segunda-feira, 31 de maio de 2010

Insônia


As noites de domingo, ultimamente, têm sido generosas em me remitir a algo que não aprecio há um bom tempo: a insônia.

Digo ‘há um bom tempo’ por não se tratar de algo inédito. Aproximadamente 10 anos atrás, numa época nobre do fim da minha adolescência, dormir era um privilégio que eu reservava (não por acaso) às aulas de química e sociologia do colégio. Minhas noites eram agitadas demais para serem desperdiçadas com horas de sono a fio.

Apesar de ter consciência que isso não é nada saudável, gosto muito desses episódios de lucubração por serem, de fato, os únicos momentos de meditação que disponho durante minha jornada cotidiana.

Inerte sobre meu leito, mão direita espalmada sobre o peito, mão esquerda apoiada sob a cabeça, olhar fixo num ponto qualquer, bem longe dali. Uma vez ou outra, um pequeno feixe de luz bruxuleante vindo da janela abre um rasgado luminoso no teto enegrecido pela noite.

À companhia dessa “brincadeira” entre luz e escuridão, surgem os primeiros vestígios das reflexões que, por motivos óbvios, não me acompanham pela minha rotina vespertina. Alcunhei-os de ‘pensamentos obscuros’ não pela sua natureza em si, mas, devido ao fato de, estando sempre escondidos, só decidirem vir à tona no instante do dia em que posso dedicar-lhes as menores porções de meu tempo.

Não obstante, são raras as vezes em que não acabo adormecendo durante uma reflexão, quando essa chega a um ponto complexo demais para o peso de minhas pálpebras suportarem. Como ocorreu nesta noite passada. E que merecerá um post muito em breve...


H (zzzzzz)

* Imagem retirada daqui

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