segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Ao Mestre, com carinho


Sarau da Biblio - 2012


Não sei exatamente quando o conheci. Talvez numa Quinta & Breja, no distante ano de 2010. Talvez antes. Colegas e conhecidos em comum tínhamos aos montes. Apesar de convivermos num departamento pequeno na faculdade, naquela época, sempre era mais fácil encontrar o pessoal na prainha da ECA.



Hoje, eu sinto muito por isso. Não estava passando pelo melhor dos meus momentos e, além disso, torcia para conseguir sair o quanto antes daquele lugar.



Quando realmente posso dizer que conheci o Saladino, foi numa viagem para o EREBD Sul, em Londrina/2011. Três semanas depois da minha colação de grau, tinha decidido encerrar o ciclo por ali participando dessa viagem de quase 8 horas com desconhecidos e entusiastas do curso.



Na nossa primeira noite por lá, enquanto todos se aprontavam para uma das várias festas noturnas que teríamos, ficamos nós dois terminando um litrão. Ali, naqueles poucos minutos, percebi o quão humano ele era. Num dado momento, depois de muita conversa, ele me apontou o dedo em riste e disse “grandes coisas ainda acontecerão à você, se você se permitir.”



Mesmo brincalhão, ele tinha um lado conselheiro, amigo para com todos. Assim foi comigo, ali naquela mesa e pelos 4 anos seguintes. Sempre que nos encontrávamos, demonstrava uma preocupação legítima com meus assuntos pessoais e profissionais. Era mútuo. Logo, chamá-lo de Sal, Salada, Saladino ou qualquer outro termo variado era pouco. Luis Rodrigo, para mim, era (e sempre será) o Mestre!



Infelizmente, de 2016 para cá, perdemos o contato. A vida adulta nos compele a isso. Queria muito ter sido um veterano melhor, um amigo mais presente, alguém mais útil. Às vezes, acabamos dando importância para coisas que, mais tarde, percebemos que nem eram tão importantes assim. E eu sinto muito por isso, amigo!



Guardarei até o fim da minha sanidade seus conselhos e ensinamentos. O principal deles? Que a vida não lhe deve nada. Se você quer algo, se realmente almeja algo, cabe a você (e a você apenas) correr atrás desse algo.



Na minha opinião, esse era você: alguém que não esperava nada. Porque tinha (e sabia de) tudo que precisava; nem mais, nem menos. Um desbravador, um poeta, um amigo. Meu Mestre.


Biblio-churras - 2011



Obrigado por tudo