", "Harry Potter"), o ano foi recheado de alternativas a todo e qualquer cinéfilo.

Entretanto, por mais apaixonado pela sétima arte que eu me sinta, ainda me acho despreparado para fazer um "Top 10 melhores filmes do ano". Eu nem assisti tantos assim! Claro que eu tenho a minha lista de favoritos, mas, como eu disse, eles ficariam restritos a filme que "eu vi". Por isso, gostaria apenas de incluir aqui um vídeo que me foi passado, no Youtube, onde seu autor fez colagens com cenas de todos (eu disso TODOS!) os 342 filmes lançados no ano passado.

De longe, achei um dos melhores vídeos da década. Espero que vocês também gostem:





E, para quem ficou curioso (assim como eu) para saber quais são os filmes que aparecem nos sete minutos do filme, o autor Kees van Dijkhuizen disponibilizou a lista dos filmes conforme a aparição (porque, para quem não reparou, alguns foram exibidos mais de uma vez).


H (Aos poucos, nos trilhos)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Resoluções de um ano bom¹


Uma unanimidade entre os blogs que acompanho no último dia do ano passado, foi a ideia de postar as resoluções de seus gestores para o ano que se anunciava.

E eu, como um bom nadador (quem dera!), tentei ir contra a corrente. Porém, as tentações se mostraram mais irresistíveis do que qualquer chocolate, pedaço de picanha ou pão de queijo fresquinho.

Dessa forma, decidi montar uma pequena lista com as minhas. Separei-as em duas grandes categorias: "Possíveis" e "Improváveis, porém, necessárias". Assim, sem mais delongas, elas se seguem:


* Possíveis

- concluir meu TCC, colocando um ponto final no meu percurso pela biblioteconomia brasileira;

- tolerar mais meus familiares, ajudando-os quando assim estiver ao meu alcance, sempre pensando em cobrar tal ajuda num futuro não muito distante (sim, sim e sim!);

- ler mais e diversificadamente. Aproveitar as férias de janeiro para comprar os livros que tenho em mente e lê-los com urgência;


* Improváveis, porém, necessárias

- chegar ao fim de 2010 com, no mínimo, 10 quilos a menos. Cuidar mais da minha saúde, mantendo hábitos saudáveis de alimentação, resistindo as provações gastronômicas quando elas me acenarem, sem deixar, é claro, de passar vontades;

- aproveitar melhor as minhas férias trabalhistas, analisando melhor a possibilidade de uma viagem longa para auxiliar, principalmente, no meu descanso mental;

- arranjar uma série que ocupe meu tempo ocioso, substituindo as anteriormente ótimas representantes e boníssimas "Smallville" (em 2005), "Friends" (2006), "Lost" (2007), "Fringe" (2008) e "Arquivo X" (2009);

- parar de teimar em procurar alguém que me complete afetivamente, tentando, sim, ser menos seletivo e, em contra partida, ser mais receptivo as possibilidades que a vida se encarregará nesse ponto. Ter em mente que o importante quando se trata de relações afetivas é o seu proveito total, e não a sua tentativa (frustrada, quase sempre) de se prolongar mais que o desejável;

- e, para concluir, finalizar de uma vez por todas as atividades desse blog. Aceitar a resolução de que ele nasceu para definhar e que, quanto mais nego tal ideia vivamente como uma realidade, mais ela me sinaliza como futuramente inevitável.

E aí elas estão. Espero cumpri-las assim como foram descritas. Claro que surpresas poderão surgir no caminho de mais de uma delas. E, como tal, não me imagino preparado para lidar com qualquer roupagem que essas possam adquirir. Só aguardando para saber.


H (2010 promete)


¹ Título do post inspirado nesse clipe