sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Pause - uma saga em "stand by"


Criar esse blog foi uma idéia reflexiva, uma maneira de tentar compreender melhor essa ferramenta, ponto central daquilo que (eu imagino) seja meu trabalho de conclusão de curso. Assim como Truffaut, eu precisava ir além da visão de um “seguidor”. Era imprescindível passar pela apreensão de cada postagem, cada comentário, cada novo seguidor. Pesquisas e mais pesquisas, a busca pela diversidade e superação a cada nova linha escrita.

Contudo, assim como começar, é preciso também saber a hora de parar.

Por vezes, continuamos insistindo em algo que não tem mais futuro. Persistir e persistir em coisas que já perderam a sua validade. E assim acontece com esse blog. No início, tudo era uma maravilha. Deslumbramento atrás de deslumbramento, todo e qualquer assunto servia de inspiração para post. Já tive inúmeros instantes de "fim de blog". Mas nenhum como esse. Hoje, já se foram inspiração, assunto e, até mesmo, a própria vontade de blogar!

Não quero, e nem posso, levar um blog dessa maneira. Seria uma falta de respeito não só comigo, mas, principalmente, com todos aqueles que o seguem e, conseqüentemente, já ajudaram-no até esse ponto em que ele se encontra.

Fico triste com essa decisão. Porém, a tomo na certeza de que, se agora me falta inspiração, num futuro não muito distante, faltar-me-á (thanks, Word!) tempo. Logo, num raciocínio mais do que lógico, para que “empurrar com a barriga” hoje, se amanhã o fim pode ser decretado por um motivo ainda mais banal?!

Viver esses momentos (mais de 300!) foi mágico. Deixando de lado o interesse de cada um que já passou pelas páginas desse “Mundo”, já que não possuo meios de saber o nível de importância que esse blog teve para vocês, serei agora um pouco egocêntrico (só agora! rs): fiz desse blog uma verdadeira segunda casa. Aqui, entre imagens e vídeos, textos e links, relatei desabafos, mencionei alegrias, relacionei meus segredos (quase) mais íntimos, sofrimentos, decepções, angústias, certezas, verdades. Fui amigo, colega de trabalho, namorado (e ex também.. rs), filho, irmão e tio. Aprendi muito e espero ter transmitido, ao menos, algo relevante.

Esse foi o “Meu Mundo”, com vários dos meus pedaços e repleto de todos que me cercam (que frase mais piegas! rs)

Isso não é exatamente um fim. É apenas uma pausa mais demorada. Quanto tempo durará? Não será pouco, isso eu tenho certeza. Mas eu estarei sempre por aqui. Obrigado a todos pelo apoio.


H (...)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Vício à flor da pele - Guerra ao Terror


Meus sábados não costumam ser dos melhores a muito tempo. Serve de consolo, ao menos, o fato de as aulas na faculdade onde trabalho ainda não terem começado. Logo, meus sábados têm sido, senão justos, no mínimo, apáticos.

E não foi diferente com esse mais recente. Devido a enormes problemas que circundam meu convívio familiar, tenho tentado ao máximo permanecer pouquíssimos instantes dentro de casa. Sem grandes ideias para esse final de semana, resolvi dormir na casa da “patroa” (ainda bem que ela não sabe que eu tenho esse blog! rsrs), já que é mais fácil (e covarde) fugir de uma batalha que lutar por uma trégua.

Ambos sem o menor tato para montar um bom almoço ou algo que pelo menos parecesse comestível, decidimos de comum acordo ir almoçar fora. Como eu estava muito afim de assistir algum dos concorrentes ao Oscar®, unimos a fome com a vontade de cultura e nos dirigimos até o Shopping Bourbon (a partir daqui, contém spoilers).

Como eu disse alguns posts atrás, nada pode ser mais ilusório e inebriante do que um vício. Um (ou mais) artifício utilizado para se obter alguns poucos momentos de prazer. Um ponto recorrente no excelente drama “Guerra ao Terror” (The Hurt Locker), retrato fidedigno e violento dos soldados de elite no Iraque, que fazem o trabalho mais perigoso do mundo: desarmar bombas.

Dirigido de forma primorosa pela californiana (e filha de bibliotecária!) Kathryn Bigelow, o filme consegue transmitir de uma maneira bem próxima do real todos os elementos recorrentes em suas produções: filme de ação, com personagens e conflitos essencialmente masculinos, em uma busca constante por adrenalina.

O roteiro é assinado pelo jornalista Mark Boal que, em 2004, acompanhou o dia-a-dia de uma equipe de desarmamento de bombas no Iraque e daí tirou sua inspiração. Convidada para torná-lo realidade, Kathryn se mostrou bastante indecisa e resolveu pediu a opinião do ex-marido (ninguém menos que James Cameron!) e esse foi direto: era uma oportunidade para não deixar passar. O resultado?! Uma produção de baixo orçamento, com ar quase documental, mostrando nos mínimos (e ricos) detalhes a tensão de uma companhia militar caminhando o tempo inteiro na fronteira entre a vida e a morte. Um corte no cabo errado, um insurgente detonando o explosivo por telefone, um tiro saindo sabe-se lá de onde, e tudo acaba.

Tenho certeza que Cameron não contava com isso. Com “Inimigos Públicos” e “Invictus” fora da disputa, não vejo outro filme que mereça mais o título de Melhor na noite do Oscar® esse ano do que “Guerra ao Terror”. Uma obra prima que vale ser visto (apesar da apologia, defendendo a invasão e permanência das tropas norte-americanas no Iraque) mais de uma vez, prestando-se atenção ao diálogo próximo do fim entre o sargento James e seu filho. Justifica todo o filme.


H (mais um vício)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Momento poesia XXXVII


Solilóquio sem fim e rio revolto


Solilóquio sem fim e rio revolto -
mas em voz alta, e sempre os lábios duros
ruminando as palavras, e escutando
o que é consciência, lógica ou absurdo.

A memória em vigília alcança o solto
perpassar de episódios, uns futuros
e outros passados, vagos, ondulando
num implacável estribilho surdo.

E tudo num refrão atormentado:
memória, raciocínio, descalabro...
Há também a janela da amplidão;

e depois da janela esse esperado
postigo, esse último portão que eu abro
para a fuga completa da razão.

(Jorge de Lima)


H (já vai tarde!)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Curta e anime-se


Ainda seguindo no mesmo tema do post anterior, resolvi trazer para vocês os cinco indicados a Melhor Curta de Animação.

Como não tinha nenhum conhecimento sobre eles, comecei a pesquisá-los no YouTube e achei um mais engraçado que o outro.

Apreciem os sortudos desse ano:

French Roast, by Fabrice O. Jouberts



Granny O'Grimm's Sleeping Beauty, by Nicky Phelan



The Lady and the Reaper, by Javier Recio Gracia



Logorama, by H5 (essa é apenas a primeira parte. A segunda vocês podem consultar depois do fim dessa)



A Matter of Loaf and Death, by Aardman (esse eu não achei. Apenas uma versão "Marking Of" de 20 minutos! Mas vale a pena)



Sensacionais, não?! Eu já tenho meu preferido.. e vocês?


H (action!)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

"And the Oscar goes to..."


Depois da última terça-feira, os bolões tiveram um motivo a mais para a animação nas apostas. Finalmente foram divulgados os indicados às principais categorias do prêmio máximo da sétima arte.

Eu nunca havia chegado a esse ponto, de fazer minhas escolhas sobre os prováveis vencedores, tão bem informado. Claro que não cheguei a assistir todos os principais indicados, mas posso afirmar que já vi 75% deles. Alguns, até mais de uma vez.

Bom, mas não ficarei aqui enrolando. Vou logo dar meus pitacos, lembrando que apenas falarei das oito categorias que julgo serem as mais relevantes. Apreciem:

* Roteiro Adaptado: devo admitir que assisti apenas 2 dos candidatos (ainda pretendo assistir "Preciosa" e "Educação"). Mesmo assim, acho que o prêmio será, de maneira justa, entregue a Jason Reitman ("Amor sem Escalas") por seu ótimo roteiro sobre relações humanas, adaptando um dos momentos mais desesperadores da economia mundial. "Distrito 9", apesar de uma boa base, corre por fora;

* Roteiro Original: esse será difícil. Não vejo favoritos entre "Bastardos Inglorios" e "Guerra ao Terror". Surpresa mesmo seria ver "Up - Altas Aventuras" levando o prêmio;

* Atriz Coadjuvante: apesar da dupla de "Amor sem Escalas", Vera Farmiga / Anna Kendrick e a vencedora do ano passado, Penélope Cruz, acho que a vencedora será a desconhecida Mo'Nique, pela interpretação da mãe má de "Preciosa";

* Ator Coadjuvante: como foi no ano passado, essa categoria, para mim, já está definida a muito tempo. Christoph Waltz, por sua soberba interpretação do oficial Hans Landa em "Bastardos Inglórios" é figura mais que carimbada;

* Atriz: torço muito por Gabourey Sidibe ("Preciosa"), mesmo sabendo que a Academia não é muito fã de premiar atrizes negras nessa categoria. Vão escolher a sem graça da Sandra Bullock só porque ela teve um bom texto separado em "Um Sonho Possível";

* Ator: essa é a categoria mais difícil de todas. Vi a interpretação de 4 dos 5 candidatos. E, justamente o favorito é aquele que eu ainda não assisti. Morgan Freeman está perfeito em "Invictus", assim como Colin Firth ("Direito de Amar") e George Clooney ("Amor sem Escalas"). Porém, a premiação no Globo de Ouro, deixa Jeff Bridges ("Coração Louco") com uma leve vantagem sobre os demais;

* Diretor: aqui as surpresas podem realmente acontecer. James Cameron ("Avatar") venceu o Globo de Ouro mais do que injustamente. Teve uma grande ideia de filme, inovou mais uma vez na produção de uma ficção sem proporções. Mas não merece o Oscar®. Por uma infelicidade (dele) e uma feliz coincidência para todos os cinéfilos, ele deve perder o prêmio para sua ex-esposa, Kathryn Bigelow, que dirigiu de maneira invejável seu "Guerra ao Terror";

* Filme: Entre grandes favoritos e possíveis azarões, essa ideia da Academia de inflar o número de indicados para dez, numa nítida tentativa de aumentar a espectativa e, como consequência, a audiência da noite de premiação, fez da lista uma boa diversidade. Entretanto, posso destacar 4: "Amor sem Escalas", "Avatar", "Bastardos Inglórios" e "Guerra ao Terror". Grandes filmes que têm enormes chances de vencer. Aposto em "Guerra ao Terror" por tratar de uma realidade norte-americana de forma vibrante, tensa, bem próxima da verdade. Esse, para mim, será o grande vencedor da noite (pode vencer também nas categorias de Montagem e Fotografia).

Duas grandes injustiças: primeiro, terem deixado de fora, tanto em Filme como Diretor, Clint Eastwood e seu belíssimo "Invictus". Segundo, a Academia ter ignorado totalmente o magistral "Inimigos Públicos", de Michael Mann. Fiquei mais que decepcionado. E, ficarei ainda mais se esse "Avatar" brilhar em alguma das categorias principais. Bom, desabafo postado, agora é só torcer.

Para finalizar, duas dicas para quem, como eu, se acha bom entendedor do "universo oscariável": no site do IG, existe um tipo de bolão que premiará com três filmes o indivíduo que mais acertar os vencedores da premiação. Já no site do Cinemark, os quatro primeiros "adivinhos" ganharão entradas grátis na rede até o fim do ano.


H (Fik a dik)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Uma verdade de cada vez - 3a parte


Não é fácil para ninguém admitir que se tem um vício. Até porque, a própria alcunha do termo surge da visão alheia sobre algo que age sofregamente sobre nossos sentidos. Para quem a faz uso (ou é usado), tal ato é tido apenas como uma escapatória, ou ainda, uma maneira prazeirosa de curtir alguns instantes de vida.

Muitas vezes para facilitar uma interação grupal, desafiar parentes ou somente para chamar a atenção (fazendo algo estúpido, na maior parte do tempo), somos compelidos a tomar partido de substâncias duvidosas e tentadoras, verdadeiros chafarizes do convívio sociocultural de uma fase conturbada da vida.

Eu admito. Vivi vários desses momentos, fazendo uso de algo que não me orgulho nem um pouco. Tudo começou como na maior desses casos: influência de amigos. Aos 16 anos, em uma busca desnorteada por identificação, acabei por aceitar tal vício como um passe de entrada para um universo paralelo. Meu universo.

Não foi a mais sábia das decisões. Porém, pior do que o início foi a sua continuação. Porque tudo age como num poço sem fundo. Prevendo que a descoberta de tal malefício por parte dos meus pais seria o fim do paralelismo dos meus universos, tive que inventar e recriar mentiras para justificar meias-verdades ensaiadas com precisão cirúrgica. Cheguei ao ponto de não comentar meus trabalhos de meio-período como office-boy e meu estágio numa escola de informática que, na verdade, era remunerado. Tudo isso para garantir as provisões de sustento do meu vício.

Vivi dessa forma por quase 2 anos, até que uma perda muito significativa me fez rever alguns fatores do que eu gostaria para o meu futuro. Assim, claro, depois de muito custo, abandonei esse artifício questionável.

Contudo, ainda hoje sofro de remorso por não haver contado aos meus pais sobre isso quando tive chance. Talvez tenha sido melhor assim.


H ("dá-me um cigarro")

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Discussões biblioteconômicas


O que cinco anos de inanição não são capazes de fazer com uma mente hiperativa num corpo sedentário?!

Nessa época de férias escolares, enquanto me recordo que falta pouco tempo para a volta das minhas aulas, além do fato de esse ser o meu (provável) último ano de faculdade, sinto uma tristeza porque me lembro do início.

Me senti tão deslocado, demorando mais que o aceitável para me enturmar, que ficou difícil apreciar as inúmeras possibilidades que a faculdade e o curso ofereciam. Nada de EREBDs, ENEBDs, CEPEUSP, Bandeijão etc. Quinta & Breja?! Vinte, trinta minutos no máximo!

Meus veteranos, pessoas que poderiam tornar tais eventos mais simples e presentes em minha vida acadêmica, nem sequer me recepcionaram.

E, talvez, por vontade de fazer a diferença, unida a essa sensação de chegar ao fim da empreitada sem orgulho de nada, olhando pelo caminho percorrido e pensando "será que eu fiz algo para ser lembrado ou, ao menos, digno de lembrança?", resolvi então participar, recentemente, de um grupo de "veteranos" que, entre outras coisas, estão empenhados em garantir uma boa recepção aos novos alunos do curso.

É estranho se sentir ainda útil, apesar da "alta quilometragem" adquirida. Discutir palestras, monitorar eventos, mobilizar outras pessoas, debater decisões importantíssimas etc. Se eu soubesse como era se sentir assim desde o começo, teria feito parte dessa "biblio-família" a mais tempo.


H (just in time)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Diretores - Ingmar Bergman


O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico.” (Jean-Luc Godard, cineasta francês)

Ernest Ingmar Bergman, talvez o mais influente dos diretores europeus, nasceu na cidade de Uppsala, Suécia, em 14 de julho de 1918. Criado no seio de uma família protestante, desde criança, Bergman demonstrava uma predileção por peças teatrais, principalmente pelas adaptações escolares e o teatro de marionetes.

Aos 18 anos, ingressa na Escola Superior de Estocolmo, onde seu interesse pelo teatro mostrou-se imperturbável. Logo após se formar, conseguiu um lugar como diretor-assistente no Teatro Dramaten e lá ficou até 1942. Foi nesse período que dirigiu sua primeira peça, “Morte de Kasper” (1941). Também são dessa época seus primeiros roteiros, escritos para os mais importantes cineastas suecos.

Seus primeiros filmes foram influenciados por Marcel Carné (diretor francês) e pelo realismo poético francês. O próprio Bergman se considerava um diretor sem estilo e que copiava os que admirava. Não demorou muito para tornar-se um renovador do cinema e foi um dos primeiros a abordar o tema da incomunicabilidade do casal como ponto central da trama.


Contudo, foi apenas em meados da década de 1950 que conseguiu o reconhecimento merecido, depois que a comédia “Sorrisos de uma Noite de Verão” (1955) venceu o prêmio do júri no Festival de Cannes. A partir daí, sua obra adquiriu mais consistência e, consequentemente, fama. Era um diretor cultuado não só por seus compatriotas, como também por todos na Europa.

Depois de “Sorrisos...”, Bergman concluiu duas de suas mais importantes e conhecidas obras na seqüência, “O Sétimo Selo” (foto acima) e “Morangos Silvestres”. Com eles, tornou-se célebre. “O Sétimo Selo” (meu filme favorito dele.. rs) conta a história de um cavaleiro medieval que joga xadrez com a Morte para tentar salvar a sua vida. Cínico, não acreditava na sua salvação nem da humanidade, no caso, destruída pela peste negra e pelo obscurantismo da Igreja, que queimava bruxas e atormentava a todos com a Inquisição. Poucos momentos são mais belos quanto a cena final, um balé macabro em que todos, de mãos dadas, seguem guiados pela morte para o fim metafísico.

Em seu universo criativo, além do universo feminino, a presença de Deus, as teorias de Jung, descendo às profundezas da condição humana, leva o público a se questionar sobre assuntos até então renegados pelos demais gêneros cinematográficos. Seus trabalhos lidam geralmente com questões existenciais, como a mortalidade, a solidão e a fé (e, porque não, sua descrença). Suas influências literárias, assim como era de se esperar, provêm do teatro: Henrik Ibsen e August Strindberg.

Em abril de 1976 exilou-se voluntariamente por causa de uma perseguição do fisco sueco. Estabeleceu-se em Munique e trabalhou no Residenzteather. Ao mesmo tempo, convidado a ir até Hollywood, realizou uma de suas obras mais fracas, “O Ovo da Serpente”, hoje um de seus filmes mais cultuados. De volta ao seu país, fez a mais ambiciosa produção de sua carreira, uma espécie de ''enciclopédia'' bergmaniana: ''Fanny e Alexander'' (foto abaixo). Neste momento declarou terminada sua obra para o cinema, decidindo trabalhar só para o teatro.


Ao longo de seus mais de 40 filmes, Bergman voltou várias vezes aos mesmos temas, porém, nunca da mesma forma. Seguiu fazendo obras-primas, uma atrás da outra, todas em preto-e-branco. Segundo Bergman, a preferência pelo contraste devia-se ao fato de que os sonhos eram em preto-e-branco e ele filmava seus filmes como sendo pesadelos existenciais. Até que descobriu a cor e mais uma obra-prima surgiu: "Gritos e Sussurros" (1972), a ode em vermelho às mulheres.

Vencedor de três Oscar® na categoria de Melhor Filme Estrangeiro (“A Fonte da Donzela”, 1959; “Através de Um Espelho”, 1961; e “Fanny e Alexandre”, 1982) e indicado outras três vezes ao Oscar® de Melhor Direção, recebeu, em 1971, o prêmio Irving G. Thalberg Memorial Award por sua inestimável contribuição à sétima arte. Faleceu em 30 de julho de 2007, na sua residência, na Ilha de Faro, de causas naturais. Foi, sem dúvida alguma, um dos cineastas que mais contribuiu para fazer o cinema ser conhecido como forma de expressão artística.

Algumas de suas obras-primas que eu recomendo:


H (desculpe-me, mas é meu diretor favorito)