terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Certeza.. nenhuma

"Not to be reproduced", René Magritte (1937) - Museu Boijmans Van Beuningen, Roterdã


Quando se é jovem, comete-se erros aos zilhões. No meu caso, acho que aproveitei bem a minha cota.. rsrs Aliás, sob alguns aspectos que não compete aqui citá-los, devo confessar que ultrapassei os limites do moralmente aceitável algumas vezes.

Meu avô, um dos muitos sábios que cruzaram meu caminho, dizia que o erro possui predicados como os de um imã: além de ter um lado negativo (óbvio) e outro positivo (às vezes, nem tão óbvio assim), também tem a propriedade de atração.

Não raro, falamos e/ou fazemos algo que, depois de algum tempo, seja por pressão alheia ou pelo nosso próprio julgamento, imaginamos como um desacerto, um passo mal dado, um deslize. Os mais preocupados, vêm na admissão da culpa e, consequentemente, na auto-punição a única saída para o caso. Já os prosaicos, pessoas naturalmente desprovidas de senso de convivência, conseguem apenas enxergar o erro alheio, acreditando serem isentas de falhas tão banais.

Confesso que sou um misto de ambos. Contudo, por um lado, não chego ao ponto crível do arrependimento. Se me arrependesse a cada erro, estaria, na verdade, expugnando a mim mesmo, já que esses (os erros) também foram (são e serão) imprescindíveis para a minha formação como ser social. Porém, e principalmente quando relacionados a mim, costumo sim exigir a cabeça das pessoas numa bandeja ao tomar conhecimento de seus erros. É o meu verso parasitando o anverso. Procuro não pender para nenhum dos lados (ser imparcial sempre foi uma de minhas características mais marcantes! rs).

Até os meus 15 anos, eu era um arrogante que pouco ligava para aquilo que as pessoas pensavam ou sentiam. Era frio mesmo! Um verdadeiro porco chauvinista!

Tudo mudou quando conheci o Michel, em agosto de 1998. Com a nossa amizade, aprendi que existiam muitas outras razões em jogo quando o assunto era socialização. Muitas vezes, o seu ponto de vista (que você achava indefectível) não passava de uma falácia quando comparado ao dos demais.

Comecei a me importar mais com aqueles ao meu redor; a tomar mais cuidado com minhas palavras e ações; não que eu tenha deixado de ofender as pessoas, me tornando um “santo” da noite para o dia. Apenas parei para analisar quem realmente merecia meu desdém.

Enfim, esse é mais um daqueles posts escritos de forma reflexiva e egocêntrica. Não se dispõe a chegada num lugar especifico. Apenas se faz presente para constar na (minha) lista.


H (faz falta)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Oscar® 2011 - meus pitacos


Finalmente arrumei um tempinho para falar sobre o que mais gosto: cinema! E as premiações que, na minha modesta (merda de palavra! rs) opinião, são, ao mesmo tempo, o apogeu e a desgraça, duas faces da mesma moeda. Podem levar um filme ao estrelato e os demais ao ostracismo.

Como havia dito num post anterior, e já é corriqueiro desde o início do blog, hoje trago as minhas observações acerca dos indicados as 8 principais categorias do Oscar®.

Ainda não consegui assistir a todos os candidatos, até porque, alguns foram lançados em meses atribulados para a minha pessoa. Na edição de 2011 desse quadro, tentarei inovar, trazendo quem deve ganhar, quem eu gostaria que ganhasse e quem pode ser surpresa. Bem, deixemos de enrolação e vamos ao que interessa:


* Roteiro adaptado

Com exceção de Inverno da Alma, assisti a todos os filmes aqui relacionados. Vejo uma disputa aberta, sem favoritos.

Quem ganha: A Rede Social
Quem gostaria que ganhasse: Bravura Indômita
Será surpresa: Toy Story 3


* Roteiro original

Não tenho muito que falar sobre essa categoria. Também não assisti a todos. Não me senti (ainda) compelido a assistir Minhas Mães e Meu Pai. Mesmo assim, parece-me uma daquelas já decididas. Aliás, nessa edição do Oscar®, sinto que teremos muitas outras assim. É ver para descrer.

Quem ganha: O Discurso do Rei
Quem gostaria que ganhasse: A Origem
Será surpresa: A Origem


* Ator coadjuvante

Na mesma situação da categoria anterior, só posso opinar sobre três candidatos. Infelizmente, e gostaria muito de estar errado, essa é mais uma categoria já decidida. Assim como foi 2 anos atrás quando seu colega e, porque não, arquiinimigo (Heather Legder) recebeu postumamente a estatueta pela interpretação soberba de Coringa, esse ano Christian Bale parece não ter concorrentes a altura.

Quem ganha: Christian Bale
Quem gostaria que ganhasse: Geoffrey Rush
Será surpresa: todos os demais


* Atriz coadjuvante

Aqui teremos uma briga de opostos: de um lado, a experiência na imagem de Melissa Leo, que já foi indicada a Melhor Atriz 2 anos atrás; e do outro, a juventude e tato (que nem parece) de iniciante da pequena Hailee Steinfeld. Em O Vencedor, Melissa Leo interpreta a mãe dos boxeadores Christian Bale e Mark Wahlberg; uma mulher que, transformada em empresária do filho mais novo, chega a camuflar seus sentimentos como mãe para manter o foco. Já em Bravura Indômita, Hailee Steinfeld vive uma garota de 14 anos obcecada em encontrar o assassino de seu pai, porém, sóbria o bastante para deixar a cargo da justiça o julgamento do algoz. Uma briga muito boa!

Quem ganha: Melissa Leo
Quem gostaria que ganhasse: Hailee Steinfeld
Será surpresa: Helena Bonham Carter


* Ator

Vejo como outra categoria já definida. Será muito difícil lutar contra o tradicionalismo de O Discurso do Rei e, consequentemente, a preferência que Colin Firth tem atraído depois de receber as principais premiações nesta categoria por sua interpretação bem “maquiada” do rei inglês George VI, que mal conseguia falar em público devido seu problema de gagueira. Consegui assistir a todos os intérpretes, e digo que Colin Firth só ganha por pequenos detalhes: 1) Jeff Bridges interpreta (muito bem!) um remake de John Wayne; no original, inclusive, esse levou sua única estatueta; Sem contar que Jeff Bridges já levou a sua na edição anterior; pouco provável que repita a dose. 2) Jesse Eisenberg que interpreta o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, está muito convincente e, talvez, seja a ameaça. 3) James Franco só está na lista por conseguir interpretar 3 personagens ao mesmo tempo durante uma (curta) cena descontraída do tenso 127 Horas. 4) Javier Bardem, que tem minha preferência, tem um grande tabu pela frente: desde 1999 que um ator de língua não-inglesa (Roberto Benigni) fica a ver navios nessa categoria. É torcer.

Quem ganha: Colin Firth
Quem gostaria que ganhasse: Javier Bardem
Será surpresa: Jeff Bridges


* Atriz

É a categoria que tenho menor autoridade para falar, já que vi apenas duas das cinco interpretações escolhidas. Ainda assim, salta aos olhos a maestria com que Natalie Portman leva o filme Cisne Negro. Sua paradoxal interpretação renega aquele ar de eterna vítima (uma coadjuvante nata) em seus filmes anteriores.

Quem ganha: Natalie Portman
Quem gostaria que ganhasse: Natalie Portman
Será surpresa: todas as outras candidatas


* Diretor

Nessa categoria (assim como na próxima), vejo um paradoxo dos mais complicados e interessantes: a disputa entre os diretores de A Rede Social e de O Discurso do Rei. Premiar o primeiro seria escolher por uma renovação na temática quase sempre conservadora da Academia (como já aconteceu e vem acontecendo com O Silêncio dos Inocentes, O Senhor dos Anéis, Quem quer ser um Milionário? e Guerra ao Terror). Premiar o segundo, significaria manter o foco na perfeição estética; em filmes robustos, porém, maquiados aos moldes da premiação. Seus diretores são, na grande maioria dos casos, excelentes, mas pouco inventivos. É o caso de Tom Hooper, um diretor para TV que parece ter medo de almejar algo maior. E pensar que Christopher Nolan nem sequer foi nomeado. Novamente! Que injustiça!

Quem ganha: Tom Hooper
Quem gostaria que ganhasse: Joel e Ethan Coen
Será surpresa: David Fincher


* Filme

Apenas dois! Isso mesmo, apenas dois entre os dez candidatos eu não vi ainda. Digo ‘ainda’ porque pretendo assistir Inverno da Alma. Senti falta de Biutiful nessa lista. Apesar disso, acho uma das listas mais equilibradas e difíceis de prever. Cada filme possui uma particularidade. Como, se juntos, formassem a película perfeita. Percebo aqui a mesma situação que expliquei na categoria de Diretor: a disputa ocorre entre dois, com os demais apenas observando se surge alguma brecha. No caso desses, estarem aqui, indicados, já é uma premiação e tanto.

Quem ganha: O Discurso do Rei
Quem gostaria que ganhasse: A Origem
Será surpresa: A Rede Social


A premiação, para quem não sabe, acontece no próximo dia 27, no já batido Teatro Kodak.


H (to the moon and back)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Regresso: o fim, o meio e o início


Toda viagem, assim como tudo mais que nos acontece, precisa de um fim. Esse post mesmo, por exemplo, enquanto o escrevo não faço idéia, mas sei que ele precisa de um fim.

E a quem cabe a responsabilidade de decretá-lo?! Quem tem culhão o bastante para elevar a voz, dizendo “é isso, acabou!”?! É, acho que esse sou eu. Digo ‘acho’ porque, sendo o mais sincero possível, minha maior vontade nunca foi essa.

O início sim, esse eu idealizei. Mas o fim.. esse ainda não me havia passado pela cabeça. E como é difícil lidar com o desconhecido! Fiquei nesse adiamento o máximo de tempo que me foi concedido. Pensando bem, eu até poderia levá-lo dessa forma mais um tempinho.. rsrs Não, não posso.. pessoas dependem e confiam no meu “regresso”.

É chegada a hora do navegador errante voltar para casa. Dizer adeus as estradas, pedras, sombras, sussurros, roteiros e cartões postais. Carregar consigo as novas bagagens, já que as antigas, gastas e ultrapassadas, ficaram pelo caminho.

Termino minha excursão pelos vales do desconhecido satisfeito com o resultado. Encontrei novas pessoas, reafirmei laços, nadei contra a corrente. Fui recebido efusivamente pelo mundo que conquistei. A seguir, deixo registrada minha carta de agradecimento, escrita, originalmente, em 05 de fevereiro do corrente ano. Lida (em partes) no último dia 09:


Primeiramente, eu quero agradecer à Margarida, bibliotecária da biblioteca da FEA, por ter aceitado tão prontamente o convite p/ compor a banca. À profa. Asa, igualmente por ter aceitado o convite. Ao prof. Marcelo, meu orientador, pela paciência digna de Jó p/ com a minha pessoa.

Além disso, gostaria de pedir desculpas a banca, porque, e ciente de que é algo fora do protocolo, eu gostaria também de agradecer outras pessoas que estão aqui presentes. Como sei que uma delas irá chorar só ao citar seu nome, então irei me ater apenas em ler algumas palavras que escrevi.

Quero muito agradecer a duas pessoas aqui presente que, tão bem quanto eu, sabem a importância que esse dia, 09 de fevereiro, tem em minha vida. Em nossas vidas! Duas pessoas que me conhecem há 6 anos e há 6 anos têm sido mais que amigos: verdadeiros irmãos mais velhos, apoiando-me sempre, não importando o quão errado eu estivesse.

Quero que vocês dois saibam que, durante os últimos dois anos, com nossa relativa e, algumas vezes, inevitável distância, fiz novas amizades.

Vocês dois, juntamente aos demais amigos que fiz, são pessoas a quem devo tudo que consegui nesse período. E quero que vocês saibam que sou muito grato, principalmente pelo fato de terem aceitado a minha amizade, mesmo essa sendo trôpega e, muitas vezes, minimalista, não exigindo nada em troca além da minha fidelidade e espontaneidade.

E se tem uma coisa que aprendi nesses longos anos juntos, foi ser espontâneo. De tal maneira que não me lembrava mais, sem me importar com o julgamento alheio, apenas com a minha consciência.

Hoje eu deixo a biblioteconomia com a certeza de que fiz aqui o melhor que podia (e desconhecia ter prática!): amigos. Meus pequenos pedaços, espalhados por inúmeros lugares.

Daqui pra frente, nossos encontros se tornarão cada vez mais escassos. E isso é natural! Afinal de contas, temos nossas demais responsabilidades, nossas preocupações, entes queridos. Alguns casarão, outros irão se mudar. Mesmo assim, quero que vocês fiquem cientes da minha perseverança quanto a nossa amizade. Jamais desistirei de vocês e sempre estarei aqui para o que precisarem.

A escassez de encontros agirá como um catalisador para que, quando esses acontecerem, possam ser registrados como memoráveis. Nossos momentos perfeitos!”

Obrigado a todos os envolvidos.


H (novos desafios...)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Assista e curta - versão 2011


Para quem pensou que eu havia morrido, bem, meu "olá" especial. Sei que os desejos são muitos e, em alguns casos, acreditem, são mútuos. Porém, e deixando isso de lado (por enquanto), o motivo dessa "volta ao mundo dos vivos" é o assunto da vez, que vem roubando minha atenção desde a última quinta-feira, como sempre acontece nessa época, ano após ano: a premiação do Oscar®.

Hoje, falarei e mostrarei apenas os cinco indicados a Melhor Curta de Animação, uma das categorias que mais tenho gostado por achá-la bastante democrática, tanto na escolha dos candidatos, quanto na premiação nessas edições mais recentes. Sem mais delongas, the nominees are:


The Gruffalo - Inglaterra e Alemanha - 27 min

Um camundongo vai passear na floresta e acaba encontrando diversos predadores. O curta tem as vozes de astros do cinema inglês, como Helena Bonham Carter, Tom Wilkinson, John Hurt e Robbie Coltrane e foi dirigido por Max Lang e Jakob Schuh.



The Lost Thing - Austrália e Inglaterra - 15 min

Em um futuro distópico, um garoto encontra uma criatura na praia e a nomeia de The Lost Thing. Animação dirigida por Andrew Ruhemann e Shaun Tan.



Madagascar, Carnet de Voyage - França - 12 min

Madagascar, Carnet de Voyage, dirigido por Bastien Dubois, conta a história da cultura e do povo de Madagascar, através do diário de um viajante europeu. É o mais diferente dos curtas que concorrem ao prêmio, com um estilo de animação mais "old school". Este, inclusive, vi na edição mais recente do Anima Mundi, em julho de 2010.



Let's Pollute - EUA - 6 min

Let's Pollute, dirigido por Geefwee Boedoe, é uma animação que tem o estilo dos vídeos educacionais exibidos nos Estados Unidos na década de 50. De uma maneira muito irônica, o curta nos mostra os males da industrialização e como o homem faz de tudo para destruir a natureza, já há muito tempo.



Dia & Noite - EUA - 6 min

Dia & Noite, de Teddy Newton, é mais um perfeito curta da Pixar. Ele foi exibido antes do filme Toy Story 3 e, como sempre, traz a qualidade e inventividade que marca o trabalho da produtora norte-americana. Meu favorito.



É isso pessoal. Aos poucos, o blog irá voltar ao normal. Tenho vários posts prontos, porém, tudo acontecerá ao seu tempo. Não percam, ainda essa semana, minhas opiniões quanto aos indicados nas 8 principais categorias do Oscar®.


H (Animado. Literalmente)