Sarau da Biblio - 2012
Não sei exatamente quando o conheci. Talvez numa Quinta & Breja, no distante ano de 2010. Talvez
antes. Colegas e conhecidos em comum tínhamos aos montes. Apesar de convivermos num
departamento pequeno na faculdade, naquela época, sempre era mais fácil
encontrar o pessoal na prainha da ECA.
Hoje, eu sinto muito por isso.
Não estava passando pelo melhor dos meus momentos e, além disso, torcia para
conseguir sair o quanto antes daquele lugar.
Quando realmente posso dizer
que conheci o Saladino, foi numa viagem para o EREBD Sul, em Londrina/2011.
Três semanas depois da minha colação de grau, tinha decidido encerrar o ciclo por
ali participando dessa viagem de quase 8 horas com desconhecidos e entusiastas
do curso.
Na nossa primeira noite por
lá, enquanto todos se aprontavam para uma das várias festas noturnas que
teríamos, ficamos nós dois terminando um litrão. Ali, naqueles poucos minutos, percebi o quão humano ele era. Num dado momento, depois de muita conversa, ele
me apontou o dedo em riste e disse “grandes coisas ainda acontecerão à você, se
você se permitir.”
Mesmo brincalhão, ele tinha um
lado conselheiro, amigo para com todos. Assim foi comigo, ali naquela mesa e
pelos 4 anos seguintes. Sempre que nos encontrávamos, demonstrava uma
preocupação legítima com meus assuntos pessoais e profissionais. Era mútuo. Logo, chamá-lo de Sal, Salada,
Saladino ou qualquer outro termo variado era pouco. Luis Rodrigo, para mim, era
(e sempre será) o Mestre!
Infelizmente, de 2016 para cá,
perdemos o contato. A vida adulta nos compele a isso. Queria muito ter sido um veterano melhor, um amigo mais presente,
alguém mais útil. Às vezes, acabamos dando importância para coisas que, mais
tarde, percebemos que nem eram tão importantes assim. E eu sinto muito por
isso, amigo!
Guardarei até o fim da minha
sanidade seus conselhos e ensinamentos. O principal deles? Que a vida não lhe
deve nada. Se você quer algo, se realmente almeja algo, cabe a você (e a você
apenas) correr atrás desse algo.
Na minha opinião, esse era
você: alguém que não esperava nada. Porque tinha (e sabia de) tudo que
precisava; nem mais, nem menos. Um desbravador, um poeta, um amigo. Meu
Mestre.
Biblio-churras - 2011