“O
que acontece quando morremos?”. Por motivos óbvios e, agora, irrelevantes para
uma explicação aprofundada, essa foi a frase que mais vezes abarcou minhas
sinapses nas últimas duas semanas. Pensamentos fugidios que se concluíam, não
por acaso, na maior parte do tempo da mesma forma: em círculos. Elipses, para
ser mais exato.
Afinal,
o que acontece quando nós passamos? Tentei encontrar respostas em minhas
leituras. Porém, nem toda a filosofia que já vislumbrei foi suficiente para
elucidar tamanho mistério. Aqui abro um parêntese: preciso voltar a ter
interesse por isso. Deixar de lado leituras rupestres e me inteirar pelos mais
diversos pensadores. Voltar a lê-los por interesse, como fazia antes de entrar
na faculdade. Naquela época de ouro, Foucault e Nietzsche colidiam com Platão e
Jean-Paul Sartre de forma harmoniosa. Sem cobranças, realmente me deliciava a
cada página passada. Fecho o parêntese.
Talvez,
no momento mais lógico de minha vida, resolvi parar de destrinchar imaginários
alheios e cheguei a uma bifurcação: ou ninguém sabe satisfatoriamente, ou
ninguém dignamente letrado jamais regressou.
Minha
insignificante sapiência apenas me permite listar o que fica: sentimentos
interrompidos, entes queridos corroídos, credores enraivecidos (sim, eu os tenho), projetos em stand by.
A
verdade é essa: sou todo curiosidade. Com algumas pitadas de saudade e cansaço.
A
vontade? Reticências
“Não
tenho coragem para tirar minha própria vida. Eu rezo todas as noites para
encontrar a força para fazê-lo, mas a coragem me escapa. [...] Minha vida é um
constante estado de medo de alguém ou de algo. É impossível nadar contra a
corrente. Vale a pena viver a vida?”
(Shirley
Harrison, ‘O diário de Jack, o Estripador’)