sábado, 9 de novembro de 2013

Top 10 vergonhas musicais



Mais um post musical. E, assim como os demais, o assunto deste é muito especial. Algo que venho postergando há anos. Porém, levando em consideração minha falta de inspiração e mote para assuntos particulares, decidi que já era chegada a hora de colocar esta lista em cena.

Quem me conhece de longa data sabe que sou movido por música. Aprendi cedo e, já na turbulência adolescente, fiz disso uma das facetas mais importantes da minha jornada. Desde o antigo vinil da trilha do filme “Easy Rider”, que ouvi por tardes infinitas na casa do avô de um amigo, passando pelos discos do Raul Seixas e da época da Jovem Guarda que meus pais tinham, além do fascínio de meu avô por Chico Buarque, culminando com a influência rockeira dos meus anos de colégio.

Este post, assim como inúmeros antes dele, nasceu de uma dica. Alguém por quem tenho um carinho e que influenciou muito esse mundo. O meu, principalmente. Antes mesmo do primeiro post musical escrito para esse blog, a ideia deste de hoje já tinha me sido passada.

Como disse no post anterior, a lista se baseia nas lembranças deflagradas após uma “conversa” mórbida sobre gostos musicais e vergonhas alheias. Citarei apenas as dez (de muitas outras) músicas que mais me envergonho de dizer que gosto. Por prática biblioteconômica, elas foram listadas em ordem alfabética. Divirtam-se me julgando.



Caetano Veloso - Você não me ensino a te esquecer





Divinyls - I touch myself





Five - Keep on movin'





Hanson - Weird





Hoobastank - The reason





Jon Bon Jovi - Jane, don't take your love to town





Lighthouse Family - Lovin' every minute





Lou Bega - Mambo No. 5





No Doubt - Don't speak





Richie Sambora - Hard times come easy








H (I don't give a fuck!)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Mórbido monólogo



Depois de passar 2 dias completos pensando apenas nela, decidi faltar ao trabalho e fazer algo de mais útil no último feriado: fui ao seu encontro. E, a palavra que melhor pode defini-lo é “estranho”.

Foi estranho revê-la sem contar com sua presença física. Foi estranho ler seu nome, acocorar-me diante dele e refletir sobre o que dizer. Talvez não devesse dizer nada. Não sei se meu silêncio faria alguma diferença. Para ela, certamente não faria. Mas desabafar foi crucial para mim.

Fiquei ali, aos seus pés, por mais de duas horas, relatando tudo que julguei relevante. Pessoas me circundavam o tempo todo, algumas estavam absortas em seus próprios pensamentos; outras, curiosas à distância; haviam alguns fantasmas também. Mas esses surgiam e morriam conforme as frases atravessavam minha boca e pegavam carona na suave brisa linense.

Tive inúmeros instantes de silêncio constrangedor até perceber que minha teatralidade não passava de um monólogo. Uma morbidez inspirada por outrem. Não estou acostumado com isso. Sempre, em nossas conversas, fiz o papel de bom ouvinte. Porém, desta vez, o roteiro me pertencia. Logo, cabia a mim fazer a escolha certa de palavras. Ou não.

Nosso encontro (que nunca chamarei de visita) rendeu muito. Claro que não me senti aliviado como pessoas próximas me afirmaram que me sentiria. Contudo, relembrar momentos passados juntos me rendeu alguns risos sinceros e uma recordação musical das mais inusitadas: canções das quais tenho vergonha de dizer que gosto. Sinto-me envergonhado ao relembra-las, principalmente, por retratarem momentos embaraçosos que passamos juntos. E por serem artistas dos quais nunca nutri a menor fração de admirador. Essa é e sempre será ela: alguém que me inspira e vexa, mesmo ausente fisicamente.

Mas antes de enumera-las (o que ficará, devido ao tamanho deste, para um próximo post), acho essencial abrir aqui um parêntese para falar diretamente com ela: fiz uma visita rápida aos seus pais. Eles continuam como da última vez que os vi. Como imaginei, talvez pelo sofrimento ainda recente, evitaram mencionar seu nome. Certamente, já sabiam o motivo da minha aparição repentina. Seu pai me ofereceu café e se mostrou interessado pelo meu trabalho. Sua mãe me acompanhou até o portão da casa, deu-me um beijo na bochecha e sussurrou um “obrigada por ter vindo”. Prometi ligar quando terminasse a jornada de volta. Por uma boa causa, quebrei minha promessa. E estou prestes a quebra a outra que lhe fiz.


H (Gélido)