Como bem conceitua o dito popular, "os acrósticos são formas textuais onde a sequência de primeiras letras de cada verso forma uma palavra ou frase".
Dessa forma explicado, nos próximos posts trarei alguns desses que pensei durante minha insônia na viagem de volta do EREBD Sul, ontem.
Cada um refletirá um momento, presenciado durante o último feriado. Espero que gostem.
Ensolarada noite de espelhos multicoloridos Refletindo os ritmos de passos tidos desconexos. Entre incógnitos de um macro-universo é no Balançar aderente e intimidador desse sonoro entreter que Deparo-me com a soma improvável da possível atração Suspensa no encontro crebro de conhecidos incertos. Um olhar aliciante é o sinal de que preciso: nesse instante fui Livre e simples; completo e resoluto; dividido e extasiante.
Quando ouvi aquela frase “você está, oficialmente, fora da universidade”, vibrei de alegria, pensando “putz, até que enfim!”. Mas algo me dizia que não seria assim tão simples.
Na verdade, acho que estou curtindo mais a universidade agora do que nos últimos seis anos. Um nítido reflexo disso é o dia da semana conhecido como quinta-feira que, nos moldes acadêmicos, também pode ser alcunhado de “Quinta & Breja” pelo povo ecano.
Há poucos dias atrás, numa dessas minhas aparições para “prestigiar” tal evento, uma amiga resolveu desabafar comigo sobre um caso amoroso recente. Não entrarei em detalhes aqui. Fazendo um resumo geral, por n motivos, ela disse que, no momento, não gostaria de ser a “ficante” de alguém, mas sim, ter um namorado.
Sinto-me incomodado quando as pessoas me perguntam se eu entendo o que elas estão dizendo. Porque, na grande maioria dos casos, eu não compreendo. Contudo, pelo bom andamento da conversa, quem nunca disse um “claro!” ou um “entendo sim” para evitar uma digressão ainda maior do seu interlocutor?!
Já ficou claro o que essa amiga me questionou, né? No calor do momento, soltei um “eu entendo seu caso” baseado (confesso), superficialmente, nas experiências semelhantes que tive. Porém, a verdade, é que não consigo entender! A situação em que ela se encontra, tudo bem, não é nenhuma novidade. Já vivenciei zilhões de vezes.
Contudo, o que não entendo mesmo é a razão da outra pessoa. Putz, direto ouve-se uma pessoa dizer que adoraria encontrar alguém que a goste como realmente é, sem cobranças, perseguições, brigas etc. Daí, quando a tal pessoa aparece: “podemos ser só amigos?”; “o problema não é com você, sou eu!”, entre muitas outras.
Fico chateado quando isso acontece com alguém que conheço mais do que comigo. Talvez porque, na minha visão reverberantemente altruísta, sinto-me incapaz de ajudar de alguma forma. A sensação é frustrante.
Voltando a essa amiga, pensei em lhe dizer que, depois de tantos anos desperdiçados erroneamente nesse tópico estúpido da vida de todo ser humano, compartilho do mesmo desejo. Mas me contive. Quando envelhecemos, suplantamos essa mania esquizofrênica de passar sermões e/ou dar conselhos.
Achei melhor não dizer absolutamente nada. Apenas concordei que era uma situação esdrúxula e angustiante. Porém, eu poderia muito bem ter-lhe dito: “o amor é um jogo sem lógica, com um regulamento opaco e juízes nada confiáveis. Não se distraia, nem se acomode. Sue, mas não demonstre. Esteja preparado para correr em círculos, percorrer exorbitantes distâncias sentado debaixo de uma árvore durante um furacão. Tudo, ao final, acaba se transformando naquilo que não deveria ser mas que, de alguma forma, já estava previsto: solidão”. [Michel Ferrera]
A bendita inspiração pode estar me ludibriando por esse dias, porém, algo pelo qual ela não contava é a imaginação altamente fértil de algumas pessoas que conheço.
Ele ficou conhecido pelas suas produções literárias. Mas todos sabemos que suas contribuições artísticas vão além disso. Pensando dessa maneira, juntamente com a ajuda de dois dos meus melhores amigos, resolvi montar esse “Top 7 filmes especiais – Stephen King”. Apenas o suprassumo daquilo que já foi, de alguma forma, interpretado de suas obras de ficção e terror, nas modestas opiniões de Rebecca Ruiz (fotógrafa freelancer), Anderson Ferraz (vulgo Platina, pai de plantão) e Agamenon Picolli Leite (bibliotecário sem razão).
Quanto aos spoilers, podem ficar despreocupados. Resolvemos apenas fazer alguns comentários rasos sobre a produção, curiosidades e comparações entre livro e película. Hora ou outra, uma pequena digressão histórica, dependendo muito de qual de nós está fazendo o relato.
E vamos ainda mais adiante. Ao final do post, um bônus, inédito até para mim, que, temos certeza, aguçará ainda mais a curiosidade de vocês sobre esse escritor, produtor, roteirista e.. bom, é surpresa. Apreciem as obras e morram (de rir ou de medo):
Carrie, a Estranha (1976) – Brian de Palma
Esse foi o primeiro. Brian de Palma, até então na sua curta carreira de diretor, queria experimentar algo realmente grande. O romance original havia sido lançado 2 anos antes. O diretor, infelizmente, não conseguiu convencer Stephen King a trabalhar no roteiro, mas recebeu carta branca para adaptá-lo. A história do filme, uma espécie de Zangief paranormal, foi o primeiro filme de terror a retratar as “conseqüências” do bullying. Recebeu indicações aos Oscar® de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. Porém, infelizmente, “Rede de Intrigas” estava com a bola toda naquele ano. No elenco, destaque para Sissy Spacek, Piper Laurie e John Travolta (uma breve participação, em seu segundo filme).
O Iluminado (1980) – Stanley Kubrick
O sucesso de Carrie traduziu-se em ótimos frutos. Diretores de grande renome aguardavam ansiosos pelo seu próximo livro. Em 1977, era lançado “O Iluminado”. Não demorou muito para Stephen King receber propostas para levá-lo ao cinema. Venceu a disputa um dos melhores e mais respeitados adaptadores de roteiro de todos os tempos: Stanley Kubrick. O resultado final não ficou tão assustador quanto o livro. Muitos dizem que o insucesso da produção deve-se às infinitas discussões entre o diretor e o ator Jack Nicholson. Reza a lenda que, numa das cenas de maior suspense (a do quarto proibido), Kubrick fez o ator repeti-la 56 vezes por não achar suas reações faciais condizentes com o momento. Destaque também para Shelley Duvall e sua cara de pânico escrachado na famosa cena da porta.
Christine - O Carro Assassino (1983) – John Carpenter
Algo que caracteriza, praticamente, toda obra de Stephen King é brincar com o que há de mais primitivo (medo, horror, pânico) utilizando de artimanhas atuais e, não raro, inusitadas. Esse é o caso de Christine. Quem (em sã consciência) poderia imaginar um romance onde o vilão é um belo carro de época, tomado de uma personalidade satânica e vingativa?! É, a resposta é muito óbvia. Coube a John Carpenter, responsável por um dos maiores expoentes dos filmes de terror (Halloween), adaptar essa obra para a telona. O resultado deixou várias lacunas em comparação com o livro. Mas, ainda assim, é um marco do gênero. O mote seria imitado algumas vezes, inclusive reinventado pelo próprio Stephen King.. ops! Isso é spoiler.
O Cemitério Maldito (1989) – Mary Lambert
“Sexo frágil não serve para filme de terror”. Qual machão cinéfilo (e vice-versa) nunca soltou essa frase entre amigos?! Leve sua namorada ou esposa numa locadora e comprove. Porém, essa máxima não se encaixa para o marido da diretora Mary Lambert. Surpreendentemente, ela decidiu, para seu segundo filme, adaptar o romance homônimo do Stephen King, lançado no mesmo ano de Christine (1983). Mas ela teve ajuda! Sabem de quem?! Do próprio escritor! Apesar desse substancial apoio, comparado ao livro, o filme deixa muito a desejar. Ele até consegue causar alguns sustos e tem uma trilha sonora condizente. Mas a empatia entre o elenco não chega a convencer. Ainda assim, é uma das adaptações mais memoráveis.
Louca Obsessão (1990) – Rob Reiner
Aflição! Essa é a palavra que me vem a mente quando tento relembrar algumas cenas desse filme. A dupla Rob Reiner (diretor) e William Goldman (roteirista) conseguiu (com maestria) manter o ar de suspense presente desde as primeiras páginas do livro. Muitas vezes, quando me pedem uma opinião sobre algum filme, gosto de fazê-la através de analogias. No caso de Louca Obsessão, gosto de compará-lo a uma montanha-russa. Claro que o filme peca em alguns pontos. Mas a analogia a qual me refiro, tem relação mais com a sua cadência, com a forma como os “capítulos” se sobrepõem, num verdadeiro turbilhão sensitivo, ora esperançoso, ora angustiante. Agora eu preciso parar de falar com vocês.. Kathy Bates está vindo aí.. espera, Kathy.. o que você vai fazer com essa marreta?! Nããããoooooo!!!
It (1990) – Tommy Lee Wallace
Nasci em 1980 e, como a grande maioria das crianças da mesma época, passei os últimos anos da minha infância ouvindo relatos sobre casos envolvendo seqüestro, estupro e/ou morte de crianças por indivíduos fantasiados de palhaços. Algo pelo qual eu já não tinha apreço, acabou se tornando uma coisa abominável. Não demorou muito para o lado B da sétima arte se apropriar disso, nutrindo ainda mais esse pavor mórbido por tais personagens infantis. E foi assim que, no (por que não?!) maravilhoso Cine Trash da rede Bandeirantes, durante uma semana temática sobre taís personagens (semana do Dia das Crianças, inclusive!), tomei conhecimento da existência desse filme baseado na obra do mestre Stephen King: It. Um dos filmes mais assustadores, nauseantes e engraçados que já assisti. Em outras palavras, um dos filmes mais toscos que já tive o prazer de ver! Os inúmeros dentes afiados do palhaço Pennywise povoaram meus belos pesadelos por intermináveis noites. Mas nada se compara ao medo e desconforto que senti ao ler o livro, na biblioteca municipal da minha cidade (Lins). Lembro da reação de surpresa da atendente quando no ato da devolução, ao perguntar se eu havia gostado da história, eu apenas respondi “isso deveria ser proibido de se emprestar”. Eu tinha apenas 11 anos. Enfim, é uma pena não se produzirem mais pérolas como It.. na verdade, é uma pena terem acabado com o Cine Trash!
A Tempestade do Século (1999) – Craig R. Baxley
“A tempestade do século” foi, assim como “Rose red”, uma adaptação da obra de Stephen King produzida exclusivamente para a TV, num formato muito conhecido aqui no Brasil como ‘minissérie’. Três capítulos, como pouco mais de uma hora. De puro suspense. Entre os meus 15 e 17 anos, logo que meus pais compraram um aparelho de VHS (façam as piadas que quiserem! rs), comecei a freqüentar uma das maiores locadoras da cidade onde morava. Uma das prateleiras que mais me interessava (Lançamentos) ficava de fronte ao balcão do estabelecimento. Num determinado dia, devido a proximidade do fim de semana, havia pouquíssimos títulos. E um deles me fez ir direto até a biblioteca pública procurar um livro. Lembro-me que achei uma das narrativas mais cadenciadas que já havia lido. O exímio ao detalhar fatos e eventos beirava a perfeição. E não era um livro assustador. Mas o filme, sim. “Give me what I want, and I go away” repetia o pacato forasteiro Andre Linoge. Mas como saber o quê ele queria?! Ah, ele tinha uma maneira muito, digamos, peculiar de dizer..
E, agora, o nosso bônus:
Comboio do Terror (1986) – Stephen King
A imaginação e a criatividade de Stephen King nunca tiveram limite. Pelo menos, não no papel. Seja como escritor ou roteirista, suas histórias transbordam o lado mais quixotesco de nossas ânsias e temores. Em “Comboio do terror”, uma adaptação de seu conto “Trucks”, de 1985, King inova: além do roteiro, se responsabiliza pela direção também. Imagino que na época, essa notícia deve ter sido a manchete do ano! O resultado final, porém, não passou de um engodo. Aqui eu devo ser sincero: ainda não li o tal conto. Mas assisti ao filme ontem (aliás, graças ao Anderson, que me falou sobre ele há pouco tempo). A única coisa aproveitável é a trilha (AC/DC). No demais, é gritante a falta que uma caneta e um papel fazem ao autor. A explicação, logo no início, para o mote do filme já denunciava: “aqui começa um dos filmes mais toscos da história!”. Nitidamente, e agora entendo o porquê dele nunca mais ter se arriscado nesse ramo, Stephen King não nasceu para a sétima arte. Os diálogos, desde os mais simples (monossilábicos), parecem forçados. O elenco tem exibições sofríveis. As mortes?! Na mais engenhosa (para não dizer hilária!), o técnico de um time juvenil de baseball resolve pagar refrigerante para todos depois de uma partida.. agora, imaginem o que a máquina fez com o sujeito e alguns garotos do time! Lembrou-me os tempos áureos do ‘Cine Trash’ e do ‘Cinema em Casa’. Parece que o filme teve uma refilmagem, em 1997. Preciso assistir isso! E rever “A bolha assassina”, “A coisa”, “Palhaços assassinos do espaço sideral”, “Tomate assassinos”, entre tantos outros...
Post escrito a seis mãos. Fica sem a assinatura de praxe.