terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Momento poesia VII


Depois de alguns dias de férias em Curitiba (que logo, merecerá um post!), aqui estou de volta para a realidade desmedida dessa cidade. Pois bem, deixando isso de lado por enquanto, fecho o ano postando uma das minhas poesias favoritas, que foi inspirada no poema "Psicologia de um vencido", do magnífico Augusto dos Anjos:


Consciente Plágio*

Eu, irmão do desespero e da agonia
Pai do vento e de cada instante
Sofro, desde o derradeiro dia,
O mal da flecha alucinante.

Um mal feito de veneno e alegria,
Uma mistura que me deixa delirante,
E me faz com que sorria
A cada momento certo e errante.

Logo o coração – esse bruto coração –
Foi enganar-me tão certamente,
Uma traição que odeio e gosto ...

Pois se for para sofrer, que seja paixão;
Se for para trair, que não seja aparente,
Esse sentimento que é o Amor, isso eu aposto!


* Escrita em 14/06/2000.


Feliz Ano-Novo a todos. Degustem com parcimônia tudo que esse dia pode, deve e irá (ou não) significar e proporcionar... Nos vemos em 2009.


H (mais torrado que amendoim! rs)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Conto de Natal - 2a parte


Bom, compartilhando o "espírito de Natal" que permeia esse dia, segue a parte final do meu conto de Natal. Como já disse, alguns não gostarão do fim, mas a história é minha, e ninguém tem nada com isso! Não, brincadeira. Tem fazer o melhor. Claro que o melhor ficou uma bosta, mas..


"- Tudo bem. Então eu tenho algo para te contar. – começou ela. – Eu não sei ainda como você vai reagir a tudo.. não vai ser fácil, tenho certeza. Nos últimos três meses venho tentando disfarçar, arrumando desculpas e mais desculpas para não tocar nesse assunto com você. Mas eu não consigo mais, Carlos Eduardo! – esbravejou ela, batendo o punho na mesa. – Sinto-me como se tivesse um nó na garganta.. mal consigo lhe encarar quando você está em casa, imaginando como vai ser difícil quando você souber o que vou te contar.

Disse essa última frase num sopro. Ela mesma quase não ouviu suas palavras. Fez uma pausa. Desejava que ele dissesse algo, por mais insignificante ou desconexo que fosse, queria muito que ele dissesse algo. Mas ele não disse. Levantou a cabeça lentamente, porém sem encarar seus olhos. O rosto dele estava vermelho. Ela não sabia se de raiva, frustração ou vergonha. Ela continuou:

- Você deve se lembrar dessa mesma época no ano passado.. todos os nossos parentes e amigos estavam aqui.. ceamos todos juntos. Você deve se lembrar.. foi exatamente nesse dia que você ganhou essa bermuda que está usando. – ela disse rindo.

Ao ouvir aquilo, ele sentiu um estalo. Levantou a cabeça e começou a fitar o teto da cozinha, como se estivesse procurando alguma rachadura ou, simplesmente, alguma discrepância em seu relevo. Agora ele já sabia qual era o assunto em pauta. E fez questão de transmitir toda a sua impaciência na resposta que deu: - Sim, sim, sim.. – e completou em tom irônico – Foi um dia ma-ra-vi-lho-so!
Ela não gostou daquilo. Odiava com todas as suas forças aquele tom que ele costumava usar sempre que queria demonstrar sua insatisfação contra algo. Contudo, foi bom ouvir aquelas palavras. Ela percebeu que ele, provavelmente, se não sabia, pelo menos já desconfiava sobre o que ela queria conversar. Isso lhe deu mais forças para ir direto ao ponto.

- Ele não virá esse ano, Carlos Eduardo. Sinto muitíssimo, mas ele me disse que estará muito ocupado.. você sabe como é essa época do ano, não é? – disse ela, olhando-o tenramente – é muito trabalho e pressão para uma só pessoa. Você compreende?

Ele já tinha vasculhado todo o teto pelo menos cinco vezes. Sabia de cor o número de manchas de infiltração e os pontos que precisavam de uma nova mão de tinta. Porém, ele também estava prestando atenção naquilo que ela dizia. Tanto que, logo que ela lhe fez a última pergunta, ele a encarou pela primeira vez naquela tarde.

- Claro que eu compreendo.. compreendo sim.. compreendo que é tudo uma farsa! Uma mentira mais que deslavada! – ele falou, dando um murro na mesa. – Você acha que eu sou tão idiota ao ponto de acreditar nessa história de novo?! Pelo amor de Deus! Eu já tendo 12 anos, mãe.. não sou mais nenhuma criancinha que precisa ouvir essas crendices de Papai Noel e tal. Você acha que eu não sei que, durante todos esses anos, era o tio Felipe que se fantasiava de Papai Noel?? – ele sentiu o sangue ferver em suas veias – E agora, só porque ele largou a tia Regina para fugir com aquela loira gostosona do escritório dele, você cria essa historinha de que o “Papai Noel não virá”! Me economiza, vai! – disse ele, virando o rosto para o lado.

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos. De repente, o relógio da parede voltou a funcionar. Seu tic-tac inundou a cozinha de apreensão. Ela estava estupefata! Não esperava por aquilo. Sentiu a boca aberta e a garganta seca. Tentou engolir um pouco de saliva e pensar. Pensar em qual atitude tomar depois desse discurso insatisfeito dele. Não seria fácil. Meneou a cabeça e falou a melhor solução que lhe veio naquele momento:

- Você está de castigo! Vá já para o seu quarto e só saía de lá quando seu pai e eu lhe chamarmos para conversar sobre essa sua atitude, mocinho!
- Mas.. mas.. isso não é justo! – ele tentou retrucar.
- Pois é.. a sua atitude também não foi justa. Por isso, vá logo para o seu quarto! – respondeu ela, apontando o dedo em direção ao corredor.

Ele levantou muito a contragosto, quase derrubando a cadeira. Seguiu seu caminho de cabeça baixa, resmungando algumas coisas indecifráveis. Bateu a porta do quarto com vontade.
Com a batida, ela teve um sobressalto. Um turbilhão de coisas passava pela sua mente. Comos, quandos e porquês varreram sua memória atrás do momento exato em que perdeu as rédeas.

- Injusto é o fato de as crianças não acreditarem mais em Papai Noel. – e ponderou: - Será que toda essa raiva e decepção surgiram por que, no último ano, ele ganhou uma bermuda azul ao invés da camuflada que ele tanto queria?"


Feliz Natal a todos. Engordem bastante. Janeiro é época de abate (afinal, as contas estão só esperando as badaladas do dia 1º!)


H (Entrando em férias!)

sábado, 20 de dezembro de 2008

Conto de Natal - 1a parte


Pois é, o Natal está aí. E como é de costume nessa época, chove email de felicitação e desejos, com histórias emocionantes e surpreendentes sobre essa data. Como não podia deixar passar, alguns meses atrás, resgatei um "conto de Natal" que o Michel e eu escrevemos para os nossos amigos na época. Postarei ela aqui em duas partes. Já aviso que ela não tem um final feliz. Com certeza, alguns não gostarão de lê-lo até o fim. Bom, mas o que eu posso fazer? Segue a primeira parte:

"Depois de uma última olhada no relógio do microondas, ela ouve o barulho do portão fechando. Ele chegou. Um pouco atrasado, mas chegou. Talvez por causa do trânsito, ou por outro motivo qualquer que no momento não era o mais importante. O importante mesmo era que aquele tinha que ser o instante. Não podia mais esperar para falar a verdade a ele. Ela lembra de estar enrolando a quase três semanas, tentando criar coragem para desabafar, colocar tudo que precisava para fora. A situação já estava insustentável. E era tão simples de se resolver.

Ela estava decidida. Quando escutou a maçaneta da porta da sala girar, seu coração começou a palpitar. Por um breve momento, se sentiu fraca. As pernas ficaram bambas, não o bastante para que desmaiasse, porém o suficiente para ela ter certeza: não seria nada fácil.

A porta se abriu como se estivesse em câmera lenta. Cada milésimo de segundo parecia interminável. Assim que a porta se cerrou por completo, eles se olharam como se a muito tempo não se vissem. Os sorrisos amarelos, tomando-se em conta a situação, foram inevitáveis.

Ele atravessou o corredor que ligava a sala à cozinha com seus passos arrastados de costume. Não parecia desanimado, apenas cansado. Passou por ela, lhe deu um beijo no rosto, perguntando com uma voz de quem não demonstrava tanto interesse em saber a resposta: “Oi, tudo bem?” Isso pesou em seus ombros. Sentiu uma vontade voraz de desabafar. Descarregar até a última letra da sua metralhadora de palavras. Contudo, limitou-se apenas a dizer: “Tudo bem.. e o seu dia, como foi?” Antes que ela terminasse a pergunta, ele já estava no quarto. Respondeu de lá mesmo, aumentando um pouco a voz: “Ah, você sabe.. o mesmo de sempre.. nenhuma novidade”.

Ficaram alguns minutos em silêncio. Logo, ela ouviu o barulho do chuveiro. E pensou: “Ele realmente está mudado. Não é seu costume tomar banho antes de comer!”. Puxou uma cadeira e se sentou. Olhou fixamente para o relógio da parede. Parado. Precisava trocar a pilha. Porém, sua necessidade maior não era essa. Tentou pensar no que falar, revisar os pontos principais, criar uma seqüência em sua cabeça para que nada ficasse de fora. Sem sucesso. Ela sabia que os minutos estavam passando. Pode ouvi-lo abrindo o guarda-roupa.

Transferiu o olhar para suas mãos, espalmadas sobre a mesa. Sentiu-as úmidas. Pela primeira vez, reparou nas rugas que começavam a aparecer. Definitivamente o tempo não estava a seu favor.

Ele passou por ela, indo em direção a sala. Apesar do clima ameno, usava uma regata e uma bermuda. A mesma bermuda que ele havia ganhado no último Natal.

Já estava no final do corredor quando ela, criando muita coragem, chamou: “Querido? Será que você pode vir até aqui? Precisamos conversar” Agora o suor já brotava aos montes na sua nuca. Podia sentir as gotas descendo por sua espinha, gelando-a.

Quando ouviu a frase, ele estancou. Levou alguns segundos para girar nos calcanhares e fazer o caminho de volta. Apesar de conseguir ver o seu rosto, reparou que ele tinha o olhar fixo no chão, como se já soubesse qual era o assunto que ela queria discutir. Essa idéia lhe deixou ainda mais preocupada. Arrependida, na verdade. Queria não precisar dizer aquilo que ia dizer, mas não podia mais. Lembrou das noites mal dormidas, remoendo essa história que necessitava de um fim. Logo.

- Sente-se aqui, ao meu lado.
- Mas o que aconteceu? É alguma coisa grave? – já foi ele perguntando num tom defensivo, demonstrando que gostaria de estar em qualquer outro lugar, menos ali, tendo aquela conversa.
- Antes de começar, quero te perguntar: você tem alguma coisa que queira me dizer? – disse ela, olhando-o de soslaio.
- Eu? Eu.. não.. nada. – respondeu gaguejando. E completou, cabisbaixo – eu, nada.
- Tem certeza, Carlos Eduardo? Não tem nada que esteja te afligindo?

Carlos Eduardo. Ela só o chamava assim quando o assunto era de muita gravidade. Raríssimas vezes ouviu seu nome inteiro sair da boca dela. Ainda mais com tantas perguntas embutidas. Ele apenas sacudiu a cabeça, num movimento de negação.

Ela precisava agir. Viu-se encurralada. Imaginou que, com um diálogo, talvez conseguiria transmitir tudo que era preciso. Seria tudo mais fácil, se ele cooperasse. Porém, parece que teria de ser na base do monólogo mesmo. Esperou mais alguns segundos para ver se ele diria algo. Nada. Continuou cabisbaixo, sem nenhum espasmo muscular que fosse. Ela sentiu seus olhos marejarem."

To be continued...


H (Ho.. ho.. ho)

Compositores - Bernard Herrmann


Nascido em Nova York no dia 29 de junho de 1911, Herrmann foi um prodígio que iniciou a compor ainda adolescente. Sua amizade com o então apenas promissor diretor Orson Welles levou-o a compor para muitos dos programas de rádio desse e, também, ao seu primeiro score cinematográfico: “Cidadão Kane” (1941). Em contraste ao estilo que prevalecia em Hollywood, as trilhas de Herrmann, no lugar de luxuriantes arranjos para toda a orquestra, possuíam orquestrações incomuns, normalmente dando ênfase a uma categoria específica de instrumentos. É o caso da música de “Psicose” (1960), composta exclusivamente para cordas. Igualmente inovador foi o uso de temas breves e facilmente reconhecíveis, ao invés de melodias mais longas.

Apesar de Herrmann ter sido um sujeito difícil e irascível, ao longo de sua carreira manteve com sucesso algumas parcerias com diretores e produtores. O compositor é lembrado pelo cinéfilo principalmente por sua colaboração com o mestre do suspense, Alfred Hitchcock. Dentre as muitas trilhas para Hitchcock, destacam-se “O homem que sabia demais” (1956), “Um corpo que cai” (1958) e o já citado “Psicose” (1960).

Tão importante quanto a colaboração com Hitchcock foi a obra de Herrmann dedicada ao cinema fantástico. Como nenhum outro de seus colegas, "Benny" (como seus amigos o chamavam) conseguia não apenas criar melodias para acompanhar as imagens de um filme, mas também transportar essas imagens para a música, elevando-a para uma nova dimensão de impacto.

Muitos discutem se Bernard Herrmann foi o maior compositor de cinema que já existiu. Mas é indiscutível que Herrmann, graças ao seu legado em termos de estrutura musical, uso de instrumentação inovadora e estilo de composição, teve grande influência no modo como os filmes passaram a ser musicados, e conquistou seu lugar na galeria dos grandes compositores da Era de Ouro de Hollywood. Morreu em 23 de dezembro de 1975, algumas horas após encerrar as gravações de “Taxi Driver”.

Algumas de suas composições:

* Cidadão Kane (1941)
* Soberba (1942)
* O fantasma apaixonado (1947)
* O dia em que a Terra parou (1951)
* O homem errado (1956)
* Um corpo que cai (1958)
* Intriga internacional (1959)
* Psicose (1960)
* Fahrenheit 451 (1966)
* Taxi Driver (1976)



H (Norman Bates para presidente! rs)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Uma nova "visão" do mundo


“Basta olhar no fundo dos meus olhos
Pra ver que já não sou como era antes...”
(Jota Quest – Vem andar comigo)

“Esses seus olhos tão amenos e profanos;
Um universo de amor e de ilusão...
Um longa estrada de pedras e enganos,
Na qual se perdeu meu coração.”
(Agamenon)

“(quem não tem colírio usa óculos escuros)
A formiga só trabalha porque não sabe cantar
Quem não tem colírio usa óculos escuros
Quem não tem filé come pão e osso duro
Quem não tem visão bate a cara contra o muro.”
(Raul Seixas – Óculos escuros)

“Se as meninas do Leblon não olham mais pra mim
(Eu uso óculos)
E volta e meia eu entro com meu carro pela contramão
(Eu tô sem óculos)
Se tô alegre eu ponho os óculos e vejo tudo bem
Mas se estou triste eu tiro os óculos eu não vejo ninguém
Por que você não olha pra mim?
Me diz o que é que eu tenho de mais
Por que você não olha pra mim?
Por trás destas lentes tem um cara legal”
(Paralamas do Sucesso - Óculos)

“Certo dia, pus-me a olhar para frente e nada vi além de borrões e arranhões, imagens distorcidas de uma certeza já inexistente. Confudi-me com o que meus olhos viam (ou deixavam de ver). [...] Meu mundo não podia estar mais perdido. Me achei perdido, no meio de vários rostos borrados. O veredicto não podia ser mais desanimador: nada mais seria como antes. Era chegada a época das mudanças. Mas por que elas precisam acontecer quando estamos no ápice (na verdade, eu pensei que havia chegada ao ápice.. doce ilusão!)? [...] Meu modo de ver o meu redor está diferente, disperso, distraido, confuso.. afinal, como me concentrar como esses óculos na frente dos meus (lindos) olhos castanhos?!”
(Michell Ferrera)

Essas divagações (e piadas) são apenas alguns reflexos da minha vida daqui para frente. Uma nova realidade se abre diante dos meus... óculos! rs Welcome, new life!


H (baixinho, barrigudo, careca, feio e, agora, de óculos! rs)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cabeceira do H - Tal pai, tal filho


Não posso dizer que fui ou sou um leitor assíduo de Stephen King. Li um ou outro, mas, em alguns casos, gostei mais da adaptação de seus romances para a telona. Foi assim com “O Iluminado”, “Louca obsessão”, “Tempestade do século”, “Rose red”, para citar alguns.

Porém, o autor do livro que vou falar nesse post não é o mestre do terror. Não. Mas alguém bem próximo. Tal próximo que os estilos chegam a se confundir, cada um com sua peculiaridade, claro!

Vamos ao momento flashback: como eu disse no post anterior sobre esse tema, decidi comprar “A menina que roubava livros” com o vale-presente que alguns amigos me deram de aniversário. Mas ainda sobrava dinheiro para mais um. Então, comecei a passar os olhos por algumas capas. Vi alguns realmente interessantes, porém nenhum que se encaixasse no valor total do vale. Até que, num momento quase sobrenatural, um deles me atraiu de tal forma que, juro, nem liguei para o valor! Na capa, uma estrada pouco iluminada, um céu nublado, uma floresta ao redor.. e uma frase de efeito (para variar!): “Mais cedo ou mais tarde, os mortos nos alcançam...”. Uma atendente, vendo minha cara de admiração diante do livro, se achou no direito de interromper minha contemplação: “Você sabia que esse autor é filho do Stephen King?”. Ela teve sorte! Se fosse outro caso, teria a ignorado por completo. Mas a frase dela só me fez ter mais certeza: aquela era “o” livro!

A estrada da noite” (Heart-shaped box), de Joe Hill, conta a história da lenda do rock Judas Coyne, um colecionador bem original. Sua gama de objetos macabros traz desde um laço usado num enforcamento, até uma fita com cenas reais de assassinato. Através de seu agente, Coyne lê a chamada de seu próximo souvenir: um paletó assombrando pelo espírito de seu antigo dono, que será leiloado. Sua oferta de US$ 1.000,00 vence e, assim, o estranho objeto chega numa caixa preta, em forma de coração. Logo, o que parecia uma brincadeira, torna-se uma verdadeira corrida pela vida, através da estrada da noite. O fantasma existe mesmo, mas o proprietário não foi escolhido à toa! O que acontece a partir daí? Só lendo para vocês saberem. Fazendo uma narrativa soberba e cheia de surpresas, Joe Hill mostra que, na verdade, não veio para substituir seu pai. E que nem deve ser comparado a ele. Joe Hill veio para somar e, ao mesmo tempo, dar um sopro de ânimo (que, em alguns momentos, parece até um furacão! rs) nos fãs do gênero.

Filho de peixe... elefante é que não vai ser!


H (“Vamos dar um passeio juntos [...] pela estrada da noite”)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Tirando meu doce


"Tudo que é bom dura pouco". Um dito popular bonitinho, principalmente se não tem nenhum envolvimento com a sua vida, ou, em outras palavras, "Pimenta nos olhos dos outros é refresco"! Malditos sejam esses ditados, para o inferno com todas essas frases clichês!

Depois de ter passado por um ótimo fim de semana, coisa que não acontecia nos útimos 2 meses (no mínimo!), depois de me encher de esperança a ponto de cantar a vitória (que, agora, tenho certeza, "foi antes da hora"!).

Devia ser proibido trabalhar de segunda-feira (talvez o próprio verbo devia ser facultativo!). A verdade é que o dia não estava tão ruim, mas uma única notícia¹ foi capaz de acabar com todo o planejamento de outro final de semana que tinha tudo para ser perfeito. É, cada dia que passa eu me convenço de que a vida é uma caixa de Pandora.Justificar
Mas um dia eu chego lá também, Terezão! Vou mandar e desmandar quando e como eu quiser só para fuder com os planos de fim de ano todos. Aguardem-me, porque 2020 está aí! rs


¹ a referida notícia é que, apesar de achar que não trabalharia mais de sábado esse ano (doce ilusão!), dia 20 (20!!!) de dezembro, vou trabalhar até meio-dia! Obrigado de novo, Terezão e afins... espero que o ano termine uma merda para vocês também!


H ("Quem espera [...]" envelhesse, fica chato e morre sozinho!)


* foto retirada do site iStockphoto

domingo, 14 de dezembro de 2008

Compositores - Alfred Newman


Recentemente, enquanto via um vídeo no Youtube com as melhores trilhas sonoras de filmes de todos os tempos, tive a idéia que começo a lançar hoje: uma série de biografias dos principais compositores de trilhas sonoras cinematográficas.

Logo na primeira pesquisa, surgiu uma lista imensa de possibilidades. Nomes totalmente desconhecidos, porém responsáveis por arranjos que marcaram época. Dentre os encontrados nas minhas buscas, selecionei 13 nomes admirados e cultuados por qualquer cinéfilo que se preze. Mesmo não os conhecendo de nome ou rosto, pode ter certeza que eles compuseram clássicos da sua infância e juventude (em alguns casos, dos seus pais ou avós também.. rs).

Para o início, não poderia escolher outro que não o considerado mais importante e influente arranjador musical e compositor de Hollywood, Alfred Newman (foto). Nascido em Connecticut, em 1901, Newman é detentor do recorde de indicações e premiações do Oscar (44 indicações, 9 Oscars). Foram mais de 30 anos (1937-1970) de criações sublimes e arranjos magistrais.

Tudo começou aos 8 anos, quando o então pianista prodígio ganhou uma bolsa de estudos com Sigismond Stojowski e se mudou para Nova Iorque. Largou os estudos aos 14 anos para ajudar definitivamente a família ao ser contratado como pianista pelo teatro Strand, na Broadway, e logo aos 18 anos tornou-se um condutor e arranjador musical estabelecido, conhecido e solicitado pelos melhores compositores, inclusive, George Gershwin, Richard Rodgers, Cole Porter, Jerome Kern e Irvin Berlin. Foi graças a este último que Newman, em 1930, foi parar na costa oeste dos Estados Unidos. Quando Berlin foi levado para Hollywood na alvorada da Era do Som, conseguiu levar também Newman. Ele nunca retornou a Nova Iorque depois disso, pois foi logo convidado pela United Artists para ser o diretor musical deste estúdio em ascensão. Seu primeiro score original foi composto para “Street Scene” (1931), um filme produzido pelo chefe de estúdio Samuel Goldwyn. Ainda como diretor musical na UA, em 1933 escreveu a, agora famosa, fanfarra com metais e percussão como “logomusic” da abertura da 20th Century-Fox. Newman deixou a UA no final de 1938. Então, Darryl F. Zanuck o chamou para ser o diretor musical da 20th Century-Fox. Newman ganhou 8 dos seus 9 Oscars para a Fox. Ali, ele criou escola marcando época com seus scores neo-românticos, sensíveis e perfeitamente adaptados às cenas para as quais foram escritos. Newman escreveu praticamente todas as clássicas trilhas sonoras para os filmes mais importantes da Fox na época. O respeito que todos os músicos de Hollywood tinham por ele pode ser bem avaliado pela afirmativa do compositor de temperamento mais difícil da história do cinema, Bernard Herrmann: “Alfred Newman ajudou a elevar o estado da arte da música de filmes à perfeição". Newman deixou a Fox em 1960, mas ele continuou a trabalhar como “free-lancer”. Autor de 142 trilhas sonoras, uma boa parte como arranjador e diretor musical, Alfred Newman morreu em 17 de Fevereiro de 1970, logo depois de compor a trilha sonora de “Airport”. Parte do seu legado está exposto na Biblioteca Alfred Newman na USC, um projeto assumido e mantido por Martha Newman, a esposa do compositor.

Alguns de seus arranjos:

* Morro dos Ventos Uivantes (1939)
* Como Era Verde o Meu Vale (1941)
* A Canção de Bernadette (1943)
* A Malvada (1950)
* Suplício de uma Saudade (1955)
* O Diário de Anne Frank (1959)
* A Conquista do Oeste (1962)
* A Maior História de Todos os Tempos (1965)


H (na profissão errada, eu sei!)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Direitos humanos?


O ano era 1948. O mundo tinha acabado de presenciar um dos momentos mais devastadores e desumanos de toda a história: a Segunda Guerra Mundial. Até aquele momento, nenhum ser sabia se tinha direitos e deveres perante tudo e todos. E o que fazer para garantir que um novo ato contra a humanidade acontecesse? Como promover o respeito e seguridade de todos os seres humanos?

Para isso, ou na tentativa disso, no dia 10 de dezembro de 1948, durante a Assembléia Geral das Nações Unidas, em Paris, presidida pelo, então, secretário-geral da ONU, o norueguês Trygve Halvdan Lie, foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ao todo, foram 48 votos a favor, nenhum contra e 8 abstenções. A Declaração estabelece, entre outras coisas, o direito a vida, a nacionalidade, ao trabalho, a educação e a liberdade de pensamento e religião. Ela é formada por um preâmbulo e 30 artigos que enumeram os direitos humanos e liberdades fundamentais de que são titulares todos os homens e mulheres, sem qualquer discriminação.

Seus artigos trazem idéias que já eram pregadas pelos cristãos, filósofos da Antiguidade, além de outros pensadores da Idade Média. Segue alguns artigos da Declaração, aqueles que acho os mais importantes e, talvez, os mais negligenciados:

Artigo 1

Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. (Taí uma coisa que falta muito: fraternidade!)

Artigo 2

I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. (E a Apartheid foi o quê, então?)

Artigo 3

Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. (Esqueceram de excetuar a população do Rio de Janeiro, São Paulo, Iraque, Israel, ...)

Artigo 5

Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. (Ou seja, não houve ditadura militar no Brasil!)

Artigo 9

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. (Sério: a ditadura existiu mesmo?! Ou foi uma “visão” que o LSD proporcionava na época?!)

Artigo 12

Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. (Faltou dizer: “P.s.: válido somente para políticos e/ou pessoas influentes perante a sociedade”.)

Artigo 13

II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. (Então se um tibetano quiser sair da China, ele pode voltar?)

Artigo 18

Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. (Esse eu prefiro nem comentar.. afinal, religião é um tema TÃO respeitado hoje em dia!)

Artigo 21

II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. (Isso, quando o país oferece esse serviço público! Vai dizer isso para qualquer pessoa de um país africano ...)

Artigo 23

III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. (Antigamente, chamavam isso de salário mínimo. Hoje, ...)

Esses são só alguns. Claro que eu gostaria de citar mais, porém, esse post ficaria comprido demais. Num próximo post, talvez, eu comente algo além.


H (um ser humano?)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Momento poesia VI


Além do (in) certo*


Hoje eu quero ser triste,
não sentir alegria por nada,
ficar na minha, solitário,
imaginando a monotonia da estrada.

Hoje eu quero ser infeliz,
não fazer ninguém rir,
não encontrar ninguém conhecido,
para não dizer o que ninguém merece ouvir.

Hoje eu quero ficar triste,
ser o mais distante de um amigo,
refletir sobre tudo que existe
e descobrir: por que de novo comigo?

Hoje eu quero ficar sozinho,
assim me sinto mais completo.
Afinal, confiar nunca é o melhor caminho
quando se convive com o incerto...


* escrita em 15/11/2006.


H (às vezes, a solidão é o melhor remédio)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Minha paixão tricolor


Numa madrugada qualquer de dezembro de 1992, levantei para tomar um copo de água. Como na época a casa onde morávamos tinha seus cômodos quase unidos num único, ouvi a tv ligada na sala. Chegando lá, vi meu pai assistindo um jogo de futebol. E eu perguntei “Futebol de madrugada? Mas não está escuro no campo!” (inocência pura!). Meu pai respondeu “É que o jogo está acontecendo no Japão, do outro lado do mundo. São Paulo e Barcelona”. Já que estava ali, resolvi ficar e assistir até o final.

Nunca fui muito entendido de futebol como a maioria dos meus colegas. Nem jogar futebol eu gostava muito. Mas ali, naquela sala, naquela madrugada, vendo aquele time brasileiro sendo campeão mundial pela primeira vez, eu havia decidido: seria sãopaulino pelo resto dos meus dias.

Comecei a acompanhar os noticiários esportivos, li matérias e livros sobre o passado e o presente do time, vi as principais conquistas (apesar de não serem muitas na década passada). Vi o bicampeonato da Libertadores e Mundial, o Expressinho ganhar a Commebol, chorei vendo o Palhinha (aquele perna-de-pau, fdp!) jogar o nosso tri da Libertadores fora. Esperei 5 anos até que um time decente aparecesse para recolocar o São Paulo no rumo dos títulos. Caminho do qual nunca devia ter saído. Denílson, Raí, França.. que time era aquele! Conseguiram ganhar daquele time da Marginal que nem estádio tem!

E foi assim também no Paulista de 2000, no Rio-São Paulo de 2001, na volta a Libertadores em 2004. Em 2005, ano dos três canecos, pela primeira vez pisei na Arena Tricolor: Paulistão, São Paulo e Atlético do Sorocaba (eu sei, não foi um jogaço, mas valeu a pena). No final desse ano, quando o Tricolor ganhou novamente o mundo, me veio a mente a mesma imagem daquele molequinho de 10 anos decidindo que seria torcedor do São Paulo.

Nos dois anos seguintes, mais 3 títulos. Pela primeira vez, vi o Tricolor ser campeão brasileiro. E nesse domingo, 7 de dezembro de 2008, exatamente às 19:01h, tive o privilégio de ver, não só o maior feito do futebol brasileiro (o primeiro Hexacampeão!), mas o maior feito de toda a história do São Paulo: depois de anos e anos tentando conquistar algum título pela terceira vez seguida, essa veio justo com o título de maior expressão nacional!

Sou apaixonado por esse time e fiel até o fim. Se, no ano passado “todo mundo tenta, mas só o São Paulo é Penta!”, nesse ano “podem dizer o que quiser, mas somos os únicos Hexacampeões brasileiros!”

E como disse uma amiga hoje: “6-3-3?? Já estou me preparando para o 7-4-4!”


H (“aqui é trabalho, meu filho!”)

sábado, 6 de dezembro de 2008

Finito

Estranho no ninho (1975), filme de Milos Forman


Ufa! Até que enfim esse semestre teve um fim. Não aguentava mais essa procrastinação desmedida dos últimos 4, 5 meses. Isso chegou a tal ponto que tive realmente que dispensar meu blog para suar a camisa (exagero, eu sei!) e colocar no papel tudo que NÃO tinha feito antes. Foi ótimo. Nunca escrevi tanto em tão pouco tempo.

Enquanto estava na minha batalha em busca de "optatórias" decentes, recebi um aviso do sistema de matrícula que me deixou perplexo: "disciplinas obrigatórias do 9º semestre". Nono semestre! Meu Deus! Pouco tempo atrás estava aguentando a "Fumada" e seus comentários elucidativos psicóticos (fora aquela risadinha sacana!) e, agora já estou indo para o 9º semestre!

É realmente um paradoxo. Quantas e quantas vezes não pedi para o semestre acabar, para os estudantes inventarem uma greve qualquer. Agora, me arrependo. Percebo agora que deixei de aproveitar muita coisa. Claro que NÃO estou falando das aulas. Aulas, tenha dó! Para quem conhece Anticristo, as Gêmeas e companhia (ilimitada! rs), sabe do que estou falando.

Estou dizendo de ter aproveitado os momentos com o pessoal no CBD, as histórias hilárias contadas depois das 19h, a bagunça na salinha de biblio (saudades da Irenita!), dos apelidos "carinhosos" que saíam sem esforço algum. Ter ido em algum EREBD (pois é, sou virgem nessa parte!), participado mais das discussões e tomadas de decisões dos anos anteriores. Talvez, até ter me candidatado para RD. Pensando melhor, ainda bem que não fiz esse último.. rs

Mas sinto falta. Falta de andar por aquele corredor sem me sentir um "estranho no ninho" (Jack Nicholson da melhor espécie!). Mas é assim mesmo. Temos que dar espaço para os nossos bixos (tem esperança que um dia eles vão dominar o mundo! rs).

Ainda tenho um ano e meio dessa bagaça (isso se o TCC render!). Inclusive, mudando da água para o vinho, quero agradecer a pessoa Luciana Meira pelo post sobre o TCC dela. Logo convidarei outra pessoa para escrever aqui. E, se é para falar de novidades, o meu quadro "Hora H" ficará para 2009. Mas vai valer a pena.. rs

Férias, férias, férias.. e que venha a época da engorda! rs


H (não trabalho mais de sábado!)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

História com "H" - II


Para comemorar a minha volta (sim, eu voltei!), escolhi esse quadro que é um dos meus favoritos. Mas, antes, vamos as explicações: pensei muito em terminar com esse blog; extingui-lo e mandar todos seus posts para o limbo midiático do universo 2.0. Mas muitas pessoas me disseram o contrário. Depois disso, resolvi não me meter nos caminhos que esse blog toma ou tomará. Afinal, como uma amiga me disse, "esse blog é o seu mundo, criado a sua imagem e semelhança, certo? [...] por acaso você impõe limites ou restrições para a sua vida real?!". Logo, esse blog será pessoal o tanto que ele quiser. E eu não serei aquele que irá atrapalhar.

De volta a História:

Dumas Davy de la Pailleterie (Alexandre Dumas): romancista francês, nasceu nas proximidades de Paris em 24 de julho de 1802. Durante a década de 1830, participou ativamente da revolução que depôs o rei Carlos X. Mesmo depois de casado, com a atriz Ida Ferrier, continuou mantendo seus casos. Um dos seus filhos fora do casamento, recebeu seu nome e seguiu igualmente a carreira de romancista. Depois de deixar Paris e rodar por vários países europeus, firmou na Itália, onde se uniu na luta pela unificação do Estado. Retornou para Paris três anos depois. Faleceu em 05 de dezembro de 1870. Dentre suas muitas obras literárias, destacam-se: O Conde de Monte Cristo; Os três mosqueteiros; Rainha Margot; O Visconde de Bragelonne (série de contos do qual faz parte O homem da máscara de ferro). Suas obras foram traduzidas para quase 100 idiomas e renderam mais de 200 adaptações para o cinema.

Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart (Wolfgang Amadeus Mozart): nasceu em 27 de janeiro de 1756, em Salzburgo, Áustria. Foi uma criança prodígio. Começou a compor com 5 anos. Aos 17, faz sua primeira viagem para França e Inglaterra, juntamente com seu pai (Leopold Mozart) e sua irmã (Maria Anna Mozart, conhecida por Nannerl), com quem se apresentava em pequenos duetos. Depois de visitar vários outros países europeus, em 1773, é nomeado mestre de concerto da corte vienense e retorna a Salzburgo. Em 1781, demiti-se e passa a viver da renda de concertos, da publicação de suas obras e de aulas particulares. No ano seguinte, casa-se, contra a vontade do pai, com Constanze Weber. A partir de então, começa a compor com a colaboração de Lorenzo da Ponte. Suas obras não são bem aceitas pela corte vienense, mas fazem grande sucesso com o público em geral. São dessa época As bodas de Fígaro e Don Giovanni. Perdendo popularidade e com a saúde debilitada, passa o restante da década compondo trabalhos de pequena expressão. No início de 1791, compôs suas duas últimas obras, A Flauta Mágica e A Clemência de Tito. Reza a lenda que faleceu na madrugada de 05 de dezembro desse ano, enquanto terminava sua Missa de Réquiem em ré menor. Foi enterrado numa vala comum, no cemitério de São Marx, em Viena. Outra lenda que gira em torno da sua morte é que ela teria sido causada por Antonio Salieri, que invejava a notoriedade de Mozart na época.



H (meu dia do Fico!)

Idas e vindas - post convidado


Minhas inquietudes me tomam. Minha ansiedade transpõe na ausência de notícias de alguém que conheço há pouco tempo, embora eu saiba há 5 anos que eu iria encontrá-lo, pois era a minha finalidade. Sou a antítese dentro de um paradoxo: aos finais de semana, não o tenho como um elixir, o tenho como um peso. Todavia, sinto-me tão presa a ele que por mais que eu antecipe o final, não sei o porvir, sinto-me estranhamente desconexa sem as pessoas que ele me proporcionou.

Afirmo que ele é o divisor de águas em minha vida: é o primeiro e sei que não será o último, pois minhas escolhas neste momento, determinam que ao menos mais um virá, mas ele terá sido o primeiro e ponto! Renunciei muitas coisas em função dele, acreditando que ele é a escolha mais acertada neste momento. Vivemos numa magnífica D.R. - o achar explicações para o que sinto.
Tenho por mim que será assim até o final e para ser sincera, é a única coisa que me apetece neste relacionamento, pois me edifica como ser humano, pois busco alternativas. Estou descobrindo minhas síndromes, minhas fobias, minhas limitações (nossa, antes de chegar aos 40!). Acredito que seria muito mais fácil se sentássemos, olhássemos um para o outro e nos resolvêssemos naquele momento. Mas, não consigo. Tenho a impressão que é tão somente comigo...ledo engano;

Conversando com outros indivíduos, percebo que, embora para alguns, relacionamentos sejam simples, a grande maioria está sofrendo e outra parte já passou pelo que passo! Tenho por mim que a mesmice seja imperativa e mesmo que tenha vivenciado alguns relacionamentos, nenhum é como o atual. Incomparável, incomensurável, inenarrável como ele me consome. Como ele fez com que eu superasse meu último pseudo-relacionamento; Como ele consegue me ter sempre para ele, de modo que outrem não me despertem nenhum interesse libidinoso. Como ele me completa.

No início, confesso, até quis ter recaídas, mas foi de um total fracasso, uma vez que com ele perdi total interesse em jogos de conquistas. A cada encontro fomos construindo nossa trilha sonora que passa por Amélie Poulain, chega em Imogen Heap, dança na MPB, nostalgia-se em músicas clássicas e RAP, escolhe algumas em Manu Chao e bate cabeça em muitas bandas de rock! Nos descobrimos ecléticos uma vez que nos limitaríamos por demais se ficássemos somente em um estilo.

Ele é neste momento minha doutrina! Impossível é não enxergar as mudanças que ele, a minha finalidade, me trouxeram: afloraram coisas magníficas em minha vida. O mais interessante de todo este blá-blá-blá é que nossas D.R. acabarão! Ele acabará, como todo relacionamento denso, como todo relacionamento descompassado, como todo relacionamento onde os envolvidos se distraem apenas!

Não estou disposta a tê-lo por muito tempo em minha vida, não posso: terminaríamos na última semana de novembro... mas agora mais algum tempo me concedo! Quero o pertencer somente a mim, como antes!

Reitero, por fim: sou a antítese dentro de um paradoxo! Minhas inquietudes me tomam!

Luciana Meira

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desilusões e tristezas


Eu não sei como começar esse post. Só sei que ele precisa ser iniciado. E, naturalmente, essa falta de saber já fez dele começado, mas não merecidamente legível.

Quando resolvi montar esse blog, tinha várias coisas em mente. Gostaria que ele não fosse um blog pessoal. Claro que isso era impossível. Queria que ele tivesse a minha personalidade, mas que não trouxesse tanto da minha pessoa como ele está trazendo hoje. Ele deveria trazer minhas opiniões, saberes, percepções sobre isso ou aquilo. Mas, a cada dia que passa, sinto que ele está se tornando num "webdivã", usado para descarregar minhas angústias, saudades, mágoas, etc.

Recentemente eu tive uma decepção com relação a uma pessoa. Foi difícil. Talvez porque a cabeça ainda está no clima da situação, não consegue achar uma forma de ver a cena por um outro ângulo. Talvez. A verdade é que, no dia seguinte, depois de fazer uma análise literal da situação e, consequentemente, minha auto-análise também, chego a conclusão que o problema, a decepção começou em mim. Não na outra pessoa, mas eu mim.

Assim como acontece com esse blog, eu criei expectativas com relação a essa pessoa. Expectativas que eu sei a muito tempo que nunca (repito: NUNCA!) deveria ter criado. Porque são hipóteses que não vingam. São aspectos que a outra pessoa nem sequer sabe que você espera. Fico triste com isso. Desiludido comigo mesmo por ter deixado chegar a esse ponto.

Gostar de ver as pessoas felizes não faz de você uma pessoa feliz. A menos que você se sinta satisfeito com isso. Eu já me senti. Hoje, parece que falta algo.

Peço desculpas a todos que acompanham esse blog. Sei que são poucos, mas são fiéis e isso é o que importa. Esse blog entrará em recesso por algum tempo. Não sei quanto. Pode ser uma semana, dez dias, um mês, não sei. Preciso repensar algumas coisas e resolver outras. Agradeço a todos que me ajudaram até aqui.

Convidei outra pessoa para publicar nesse blog. Ainda não obtive uma resposta. Espero que ela aceite e dê conta do recado na minha ausência temporária.

Imagem tirada do blog: http://www.beautful_angel.blogger.com.br


H (...)