sábado, 4 de setembro de 2010

Deep in my dark


Se você realmente pretende ler esse post, antes tenha em mente duas coisas:

1) Ele foi escrito num momento de pura raiva e questionável sanidade. Porém, por transmitir 90% daquilo que pretendo, pouquíssimas mudanças posteriores foram feitas;

2) Como ele não cita (abertamente) fatos ou pessoas, quem se sentir ofendido ou retratado em algum momento, tem a liberdade de se sentir "homenageado". Ou não.

Agora pode seguir a leitura.


Revisitar partes tenebrosas do passado não é um dos exercícios mais gratificantes que alguém perto da casa dos 30 anos pode querer para o seu fim de noite.

Pouco mais de quatro anos atrás, numa época em que Orkut era uma febre, o Youtube não passava de uma idéia maluca e Facebook e Twitter ainda nem tinham saído da prancheta, fui marcado por uma dessas bestas-feras que, só porque possuem alguns neurônios a mais e um par de olhos verdes, se achou no direito de me usar como peão no seu já doloroso joguinho de xadrez.

Não posso dizer que “quase” fiquei louco porque, na verdade, eu realmente enlouqueci. Lógico que não como um todo, graças a baixa exposição, mas numa ínfima (porém, importante) parte. Nesses tempos de #InceptionFeelings, tentemos compreender melhor com a seguinte analogia: imaginem um grande cesto com maçãs. Conceitualmente, tenha cada maçã como uma sinapse, uma lembrança, conflito, interação etc. do seu cérebro. Um cesto bem grande, não é verdade?! No caso de uma loira, não deve passar de um pote para sobremesa.. rsrs

Vocês conhecem aquela máxima que diz “uma maçã podre pode contaminar todas as demais”, não é?! No meu caso, ainda seguindo com a lógica proposta anteriormente, trancafiei todas as “estragadas” que consegui coletar numa caixa. Porém, por fazer parte da minha vivência e já que idéias como as de filmes como “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” e “O Pagamento” não passando de ilusões, tive que deixar essa mesma caixa juntamente com as demais maçãs.

A “contaminação” era uma questão de tempo. Mesmo assim, contando com esporádicas ajudas aqui e ali, a tal caixa se tornou cada vez mais um item supérfluo (como muitos outros) da minha mente. Ela simplesmente ficou lá, esquecida, perdendo importância e envelhecendo como todo o meu restante.

Sofri muitos outros reveses na sequência desse citado. Mas nenhum chegou ao ponto de ressuscitar essa vontade quase incontrolável de revisitar tais lembranças como esse mais recente. Provavelmente, por compartilhar ingredientes e situações tão igualmente envolvidos, isso fosse realmente impossível de não acontecer. Mas não improvável de prever.

Pois é, se eu sofro hoje, assim como já sofri antes, o único que pode ser culpado sou eu mesmo. Acabo tomando minhas decisões baseadas em emoções fantasmas, sentimentos estúpidos e assim me fodo por precipitação.

Eu não quero pagar uma de eterna vítima, mas estou farto de ser "perfeito", "bom demais", "tudo", "a melhor foda da minha vida" ou sei lá mais o quê de alguém! Frases e adjetivos quase tão vazios quanto o termo "amigo". Ao mesmo tempo, sinto uma raiva imensa da minha pessoa por me permitir entregar rapidamente e de maneira tão profunda a relacionamentos que não vingam. Dividir particularidades com garotas que (pela minha sanidade mental, prefiro desconhecer os motivos!) não conseguem enxergar uma oportunidade de recomeço nem se esta lhes fosse apresentada em neon piscante!

Entretanto, e como este post já está longo demais para o meu gosto, só consigo chegar a uma conclusão (que nem sei se pode ser tida como tal): tenho pena de pessoas que não o conseguem.


H (Por que é tão difícil?!)

Um comentário:

Juliana Almeida disse...

Sua revolta é compreensível e deve de fato ser expressa de alguma forma. Fez bem em desabafar.

No mais, acho que deve ser um pouquinho mais egoísta, pensar e focar em coisas que possam concretamente lher trazer algum benefício.

E vc sabe, o ombro da sua irmã mais velha está sempre aqui.

Beijo querido!!

Jujuba.