sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ficha



Cá estou de volta. E digo logo: não esperem que os anos vindouros retornem. Não sou mais o mesmo e duvido muito que volte a ser uma centelha daquilo que fui. Paciência é só o que posso almejar. Um pouco mais. Porque a morte, essa maléfica advogada, deve andar com a agenda cheia para honrar seu compromisso para comigo.

Mas deixemos os assuntos funestos de lado, ao menos por alguns instantes, e falemos de algo agradável. Ou melhor tragável. Como bem sabem, dadas raras exceções, os temas abordados aqui no blog vêm perdendo a pouca qualidade que tinham. Isto não é opinião, mas fato. O principal culpado, eu, sempre enfrentei problemas com a minha veia criativa.

Pode até parecer novidade para alguns, porém, a verdade é que nunca fui muito bom nisso. Por inúmeras vezes me senti como um intruso nesse "lar". A raíz criativa deste lugar sempre pertenceu a outra pessoa. Um ser iluminado e vital para a existência e prorrogação de tudo que veio a seguir.

Sinto-me, assim como este blog, orfão. A ficha, lentamente, está caindo. Sem causa, coragem ou mesmo personalidade, às vezes me olho no espelho e vejo apenas o reflexo do seu inverso. Cores nítidas e vivas representando apenas objetos inanimados. Ah, e ambientes, claro!

Que falta você faz, Criatividade! E que pouco valor fui capaz de lhe atribuir. Caminhos injustos esses nossos, prerrogativas de um final nada feliz. É isso, exatamente a isso que fui reduzido: um desafortunado clichê. Um lugar comum dos mais vulgares e mefistos.

Tenho pena daqueles que lerão isso e pensarão coisas do tipo "nossa, esse cara é um gênio" ; "que expressão, que forma de escrita magnífica" ou outras frases do gênero. Eu sou uma fraude! Novamente, não é uma opinião, mas fato. Corroborem com essa afirmativa e tudo ficará mais fácil. Para todos.

Talvez eu volte. Talvez não. As decisões são indiferentes e injustificáveis quando partem de contestações.

H (Esperemos)

Nenhum comentário: