domingo, 31 de maio de 2009

Post convidado: conto encontrado


O encontro estava marcado para às 18h. O relógio no seu pulso já mostrava 17:45h.. e ele continuava ali, parado. Não sabia se escutava música, se lia algo, se matava a maldita mosca que o perturbava ou se desistia de tudo aquilo de uma vez.

Um amigo lhe disse para seguir em frente, que a "pessoa" era de confiança. Mas, como ir em frente, se a perna estava formigando, a vista estava turva, as mãos empapadas de suor, tremiam como vara-verde.

Aos poucos, deu à partida, soltou o freio de mão e pôs o carro para andar, com o amigo ao lado sempre dizendo:
- Mais rápido.. vamos chegar quando não tiver mais ninguém!

Mas ele nem ligava, somente pensava como seria sua vida depois desse encontro. Talvez tudo continuaria como sempre foi. Ou mudaria radicalmente. Quem iria saber?

A cada sinal vermelho, uma parada. Mesmo se não tivesse ninguém no sinal. Após tanta luta para esse encontro, ele estava ali, parado diante de uma bifurcação, resolvendo entre a velha e a nova vida. Mais uma olhada no relógio: 18:10h. De repente, seus olhos pararam num anúncio automobilístico esquecido na porta do carro. Uma ave abrindo espaço pelos ares.

De repente, como num pensamento que surge do nada, ele virou o carro para a direita e correu o mais que pode. Buzinou para qualquer um que se apresentava a sua frente. Xingou e rexingou o amigo. Estava irreconhecível.

Largou o carro em local proibido, abriu rapidamente à porta e correu para dentro daquele lugar imenso. Enquanto atravessava o caminho como uma flecha, algumas pessoas cochichavam, apontando para ele. Ignorou tudo isso.

Chegou no altar, tomou fôlego e, quando todos já faziam uma expressão de alívio, ele a olha bem nos olhos e diz "desculpa, mas não!". Corre de vota para o carro, canta os pneus e segue para onde o vento o levasse. Ia o mais rápido possível, pois tinha um escontro marcado com sua própria vida. E já estava atrasado há mais de 20 anos.

Michel Ferrera


H (Qual caminho seguir?)
* Imagem retirada do blog Quark part of human

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mais do mesmo: Anjos e Demônios


Eu sei que já faz um bom tempo que não dou uma dica convincente de leitura aqui no blog. Talvez porque o próprio tempo para ler algo interessante para repassar a vocês me falte. Contudo, espero em breve preparar algo bacana sobre um autor meio desconhecido, porém com uma escrita esplêndida.

E, acho até que o meu momento atual é mais de indicações fílmicas do que literárias. Provavelmente, a última vez em que vi tantos filmes em tão pouco tempo foi em 2004, quando resolvi fazer uma sessão “dupla-trilogia” com o meu (até então) recém-comprado box do Senhor dos Anéis e o box O Poderoso Chefão de um amigo. Quase 20 horas (com pequenos intervalos, claro!) de espetáculo, com hobbits e Corleones até dizer chega! Ainda estou criando coragem para fazer um especial “Star Wars all day”... um dia eu chego lá.

Mas indo direto ao ponto: na última terça-feira, como já disse no post anterior, fui assistir Anjos e Demônios com uma amiga. Fui meio contra a vontade, devo confessar. Afinal, Dan Brown não faz o meu tipo de bibliografia básica. Mas, como gostei da primeira adaptação (O Código Da Vinci) feita pelo Ron Howard, resolvi dar um desconto e conferir esse novo trabalho. Fellas, it’s time of spoilers.. so, get out here! rsrs

Apesar dos livros não serem uma seqüência literal, fica claro logo no começo que os filmes o são. Até aí, tudo bem. Trazer de volta os Iluminati, assim como o Priorado de Sião e o Opus Dei do Código, para dar uma liga na trama, já seria de praxe. A partir daí, o filme toma um ritmo tão corrido que deixaria Tom Tykwer (diretor de Corra Lola, Corra) com dor de cotovelo.

Acho que foi isso que mais me incomodou no filme. Certo, existe um mistério complexo. E ele tem um prazo para ser resolvido. Até aqui, tudo comum. Mas, a forma como as “charadas” são solucionadas chega a ser hilária de tão bizarra.

E, por incrível que pareça, é nesse ponto que darei um crédito ao filme. De tão distraído que fiquei com essa velocidade do filme (e eu mesmo já querendo muito que acabasse logo), ele acabou por me surpreender nas cenas finais. Realmente não esperava que o Camerlengo fosse o vilão da história. E, como não havia lido o livro antes, tudo para mim era novidade. Minha amiga até tentou me deixar a par da trama toda (fã de carteirinha do Dan Brown), mas foi quase tudo em vão.

O filme também me fez pensar sobre um assunto que dificilmente trago por aqui. Mas isso é assunto para outro post. Encerro, dizendo: vão assistir esse filme. Depois, aluguem EdTV ou Uma Mente Brilhante. Esses sim, excelentes filmes do Ron Howard.

H (anjo e demônio, na mesma pessoa.. rs)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

As aparências que nunca enganam

Só uma ilusão de ótica.. ou não..

No fim da semana passada, enquanto conversava com uma amiga da faculdade, ouvi uma frase clichê que, apesar do grande esforço que fiz, não me recordo o número de vezes que já escutei por aí: "... as aparências enganam".

No momento não pensei direito sobre o assunto. A conversa acabou tomando vários rumos, então me deixei levar. Mas aquela frase continuou martelando minha cabeça durante quase todo o fim de semana (pois é, agora tenho tempo de sobra para isso.. rs).

Será mesmo verdade que "as aparências enganam"? Afinal, o que são as "aparências"?! E como elas conseguem nos enganar? Pois é.. essas foram só algumas das dezenas de perguntas que bolei para discutir com uma outra amiga, com quem fui assistir Anjos e Demônios (o post já está pronto!) nessa última terça-feira. Algumas das conclusões a que chegamos realmente me fizeram rever meus atos com relação ao assunto. Vamos a algumas dessas análises:

1) Sei que já falei seguidas vezes aqui sobre expectativas. E não é à toa. Como seres humanos defeituosos (apesar de perfeitos aos olhos do Criador) que somos, baseamos nossas experiências futuras em ilusões. Uma forma muito bonita de deixar os sofrimentos do presente de lado e acumular nossas energias para as ações e/ou acontecimentos que imaginamos para o nosso futuro. Assim também funciona com as pessoas que nos relacionamos. Antes mesmo de trocarmos uma palavra sequer, já analisamos a dita cuja de tal forma que deixaria o próprio Freud perplexo! Em outras palavras: sem conhecer bem a pessoa, acabamos por criar uma "imagem" dela, baseados em primeira e segunda impressões, atos, expressões; mas, principalmente, com base na nossa "idealização";

2) Desse modo, podemos concluir que as tais "aparências" nada mais são do que nossas percepções, nossos julgamentos referentes a essa ou aquela pessoa/fato/momento. Tomem como exemplo a candidata ao Britain's Got Talent, Susan Boyle. Sua primeira apresentação virou hit no Youtube. Por que? Claro que a sua voz é impressionante. Porém, o que mais me chamou a atenção foi a maneira como ela foi "julgada" antes mesmo de começar a canta, assim que disse sua idade. Os jurados pagarem com a própria língua foi o mínimo que poderiam fazer. Depois disseram que foi a maior surpresa que já aconteceu no programa. O típico caso de "pré-conceito" dirigido a alguém que não conhecemos.

Logo, para encerrar, só posso dizer que, na verdade, não são "as aparências" que "enganam", mas nossos julgamentos; nós mesmos nos enganamos. Posso até me equivocar agora, porém, acredito que todos somos do jeito que somos por toda a vida, salvo algumas pequenas adaptações durante o percurso. Uma pessoa muitas vezes tida como extrovertida pode muito bem agir como uma pessoa tímida diante de uma situação nova e/ou atípica. Passada essa fase de adequação, ela simplesmente volta a ser o que sempre foi.

Claro que não me excluo dessa característica humana que citei no passo nº1. Longe disso.. já julguei (e erradamente!) muitas pessoas. Na maioria das vezes, adorei estar enganado.


H ("Não julgues para não ser julgado" ou alguma coisa parecida.. rs)

A volta dos que não foram


Nossa, quanto tempo! Que saudade desse lugar. Tanto tempo sem frequentar esse recinto, mas parece que está tudo do mesmo jeito que deixei da última vez..



Realmente, peço mil desculpas a todos. Está muito difícil manter o ritmo com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Fiquei esse começo de semana repassando algumas anotações da faculdade e fazendo os respectivos trabalhos exigidos pelos professores. Também aproveitei e pensei em alguns posts bacanas para trazer a vocês num futuro próximo.



Mas, acho que o que me fez "desaparecer" daqui nesses 4 dias foi a complexidade dos últimos 2 posts. Eles exigiram muito de mim. Uma pesquisa que jamais fiz para qualquer dos meus trabalhos acadêmicos. Bom, é isso que dá querer falar sobre algo que só se sabe superficialmente. Pelo menos, assim, aprendo junto com vocês.



Também tem sido um momento difícil porque estou reencontrando, aos poucos, velhos amigos que estão tendo a sorte de pedir suas cartas de alforria depois de longos períodos de chicotadas e maltratos... rsrs



Bom, como vocês podem perceber, esse não é um verdadeiro post. Serve apenas de informativo, um esclarecimento. O verdadeiro post eu coloco logo mais a noite, sobre uma conversa que tive com uma amiga na semana passada.



Aguardem.





H (30 dias para o paraíso)

sábado, 23 de maio de 2009

Diretores - Alfred Hitchcock

"Parece que temos uma compulsão atualmente em enterrar cápsulas do tempo para dar às pessoas do próximo século alguma idéia do que somos. Eu preparei uma das minhas próprias cápsulas do tempo. Coloquei umas amostras de dinamite, pólvora e nitroglicerina. Minha cápsula do tempo vai até o ano 3000. Ela mostrará a eles o que realmente somos." [A. H.]

Quando pensei em criar esse quadro, não tinha me passado pela cabeça o tamanho da responsabilidade que estaria assumindo. Ainda mais para falar de personas tão fantásticas quanto essa que falarei agora. Seres extraordinários que já faziam muito sucesso antes mesmo dos meus pais nascerem.

Antes, preciso ser honesto com vocês: não assisti muitos filmes desse diretor. Logo, a maioria das coisas que citarei aqui, serão informações retiradas de sites e/ou livros que li nessas últimas duas semanas. Foi difícil criar um texto uniforme, sucinto, porém, informativo ao nível que ele merece. Aqueles que repararem na falta de algo, por favor, escrevam nos comentários. Afinal, esse Mundo também é de vocês. Crescemos mais com as críticas do que com os elogios...

Sir Alfred Hitchcock (título que recebeu das mãos da Rainha Elizabeth II, em 1980) nasceu em Londres, no dia 13 de agosto de 1899. Filho de Emma e William Hitchcock, recebeu uma rígida educação católica na escola londrina St. Ignatius College, cuja a estrutura escolar era baseada nos ensinamentos do jesuíta Inácio de Loyola. Aos 14 anos, perdeu o pai, deixou a escola e começou a trabalhar na companhia Henley, como fabricante de cabos elétricos, onde desenvolveu trabalhos em design gráfico de publicidade.

A sua carreira cinematográfica começou em 1920, com um emprego na Famous Players-Lasky, filial da Paramount Pictures e, durante dois anos, ele fez o "cartão" que aparecia em dialógos de filmes mudos. Logo aprendeu a criar roteiros e a editar. Em 1922, tornou-se cenógrafo e assistente de direção. Nesse mesmo ano, fez o seu primeiro filme, chamado "Number Thirteen", mas o projeto foi abandonado. Até o início de 1925, Hitchcock trabalhou em Berlim, na UFA (Universum Film AG). A sua criatividade surpreendeu os dirigentes do estúdio, que decidiram promovê-lo a diretor e, assim, ele ganhou a primeira chance no filme "The Pleasure Garden", no fim daquele ano.

Mas só no ano seguinte, na sua terceira realização, ''O Inimigo das Loiras'', é que ele abordou o suspense. A partir daí, Hitchcock faria pelo menos uma aparição em cada uma de suas produções, o que se tornaria uma das suas marcas. Esse gênero ele nunca mais abandonou. Assim como Alma Reville, (assistente de diretor que trabalhava com ele na Paramount) com quem se casou em 1926. O casal teve uma filha, Patricia, nascida em 1928, e que fez algumas pontas em filmes do pai (''Pacto Sinistro'', ''Psicose'').

A fase inglesa do realizador já tinha as mesmas características dos filmes norte-americanos. Falsos culpados, seres normais diante da incredulidade ou agindo descontroladamente sob o domínio do mal, entre outras características. Neste período, ele usa uma técnica chamada de MacGuffin (às vezes de McGuffin ou Maguffin), que designa uma desculpa argumental que motiva os personagens a desenvolver uma história, um pretexto para avançar na trama sem que ele tenha muita importância no conteúdo da mesma.

Em 1939, Hitchcock e família se instalavam em Hollywood a convite do produtor David O'Selznick, que lhe contratou para dirigir “Rebecca, a Mulher Inesquecível”, adaptado de um livro da escritora Daphné Du Maurier. O filme foi um sucesso e ganhou o Oscar de melhor, além de valer uma indicação para Joan Fontaine como melhor atriz e para o próprio Hitchcock como melhor diretor.

"Estilo é plagiar a si mesmo" [A. H.]. Com histórias dos mais diversos escritores (Robert Bloch, Cornell Woolrich, Patricia Highsmith etc) e trabalhando com produção modesta (''Psicose''), cenário limitado (''Festim Diabólico''), trucagens (''Os Pássaros''), com fartos recursos cênicos (''O Homem que Sabia Demais'') e cenários belíssimos (''Intriga Internacional''), ou mesmo com conflitos teológicos (''A Tortura do Silêncio''), Alfred Hitchcock transitou entre fracassos de crítica e criações notáveis que até hoje, passados tantos anos, ainda oferecem um prazer intenso para quem as assiste.

O suspense de Hicthcock distinguia-se do elemento surpresa mais característico do cinema de horror. O suspense é acentuado pelo uso de música forte e dos efeitos de luz. Nos filmes hitchcockianos, a ansiedade do espectador aumenta pouco a pouco enquanto, o personagem não tem consciência do perigo. São apresentados dados ao telespectador que o personagem do filme não sabe, criando uma tensão no espectador em saber o que acontecerá quando o personagem descobrir. Além disso, era recorrente em seus filmes o personagem agir como se soubesse que o telespectador está observando sua vida. Daí os constantes closes dos atores com expressões perplexas e/ou dissimuladas.

Bonachão, sarcástico e bem humorado, certa vez, perguntado sobre uma declaração sobre os atores de Hollywood e a dificuldade de se conseguir um bom elenco para seus filmes, respondeu: "Walt Disney tem o melhor elenco. Se não gosta de um ator, ele simplesmente o apaga."

Apesar de indicado cinco vezes ao prêmio máximo da Academia, recebeu apenas o Irving G. Thalberg Memorial Award, em 1968, prêmio dado às pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da arte cinematográfica.

Morreu em 29 de abril de 1980, na cidade de Los Angeles, de insuficiência renal. Em mais de 50 anos de trabalho, produziu o incrível número de 53 filmes, verdadeiras obras primas da sétima arte.

Alguns de seus filmes que recomendo (e que também pretendo assistir.. rs):

* O Homem que Sabia Demais (1934)
* Os 39 Degraus (1935)
* Rebecca, a Mulher Inesquecível (1940)
* Quando Fala o Coração (1945)
* Interlúdio (1946)
* Festim Diabólico (1948)
* Pacto Sinistro (1951)
* Disque M para Matar (1954)
* Um Corpo que Cai (1958)
* Intriga Internacional (1959)
* Psicose (1960)
* Os Pássaros (1963)
* Frenesi (1971)

E os livros que me ajudaram a escrever esse post:

ARAUJO, Inácio. Alfred Hitchcock: o mestre do medo. São Paulo: Brasiliense, 1982.

TRUFFAUT, François. Hitchcock/Truffaut: entrevistas. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.


H ("A única forma de me livrar de meus medos é fazer filmes sobre eles." [A. H.])

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Momento poesia XIX


Em homenagem ao aniversário da morte de um dos escritores que mais aprecio, além do momento que esse blog está passando (na verdade, é do criador o "momento", mas tudo bem.. rs), reproduzo aqui um dos poemas que acho mais simples e, ao mesmo tempo, mais completo e direto. Victor-Marie Hugo, escritor e poeta francês nascido em 26 de fevereiro de 1802, ficou também conhecido pela forte participação política em seu país. Entre suas obras, destacam-se "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre-Damme". Faleceu nesse dia, 22 de maio, de 1885.

Segue o poema:


O homem e a mulher

O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.

(Victor Hugo)




Ah, vale lembrar que ainda hoje, se assim me for permitido, o quadro de "Diretores" estará atualizado. Aguardem...


H (quase... ??!!)

* Imagem retirada do blog (Res)Sentimentos

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Auto-história: "a mãe" dos esportivos americanos

Durante a década de 1950, nos Estados Unidos, um desejo mais forte do que ter um esportivo europeu, era a vontade de criar um “puro sangue” americano. Claro que os norte-americanos tinham seus Cadillacs e Buicks, mas esses ficavam aquém do desempenho dos modelos europeus com suas formas arrojadas e chamativas. Nesse período a General Motors atravessava um momento crítico, tendo sua rival, a Ford, superado suas vendas na América do Norte por dois anos consecutivos. Os diretores do grupo sabiam que tinham de pensar em algo para retomar o crescimento. Tom Keating, executivo geral da Chevrolet, tinha em mente um novo carro para colocá-la de volta à primeira posição no mercado.

Em junho de 1951 era iniciado o projeto que, a princípio, se chamaria Korvette, palavra homófona de Corvette, em referência à pequena e veloz embarcação de escolta da Marinha inglesa. Mais tarde optaram pelo nome Corvette. Como não poderia ser diferente, apesar de correr atrás de originalidade, o protótipo EX-122 era baseado em carros de corrida europeus.

Em 17 de janeiro de 1953 foi apresentado em Nova York o primeiro modelo do Corvette que surpreendeu o público. Era um carro diferente dos padrões americanos: pequeno, baixo, com visual limpo e desportivo. Embora baseado em desportivos europeus, possuía traços do desenho americano: com lanternas na ponta de um pequeno rabo-de-peixe, era branco com o interior revestido de couro vermelho. Foi o primeiro modelo de série com carroceria de fibra de vidro. Sua aparência era magnífica, mas infelizmente possuía o antigo motor "Blue Flame" da Chevrolet (seis cilindros e 3,8 litros), e câmbio automático Powerglide de duas marchas. O câmbio não agradou ao público, pois a condução deixava muito a desejar. Apenas depois de várias reformulações (tanto visuais quanto de motorização), já no início da década de 1960, a produção ultrapassava as 10.000 unidades por ano, e a Chevrolet passou a recuperar parte de seu investimento.

Existem seis gerações de Corvettes. As gerações podem ser referidas da versão C1 até C6, mas a primeira geração é mais comumente referida como solid-axle (eixo rígido), pelo fato de a Suspensão Traseira Independente (STI) não estar disponível até 1963. A primeira geração foi fabricada de 1953 a 1963.

Mas, o que interessa mesmo a esse post é a segunda versão, conhecido como Sting Ray (coupé baseado no carro conceito ‘‘Mako Shark I’’). Produzido de 1963 a 1967, seu lançamento foi um frenesi. Desenhado por Larry Shinoda , para muitos amantes de carros (eu incluso), é considerado o verdadeiro Corvette. Com exceção do motor de 5,3 litros, era um carro totalmente novo, de estilo diferente e com faróis retráteis. E, além disso, tratava-se do primeiro cupê aerodinâmico disponível no mercado. O vidro traseiro era bipartido, e até hoje continua sendo um modelo muito procurado. O Sting Ray aderia melhor à carroceria, com a suspensão independente nas quatro rodas. A parte dianteira tinha triângulos sobrepostos com molas helicoidais e, na traseira, feixes de molas transversais com forquilhas mais baixas. Havia vários tipos de motor disponíveis, sendo o mais potente de 360 cv. O câmbio podia ser manual de quatro marchas ou Powerglide automático de duas.

Durante o primeiro ano, foram vendidas 21.513 unidades do Sting Ray. Foi a melhor cifra alcançada na história do Corvette, até o momento. Em 1964, o vidro bipartido (por questões de segurança) foi substituído, e em 1965, o carro vinha equipado com freios a disco. Neste ano, o cliente podia optar por cinco tipos de motor; o mais potente, de 6,5 litros desenvolvia 425 cv. Um dos principais motivos dos projetistas era fazer o Sting Ray competir nas pistas no mesmo nível do lendário Shelby Cobra, que possuía um V8 427 da Ford, de mesma potência.

Porém o mercado continuava exigindo motores mais potentes, o que deu origem à versão L88 em 1967. Equipado com um big-block de 7 litros (6.999 cm3), que utilizava cabeçotes de alumínio e três carburadores de corpo duplo Holley. Comenta-se que na verdade chegava a 550 cv, mas a fábrica declarava apenas 430 cv, para confortar as seguradoras. Também houve modificações na aparência, com uma entrada de ar central que se unia ao vinco do capô. Dos 28 mil Corvettes vendidos nesse ano, apenas 20 eram desta versão. O modelo foi pilotado por Dick Guldstrand e Bob Bondurant em Le Mans, estabelecendo o recorde de velocidade na reta de Mulsanne com 274,4 km/h (embora não tenha terminado a corrida). Atualmente os L88 de 1967 estão avaliados em até US$ 650 mil.

Em 1969, o Sting Ray passou a se chamar Stingray, finalizando a história desse lendário modelo. Porém, o Corvette tem uma longa história de sucesso com mais de 119 mil unidades do modelo original construídas. Para 2010, a GM garantiu o lançamento do Corvette Stingray Concept que, inclusive, será um dos "protagonistas" do novo filme Transformers 2. Por falar em filme, tentei me lembrar de alguns filmes antigos onde o Corvette pode ser visto, mas só me lembrei mesmo do 60 Segundos e do recente Star Trek 2009, quando o pequeno James Kirk aparece a toda com um modelo Sting Ray 1967 (aliás, é o verdadeiro responsável por esse post.. rs)


Alguns sites com maiores informações:


H (próximo!)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Silêncio amigável


Antes de começar, gostaria de pedir muitas desculpas àqueles que estão esperando os novos quadros. Por vários motivos, não estou conseguindo terminar minhas pesquisas. Sem contar a pane da merda da Telefonica ontem. Cheguei tão cedo do trabalho, pensando em finalizar minhas pequisas e, quando ligo o micro, cadê a conexão?! Deixemos isso de lado, antes que me estresse de verdade e vamos ao assunto do post.

Há poucas horas, enquanto lutava com meu fone de ouvido que está cismando em querer só funcionar de um lado, inevitavelmente comecei a ouvir e reparar na conversa entre duas meninas, uma sentada ao meu lado e a outra de pé.

Não sei se alguns de vocês já reparou ou passou por isso: durante uma conversa com um amigo, são tantos os assuntos que, depois de algum tempo, simplesmente não há mais o que se falar. Logo, surge o famigerado silêncio amigável. Com essas duas meninas foi a mesma coisa. Tinham tanto para falar que uma acabava "atropelando" aquilo que a outra dizia. Em pouco mais de 25 minutos, o silêncio (graças a Deus!).

Se tem uma, digamos, característica minha que gosto muito é saber ouvir. Claro que faço as minhas palhaçadas (a Jujuba, Irenita, Bekinha podem confirmar.. rs) antes, mas sempre ouço atentamente. Aliás, acho esse o único jeito de se levar uma boa conversa: saber ouvir. Só assim o assunto pode ser discutido plenamente.

Voltando a história: quando vi as duas, cada uma olhando para pontos fixos diferentes, como se estivessem com medo de se encararem, lembrei de um amigo que, nas nossas saidas com a galera, quando acontecia esse silêncio amigável, soltava uma pérola: "amigos, até no silêncio!". Claro que caíamos na gargalhada. Era inevitável. E uma verdade indissolúvel. Uma semana depois que ele morreu (acidente de carro), nos reunimos no mesmo barzinho de sempre. Sentados do lado de fora, todos cabisbaixos, tristes pela perda. De repente, um gruo de amigos passa por nós bem na hora em que um deles fala bem alto "Na verdade, somos amigos até no silêncio!". Foi instantâneo: trocamos olhares e rimos muito. Nem sempre o silêncio precisa da voz para ser compreendido.

"Amizade [...] pode ser explicada de várias maneiras: pela união, proximidade, afeto. Mas, a que eu prefiro é aquela que pode ser sentida pelo longo tempo de um silêncio sorrateiro. É aí que a pura amizade nasce: no silêncio sincero, cercado de uma ensurdecedora compreensão mútua." [M. F.]


H (Nossa Senhora da Telefonica, obrigado por ouvir as nossas preces!)

domingo, 17 de maio de 2009

Momento poesia XVIII


Depois de ontem (rs), digo que acredito não em destino como essência, mas que estamos fadados a passar por alguns eventos frustrantes (essa não é a palavra certa, porém não consegui pensar em outra melhor) para adquirir experiência para aquilo que está por vir. Como uma vacina, por exemplo, preparando os anticorpos para um perigo futuro.

Essa poesia é apenas para mostrar o quanto estou contente (cuidado com os comentários! rs):


Está cheio de ti meu coração!

Está cheio de ti meu coração,
como a noite de estrelas está cheia,
tão cheia, que ao se olhar para a amplidão
o olhar de luz se inunda e se incendeia...

Está cheio de ti meu coração,
como de ondas o mar que o dorso alteia,
como a praia que estende sobre o chão
milhões de grãos do seu lençol de areia...

Está cheio de ti meu coração,
como uma taça, erguida, transbordante,
num momento de amor e de emoção,

- como o meu canto enquanto eu viva e eu cante,
como o meu pensamento a todo instante
Está cheio de ti meu coração!


(J. G. de Araújo Jorge)


H (de orelha-a-orelha)

sábado, 16 de maio de 2009

Pequena pausa: autopsicografia


Postar de um PC diferente do meu é estranho. Mas, como recebi várias reclamações sobre a atualização do blog nessa última semana, lá vamos nós.

Como ainda estou trabalhando nos novos quadros "Diretores" e "Auto-história", resolvi falar sobre algo que me aconteceu no começo da semana no trabalho. Durante uma conversa informal com duas colegas da Cásper (uma da biblioteca e outra da secretaria de pós-graduação), recebi, meio a contragosto, uma verdade sobre uma impressão que transmito à primeira vista.

Apesar já ter conhecimento desse defeito, foi a primeira vez que alguém teve a franqueza de me contar isso. Sei que prego o autoconhecimento por aqui há algum tempo. Mas, vocês hão de concordar comigo: uma coisa é se conhecer; e outra bem mais diferente é saber que as pessoas ao seu redor lhe conhecem. Às vezes, até mais que você mesmo.

Será que eu passo mesmo uma imagem de metido e arrogante?! Será que, num primeiro instante, meu lado sarcástico e irônico aflora de tal forma que as outras pessoas me enxergam como um palhaço filho da puta?! Talvez seja verdade. Talvez, muito influenciado pela minha persistente timidez e falta de jeito para fazer novas amizades, acabe recorrendo demais ao sarcasmo e, dessa forma possa parecer um metido desgraçado, desesperado para se mostrar engraçado.

Mudar eu sei que não vou. O máximo que posso fazer é justamente o que já fiz no parágrafo acima: reconhecer o meu jeito de ser. Agora vou parar por aqui. Minha pausa acabou.. rs


H (;-])

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Túnel do tempo: Star Trek


Hoje, como bem disse a Jujuba nos comentários, é o dia mundial do carro. Porém, o novo "Auto-história" vai ficar para a próxima semana. Estou um pouco enrolado com algumas outras obrigações e, para ser ainda mais eficiente, minhas pesquisas precisam de maiores elaborações. Para completar, estou numa busca exaustiva por informações para o próximo quadro "Diretores". Parece que cada vez esse blog está chamando mais atenção, então não posso decepcioná-los trazendo qualquer informação. Mas vamos ao que interessa..

Ontem, depois de ver frustrada a minha tentativa de comprar o meu presente, como mencionei 2 posts atrás, arrisquei ir novamente ao shopping para tentar encontrar algo. Como sei que sou muito exigente (rs), resolvi ver o filme Star Trek antes. E, preciso confessar: estou virando fã de carteirinha desse J. J. Abrams.

Mas, como faria o Jack, vamos por partes. Primeiramente, para quem não gosta de spoilers, essa é a hora de deixar a leitura de lado (desliguem o computador e vão ler um livro! rs). Em segundo lugar, preciso deixar claro que nunca fui um entusiasta pelos filmes e episódios da série Jornada nas Estrelas. No final da década de 1980, início da de 1990, meu interesse televisivo era voltado para outros seriados. Estou preparando um post especialmente sobre isso. Mas voltemos ao filme..

Logo que saiu a notícia sobre a filmagem do novo Star Trek, pensei “O que vão fazer com os atores William Shatner e Leonard Nimoy já velhos? Será uma versão Jornada nas Estrelas Geriátrico?!” Brincadeiras à parte, saquei de cara qual seria a jogada do filme quando soube que Abrams estaria na direção: viagem no tempo. Vou esclarecer: para quem não sabe, ele é o responsável pelas séries de grande sucesso Lost e Fringe. Ambas abusam de fatos improváveis, viagens no tempo (Lost) e teletransporte (Fringe). E, sendo assim, qual seria o local mais provável para unir todas elas (comprovado cientificamente): no espaço, lógico!

Afinal, buracos negros nada mais são do que "máquinas do tempo", talvez não tão romantizadas, mas o são! E Abrams se aproveita disso para criar, ou melhor, tentar explicar como foi o início dessa conflituosa e inseparável relação em o Capitão James T. Kirk e o vulcaniano Sr. Spock. A intepretação dos novos atores nesses papéis até que foi razoável. Bom mesmo foi rever o velho Leonard Nimoy como o "Spock do futuro", vindo para mostrar ao jovem e provocador James Kirk qual era o seu real lugar: como o capitão da U. S. S. Enterprise. Para tanto, porém, Kirk precisará enfrentar o jovem Spock, provocando-o com o fato da morte de sua mãe, para assim libertar seu lado humano através do ódio, mostrando-se incapaz de continuar no comando da nave, tendo que entregá-la ao jovem Kirk.

Nesse trecho, J. J. Abrams mostra que a relação entre ambos nunca foi das melhores, a competição entre eles foi quase fatal no início, mas imprescindível para o futuro.

Claro que o vilão poderia ser mais terrível. Eric Bana nunca foi dos melhores. Ainda assim, o filme vale o ingresso. Foi ótimo poder ouvir novamente a trilha de Jerry Goldsmith.


H ("Live long and prosper")

domingo, 10 de maio de 2009

História com "H" e para o H.. rs

Pode não parecer, mas sou eu, 25 anos atrás

Segundo a Wikipedia, alguns fatos históricos que aconteceram nesse dia:
* 1774 – Luis XVI assume o trono da França;
* 1789 – Tiradentes é preso no Rio de Janeiro acusado de participar da Inconfidência Mineira;
* 1869 – A Ferrovia Transcontinental norte-americana, depois de duros esforços da Central Pacific e Union Pacific, é aberta a circulação civil pela primeira vez;
* 1933 – Teve início a chamada Bücherverbrennung (queima de livros) pelos nazistas na praça Königsplatz, em Munique. Nas seis semanas seguintes, foram queimados cerca de 20.000 livros em diversas cidades alemãs.

Personalidades que nasceram nesse dia:
* 1746 – Gaspard Monge, matemático francês, criador da geometria descritiva;
* 1838 – John Wilkes Booth, ator norte-americano que ficou mais conhecido como o assassino do Presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln;
* 1899 – Fred Astaire, dançarino e ator norte-americano;
* 1955 – Mark David Chapman, criminoso norte-americano, assassino de John Lennon;
* 1960 – Bono Vox, vocalista da banda irlandesa U2.

Personalidades que morreram nesse dia:
* 1829 – Thomas Young, físico, médico e egiptólogo britânico. Famoso pelo experimento da dupla fenda, que possibilitou a determinação do caráter ondulatório da luz, também participou dos estudos para decifrar a Pedra de Roseta;
* 1977 - Joan Crawford, atriz norte-americana vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 1945 pelo filme "Almas em Suplício".

E, diante de todos esses acontecimentos, no ano de 1983, depois de muita espera, nasce esse que vos escreve, no Hospital São João Batista (hoje já desativado), na região da Lapa. Primogênito do casal Claudionor Leite e Maria de Lourdes Picolli, teve seu nome inspirado, apesar de eu negar até a morte, no político pernambucano Agamenon Sérgio de Godói Magalhães. Baixinho, barrigudo, careca, teimoso e, apesar de não ser, com mó cara de nerd por causa desses óculos. É, acho que estou feliz por chegar aos 26 anos.. rs


H (Happy Birthday to me)

sábado, 9 de maio de 2009

O prato que se come frio: X-Men Origens


Logo falarei mais sobre isso, mas não deve ser segredo para ninguém o fato de amanhã ser o meu aniversário. E, seguindo uma tradição de 6 anos, ontem, depois de sair do trabalho e, aproveitando as "férias" da faculdade, resolvi ir ao shopping para comprar meu presente de aniversário.

Um presente óbvio e necessário. Aproveitei para ver os horários e, talvez, até assistir algum filme. Nem tinha me dado conta da estréia de Star Trek. Velozes e furiosos 4, Presságio, etc. Como a variedade não era das melhores, resolvi escolher pela grade horária mesmo. Assim, acabei comprando um ingresso para assistir o tão criticado X-Men Origens: Wolverine.

Uma história interessante. Apesar de já imaginar como seria o final, foi bacana ver como a trajetória de amor e ódio entre os irmãos Jimmy e Victor se desenrolou. Ver a verdadeira paixão de Logan, a explicação da origem do nome Wolverine (muito ruim!). A Arma X (que não é X de desconhecida!). E tudo mais.

Porém, o que realmente me chamou a atenção foi uma cena já perto do fim, quando Logan descobre que foi traído duplamente. E, a mais sofrida delas, por quem ele mais amava e confiava. E que imaginava estar morta. Tenho certeza que naquela hora, pelo olhar descrente dele, o que mais o abateu não foi a "ressurreição", mas o fato de toda a sua vida, a escolha por uma honesta e renegada de sua habilidade, foi uma farsa. Tudo foi baseado na obsessão de um oficial para aperfeiçoar um mutante e criar um ser indestrutível.

Mesmo sendo o mais animal de todos os "mutantes bonzinhos" de Xavier, foi legal ver que Logan ignorou a primeira parte da sua vingança. Quando tentou por a segunda em prática, levou 2 tiros na cabeça. E essa é a explicação para suas lembranças turvas sobre a Arma X e seu esqueleto de "adamantium".

Apesar de muito pouco usado, foi legal ver Gambit bancando o "good guy". Quando assisti os outros 3 filmes da série, sempre me perguntava "Onde anda o Gambit? Como fica a paixão dele pela Vampira?!". Também foi legal ver o Prof. Xavier andando (!) pela primeira vez.

Vamos ver o que eles vão aprontar para o próximo. Precisam melhorar, sem dúvida. Os efeitos, explosões, brigas são chamativos e de tirar o fôlego, mas perdem a graça de tanto que acontecem num filme de uma hora e quarenta.


H (velho até demais!)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Receita de um dia feliz



Ingredientes:
* Sua música favorita (a gosto)
* Uma revista interessante (ou "Super" interessante.. rs)
* Uma pessoa lindíssima (e, até então, desconhecida!)
* Um comentário perfeito (da parte dela dirigido a você)
* E você, claro!

Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes durante 20, 25 minutos dentro de um ônibus vazio. Engate uma conversa sobre um tema geral, finalize com uma pitada de humor e pronto. Sirva logo em seguida.

Conseqüências:
Um sorriso tímido; um beijo na bochecha (quaaaaase!!! rs) e um sorriso de orelha a orelha pelo resto do dia.

Benefícios a curto prazo:
A troca de uma seqüência de oito números e de um endereço de e-mail com final “@hotmail.com”.

Benefícios a longo prazo:
Ainda não sei. Mas, quando souber, aviso vocês.. rs



H (Como diria o Ross: "peguei uma colher")

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Auto-história: na sombra do Fusca

Como eu disse assim que a enquete sobre o título desse quadro terminou, o primeiro seria dedicado a uma amiga que há quase 5 anos vem me ajudando, atazanando e aguentando (rs). E, assim, o inaugurante desse quadro sobre carros antigos será um pequeno valente, que nasceu à sombra do domínio do Fusca.

O Karmann Ghia é um carro esportivo de dois lugares produzido pela Volkswagen, projetado pela empresa italiana Carrozzeria Ghia & Gariglio, e construido pela empresa alemã Karmann GmbH de 1955 à 1974.

O projeto inicial apresentado pela Karmann não agradou muito aos executivos da Volks. Buscando satisfazer um cliente tão importante, a Karmann procurou ajuda em outras empresas especializadas - e foi então que Luigi Segre, responsável pelo renomado "carroziere" italiano Ghia, apresentou a Wilhelm Karmann um desenho recusado pela Chrysler. Aprovado por Heinrich Nordhoff, então presidente da VW, em 1955 o primeiro Karmann Ghia deixou a linha de montagem em Osnabruck, Alemanha, como modelo 1956 (também conhecido como Tipo 14). A apresentação oficial para a imprensa e os concessionários se deu no dia 14 de julho daquele ano. Já o público, pode conferir de perto o pequeno esportivo algumas semanas depois, no Salão de Frankfurt.

O cupê de duas portas da Volkswagen era muito atraente. Na frente, faróis circulares e abaixo deles pequenas luzes de direção de forma cônica. Compunham o conjunto duas pequenas entradas de ar cromadas em forma de bolha. Visto de perfil, as linhas eram muito arredondadas e as colunas estreitas proporcionavam ótima visibilidade para todos os lados. Formas sensuais e muito femininas. Atrás, lanternas retangulares em posição vertical. Havia poucos frisos e cromados nas laterais e os pára-choques eram envolventes.

Em termos aerodinâmicos, o Tipo 14 não decepcionava. E era muito compacto: media 4,14 m de comprimento, 1,63 m de largura, 1,33 m de altura e entre eixos de 2,40 m. Pesava apenas 830 kg.

Saído da sombra do Fusca, uma vez que a base mecânica era a mesma, através do motor 1200 cc de 36 cavalos, somada ao inédito e belo estilo do estúdio italiano Ghia, fez com que logo no seu primeiro ano de produção o modelo vendesse mais de 10.000 unidades. Dois anos mais tarde viria a versão cabriolet (conversível), provocando um aumento para o patamar dos 18.000 carros (chegando ao pico de mais de 33.000 em 1960). Logo o carrinho esportivo da Volkswagen trilhou seu próprio caminho de sucesso. Isso, somado aos planos de crescimento da empresa no Brasil, fez com que a VW resolvesse produzi-lo aqui a partir de 1962. A mecânica e a motorização mantiveram-se idênticas ao modelo europeu até 1966.

Em 1967 a motorização inicial foi substituída pelo famoso motor 1500cc, de 52 cavalos, conferindo um pouco mais de "esportividade" ao modelo, e levando-o aos 138 km/h de velocidade máxima. Assim o desempenho ficava um pouco mais condizente com o aspecto, pelo menos para os padrões da época. Além disso, o sistema elétrico passou de 6V para 12V. O desenho das lanternas traseiras foi modificado. No final de 1967 foi lançado o Karmann Ghia conversível que atualmente é um dos modelos nacionais mais raros e valorizados em todo o mundo. Foram produzidas apenas 177 unidades (sei que você gostaria ter um, né Jujuba?! rsrs). Em meados de 1969 ocorreu o aumento da bitola traseira e do corte dos paralamas traseiros, o que deixou a roda traseira mais visível.

Nos 10 anos em que foi produzido no Brasil, pouco mais de 23.500 Karmann Ghias sairam da fábrica, tendo como ano mais produtivo o de 1968, com 5 mil unidades.

Quem quiser maiores informações sobre o polivalente Karmann Ghia, pode acessar esse site que traz maiores informações sobre todos os modelos fabricados. No Youtube, achei esse vídeo bem legal sobre um. Quem curte ronco de motor vai babar... rs

Para finalizar, duas das principais aparições do Karmann Ghia nas telonas: em 1983, no filme 007 contra Octopussy, dividindo as atenções em algumas cenas com Roger Moore; e em 2004, na película de Quentin Tarantino Kill Bill 2, sendo pilotado pela bela Uma Thurman.


H (esse foi pra você, Jujuba!)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Momento poesia XVII


Acróstico III*

Sentir o peito num nó apertado
Entender porque o choro é tão salgado
Não se encontrar em nenhum lugar
Ter de repente uma vontade de voltar
Inundar-me de boas lembranças
Reafirmar minhas esperanças

Sabendo que o futuro a Deus pertence
Através da garra, todo perdedor vence.
Únicos e descontentes
Dias e dias nunca diferentes
Assim passar tempos afim
Depois pensar: “o que é melhor pra mim?”
Etâ pergunta difícil de responder...!
Sabe bem que o melhor pra mim é você!!!


H (sem comentários)

* Escrita em 10/12/2003

Imagem retirada do blog Use The Matrix

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A continuação do ponto..


Esse post é, assim como seu título sugere, a continuação de outro escrito há pouco tempo. Uma continuação curta, diga-se de passagem. Servirá apenas para constar, pois, como já disse antes, não irei impor limites insanos nas minhas digitadas dirigidas a esse blog.


Claro que todo o fim é triste. São consequências. Só um ser desprovido de coração e sentimentos, além de respeito alheio, pode suportar um corte sem derramar uma única lágrima.


Alguns são difíceis. Outros são encarados com mais naturalidade. Mas, de uma forma ou de outra, trazem sempre na essência a tristeza. Escolher um ponto final só pode ser bem encarado se posto que, na verdade, o fim de algo é o começo de outro.


O importante é o aprendizado. A experiência que se leva do que foi passado, convivido durante o 'tempo útil' desse algo. Não quero me por aqui de eterna vítima, mas posso dizer sem engano algum que sofri perdas durante toda a minha vida. De diferentes formas e razões, sim. E, é com a mesma segurança que digo: essa é, sem sombra de dúvidas, a mais pesada de todas elas.


Porém, assim como os contos de fadas não passam de ilusões, ninguém consegue viver uma vida inteira baseada em expectativas. Por isso o fim. O que fica é o respeito, a gratidão e, acima de tudo, a certeza de que, foi muito bom enquanto durou.


"Espero que você aprecie sua vida a cada instante, porque, da mesma forma que ninguém pode fazê-lo por você, só você vai se arrepender de não tê-la apreciado". (M. F.)



H ("Sozinho me sinto mais completo" [M. F.])
* Imagem retirada do blog !...Mais Um Cara Valente...!

sábado, 2 de maio de 2009

Diretores - Akira Kurosawa


"Os diretores de cinema, ou eu deveria dizer quem cria coisas, são muito vorazes e nunca conseguem se satisfazer... É por isso que eles conseguem continuar trabalhando. Tenho trabalhado por tanto tempo porque acho que da próxima vez farei algo bom". [A. K.]

Akira Kurosawa nasceu em 23 de março de 1910, na cidade de Tóquio. Caçula de oito filhos de Shima e Isamu Kurosawa, um administrador militar que valorizava a cultura do Ocidente, Kurosawa inicialmente tentou ser pintor. Porém, a investida não funcionou, devido à falta de dinheiro. Mas suas características artísticas o acompanharam durante toda a sua trajetória no cinema, onde ele pintava quadros como "storyboards" de seus filmes. Mesmo assim continuou com sua paixão pelas artes, principalmente a literatura, de onde tirou inspiração para a grande maioria de suas obras.

Sofreu também grande influência do irmão, Heigo, quatro anos mais velho, na sua paixão por cinema. Heigo trabalhava como Benshi, uma espécie de "narrador de filmes" do início do século no Japão. Infelizmente, com o advento dos filmes sonoros a profissão de narrador se tornou obsoleta, e Heigo viu-se sem emprego. O fato deprimiu tanto o irmão de Kurosawa que ele acabou se suicidando aos 27 anos de idade. Kurosawa demorou para aceitar a tragédia.

Em 1936, entrou em um estúdio de cinema respondendo a um anúncio que procurava pessoas para um teste de assistente de diretor. Tentou e ganhou. Aos 33 anos, dirigiu seu primeiro filme, ''Sanshiro Sugata'' (A Saga de Judo). Foi um sucesso no Japão, que vivia seus tempos de guerra, mas a visão de Kurosawa chocava-se com alguns sentimentos nacionalistas e suscitou ataques acalorados dos militares. Já o reconhecimento no exterior veio anos mais tarde quando seu filme "Rashomon" ganhou o Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro, em 1951.

''Pegue o 'eu', subtraia 'filmes' e o resultado será 'zero' '', escreveu certa vez o diretor, ao deixar claro que sua vida só tinha sentido ligada ao cinema. Seus temas frequentemente giravam em torno do valor do espírito guerreiro, ideais humanistas e o auto-sacrifício, mesmo que fútil. Os críticos consideram que seu estilo inovador - marcado por seus detalhes elaborados e extensos movimentos de câmaras - influenciou filmes internacionais desde ''Star Wars'', de George Lucas, até ''Scarface'', de Brian De Palma.

Em 1985, o Festival de Cinema de Cannes homenageou-o pelo seu filme "Ran" do qual ele mesmo dizia que era a "obra de sua vida". O filme foi baseado em adaptações do livro Rei Lear de William Shakespeare. Conhecido como ''O Imperador'', pelo seu perfeccionismo e extravagância, foi um dos poucos diretores japoneses a conquistar fama nos cinemas internacionais. Faleceu em 6 de setembro de 1998.

Reza a lenda que, no fim da década de 1970, já muito amigo de muitos diretores americanos influentes, Akira Kurosawa comentou sobre a idéia de um novo filme com ninguém menos que a dupla Steven Spielberg e George Lucas. Porém, Kurosawa não conseguiu o financiamento para começar as filmagens. Na mesma semana, Spielberg ligou para a direção da Twentieth Century-Fox e exigiu o financiamento da película de Kurosawa. Depois de muita conversa, o estúdio garantiu 5 milhões de doláres para as filmagens. Os outros 2 milhões saíram dos próprios bolsos de Spielberg e Lucas. O resultado? O excelente "Kagemusha, a Sombra do Samurai".

Alguns de seus filmes que eu recomendo:

* Rashomon (1950)
* Os Sete Samurais (1954)
* A Fortaleza Escondida (1958)
* Kagemusha, a Sombra do Samurai (1980)
* Ran (1985)
* Sonhos (1990)
* Rapsódia em Agosto (1991)


H ("Num mundo louco, só os loucos são equilibrados" [A. K.])

Informe geral - novos quadros


Depois de muito pesquisar, tanto na web quanto em livros e dicionários, resolvi o problema dos "novos quadros" desse blog. Como todos sabem e já foi dito dois posts atrás, o quadro sobre os Compositores chegou ao fim. Eu já sabia que isso iria acontecer, afinal, foi eu quem escolheu um número limitado de representantes relacionados a esse assunto.

Antes mesmo de terminá-lo, já tinha em mente um 'substituto'. Claro que seria até óbvio continuar na mesma área, ainda mais para mim que sou louco por cinema. Mas, exatamente essa semana, enquanto buscava alguns dicionários na biblioteca da Cásper, encontrei uma relíquia: "1000 que fizeram 100 anos de cinema", um (grande) encarte que acompanhou a revista Istoé alguns anos atrás. A partir das folheadas que dei nessa enciclopédia cinematográfica, me veio o insight de dois novos quadros: um sobre os principais diretores (ainda não sei o número certo, mas deve ficar entre 25 e 40) e outro sobre ícones da sétima arte (basicamente atores e atrizes), também sem um número certo por enquanto.

Porém, provavelmente, eles não vão co-existir. Pelo menos, não por muito tempo. Seria "esgotar" demais o mesmo tema. E muito cansativo até para vocês, meus fiéis seguidores.

Quanto ao outro quadro, sobre carros antigos, quero agradecer a todos que votaram na enquete. Como escolhido, o título do quadro será "Auto-história". Conversei com uma amiga essa semana, tão fascinada pelo assunto quanto eu, e ela, como eu já previa, adorou a idéia. Acho que realmente era uma lacuna que estava faltando no blog. E um assunto que adoro quase tanto quanto cinema, música e até a biblioteconomia (!!!). Claro que ainda faltam muitas outras, contudo, com o tempo a meu favor (sweet desire! rs), logo todas essas lacunas serão preenchidas.

Bom, é isso. Ah, e não esqueçam, segunda-feira, dia 04/05, começa a votação do Prêmio Top Blog. Por favor, participem.


H (quase viciado)