J. G. de Araújo Jorge nasceu em 20 de maio de 1914, na Vila de Tarauacá, Estado do Acre. Passou sua infância no Acre, em Rio Branco, onde fez o curso primário no Grupo Escolar, 7 de Setembro. No Rio, realizou o curso secundário nos Colégios Anglo-Americano e Pedro II. Colaborou desde menino na imprensa estudantil. Com irrefreável vocação política, foi candidato a vários cargos públicos. Elegeu-se Deputado Federal em 1970 pela Guanabara, reelegendo-se já para o seu terceiro mandato em 1978. Ocupou a vice-liderança do MDB e a presidência da Comissão de Comunicação na Câmara dos Deputados. Foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes, dramático. Foi um dos poetas mais lidos, e talvez por isto mesmo, o mais combatido do Brasil. Faleceu em 27 de Janeiro de 1987.
Segue uma das minhas favoritas dele (que reflete bem o momento):
Eterno Drama*
Por que esse desencontro tão constante?
Por que tão raro o amor completo, inteiro?
Sempre uma alma a se dar toda, exultante,
e um frio coração por companheiro.
Sempre um a querer mais, a cada instante,
o desejo a queimar como braseiro;
e o outro apenas seguindo, ao lado, e adiante,
quase como um estranho caminheiro.
Um, tranqüilo, confiante, satisfeito;
o outro, o ciúme a levar no coração
como um cão a rosnar dentro do peito;
eis, a toda hora, o drama que desponta:
- há sempre um que ama, escravo da paixão,
e o que se deixa amar... sem se dar conta.
Por que esse desencontro tão constante?
Por que tão raro o amor completo, inteiro?
Sempre uma alma a se dar toda, exultante,
e um frio coração por companheiro.
Sempre um a querer mais, a cada instante,
o desejo a queimar como braseiro;
e o outro apenas seguindo, ao lado, e adiante,
quase como um estranho caminheiro.
Um, tranqüilo, confiante, satisfeito;
o outro, o ciúme a levar no coração
como um cão a rosnar dentro do peito;
eis, a toda hora, o drama que desponta:
- há sempre um que ama, escravo da paixão,
e o que se deixa amar... sem se dar conta.
* (Poema originalmente publicado no livro "O Poder da Flor", de 1969)
H (cansado de compreender)
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