sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Feitiço do tempo


Uma escolha ruim só se torna uma escolha realmente ruim depois de já ter sido tomada como boa escolha num momento oportuno”. Ontem, após ler um post de um blog* que venho acompanhando a algum tempo e, por conseguinte, compará-lo com um post que estava escrevendo, essa frase me veio a cabeça. A última vez que tinha ouvido-a (uns 8 anos atrás!), estava num dos meus momentos de desconsolo adolescente. Nada que um pé-na-bunda nunca tenha feito por alguém, mas aquele foi especial, afinal era minha primeira “paixão”.

Bom, mas esse não é o caso. Acabei de ler o texto do André Laurentino, “O tempo”, no encarte do Guia da semana do Estadão. Também me fez pensar na primeira frase desse post. A verdade, é que eu DETESTO o jeito como gasto o meu tempo. Reparem que eu usei o verbo “gastar” ao invés da locução verbal “fazer uso”. Isso faz diferença. Até porque, eu não uso o meu tempo, apenas desperdiço entre muitas coisas que julgo inúteis (faculdade), descartáveis (trabalhar) ou desagradáveis (filas e busão). Sabe aquela frase “o pior não é perder 8 horas do seu dia trabalhando, mas outras 4 em condução”?. Pois é, penso nela todos os dias. Fora saber disso, ainda chove otário com livrinho de auto-ajuda (que para mim, é coisa de indeciso e inseguro! Um bando de FDP!) dizendo “aproveite seu tempo; faça o que tem vontade; não reprima seus anseios, etc”. Um monte de blá-blá-blá.

Eu adoraria ter mais tempo para as minhas leituras. Tenho uma pilha de livros que acumulei nos últimos 2 anos e ainda nem comecei a ler. Queria poder me dedicar mais ao meu TCC. Aos livros que ainda pretendo escrever. Visitar os lugares que ainda não fui. Passar mais tempo com a minha família e a minha namorada. Mas não! Tenho que ficar aqui, nessa porra de lugar, fazendo esse trabalhinho repetitivo que, por mais que eu procure pensar positivo, sempre me parece que só está me levando para um lugar: o fundo do poço.

Se eu tivesse um tempo vago, apesar de todas as vontades descritas acima, eu com certeza só faria uma coisa: dormir. Mas, enfim, sonhar também é um dos meus desejos.. rsrs


* As horas e os devaneios


H ("tempo, tempo, tempo, mano velho...")

domingo, 26 de outubro de 2008

Minha louca vida de mesário ou um (futuro) bibliotecário nas eleições


Alguém sabe o que é pior do que trabalhar durante o sábado?? É trabalhar o sábado e o domingo também! Mas, tirando a parte estressante (que foi sábado, lógico!), foi um ótimo final de semana. Me diverti muito como mesário. Logo na primeira vez já ser Presidente da mesa! Sei que vocês vão me achar louco, mas eu pedi por isso! Eu me inscrevi no site da Justiça Eleitoral para ser mesário nessas eleições. E adorei fazer isso.

Sou apolítico. Totalmente. E sim, me inscrevi pensando apenas nos dias de folga que teria direito. Mas, eu tinha me esquecido das pessoas que eu encontraria. Fiquei responsável pela seção onde voto. Os outros mesários (Aline, Elaine e Fágner) são muito gente boa. Rimos muito com as histórias do Fágner! Encontrei também várias pessoas que conheço que votavam naquela seção (uma em especial, nem vale comentar! rs).

Tive também a oportunidade de esclarecer meus "colegas de mesa" sobre minha escolhida (!?) profissão. Eles nem imaginavam as possibilidades de um bibliotecário trabalhar com sites. Eles tinham aquela velha visão de senhoras, de coque na cabeça, fazendo tricô e pedindo para as pessoas calarem a boca. Foi legal poder esclarecer isso para eles.

Quanto ao trabalho de mesário, não vou dizer frases clichês do tipo: "me senti útil"; "fiz meu papel para a democracia", etc. Não. Realmente não foi isso que senti nem no primeiro, nem no segundo turno. Tudo não passa de um jogo de cartas marcadas. Foi apenas interessante ver como é que algumas pessoas encaram esse dia. Existem aqueles que se arrumam, passam perfume, como se fossem num evento muito importante. Outros, ficam esperando na porta, impacientes, querendo logo acabar com aquilo para irem para casa dormir. Essa é a parte que cabe a cada um de nós desse "mega latifúndio" chamado Brasil.

Apesar de tudo isso, eu recomendo. É algo relaxante e até (eu arrisco dizer) revigorante. E já estou colhendo os frutos. Hoje e amanhã, só descanso! Etâ maravilha de democracia! rs


H (se o Lula conseguiu..)

sábado, 25 de outubro de 2008

Vícios e virtudes.. ou algo parecido

"A persistência da memória", Salvador Dalí


Ando muito impaciente ultimamente. E nem adianta levantar aqui os motivos. São tantos que provavelmente formariam um post por si só. Não sei mesmo o que tem acontecido comigo. Férias. Provavelmente deve ser isso, ou a falta disso. O que eu não faria por alguns dias de paz e sossego..

É realmente muito estranho essa falta de paciência. Até meus 15 anos fui o típico adolescente de pavio curto. Era só ouvir alguma piadinha ou provocação em relação ao meu nome e pronto, já partia pra briga. Quantas confusões e inimizades não consegui com isso!

Mas, aos poucos, conforme você amadurece, percebe que nem tudo na vida deve ser na "tolerância zero". Logo, paciência virou uma das minhas virtudes. E das maiores. Tive e ainda tenho outras: compreensão, simplicidade, alegria, e por aí vai.

Claro que os defeitos existem. E estão aí para equilibrar a balança da vida. Timidez, arrogância, preguiça, e agora, a já citada impaciência. E essa conta piora ainda mais quando você consegue juntar a tudo isso os vícios. E os meus são muitos também (só vou citar alguns, claro!):

* Alimentares: pão-de-queijo; chocolate; refrigerante;
* Físicos: sedentarismo; Friends; boa música;
* Psicológicos: aqui tem um principal que não posso contar por enquanto (sei que minha mãe não lê meu blog, mas vai se saber, né!).

A lista é grande. Mas não seria minha vida se não o fosse. Apesar da falta de paciência, gosto dela assim. Limite todos temos. Ninguém quer ser o bobo da vez, ou servir de "cavalo" para os outros. E a vida é assim mesmo, cheia de surpresas e decepções. Certezas e conquistas. Tudo arraigado aos nossos vícios e virtudes.. ou alguma coisa nesse sentido.


"Você vai ao banco trocar um cheque. A atendente te pergunta:
- Em dinheiro?
- Não. Pode me dar tudo em clipes mesmo."


H ("all we need is just a little patience")

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Momento poesia II

Capa do livro de Job Milton Pereira



Ao último instante


E ela, finalmente, chegou!
Então entrego-me por inteiro,
Pois não sei o que mais verdadeiro:
O que eu era ou o que agora sou.

Peço nesse momento derradeiro
Que cada pessoa que os olhos enxugou
Olhe bem para o sepulcro onde estou
E deixem-me como de Primeiro.

A vida bateu-me a porta
E abriu-me o Portal do Destino,
Lugar de todas as incertezas.

(Por isso, peço:) não quero ouvir nenhum hino,
Para não transformar risos em tristezas;
Algo que ainda é vivo, em coisa morta!



H (A morte começa no nascimento)

domingo, 19 de outubro de 2008

Por uma vida menos ordinária


Eu me esforcei ao máximo para não precisar comentar sobre os assuntos mais comentados das últimas duas semanas. Mas não consegui. Muitos me pediram "mas se você tem um blog, por que você não comenta do carinha de Santo André?". E por aí vai. Bem, escolhi três assuntos que venderam muitos jornais e geraram os comentários mais inúteis dos últimos 15 dias. Vou comentá-los, tentando compará-los com alguns filmes:


1) Assassinato em Gosford Park: A crise norte-americana - assim como o filme de Robert Altman, o "Império Capitalista" vivia seu fim de semana de festa quase perfeito. Todos tinham sua imagem de poderosos e dominadores, pouco ligando para as formas como essas imagens foram criadas ou para o que as outras nações pensavam sobre isso. Na verdade, assim como a mansão dos McCordle, os Estados Unidos são formados por pessoas tão confiáveis quanto o povo de Bangu I. Pessoas mesquinhas e oportunistas, que só olhavam para o próprio umbigo, tentando tirar o máximo de vantagem das situações (enriquecer mesmo!) não pensando no futuro. Quando acontece uma fatalidade (que para muitos foi castigo e para outros, já era anunciado), como tudo hoje é interligado (culpa da globalização), infelizmente todos sofrem com a burrice de poucos. Nesse caso, ainda bem que sou brasileiro (com ressalvas, claro!).


2) Fargo: uma comédia de erros: Debate Band entre Marta X Kassab - não, esse não teve nenhum assassinato. Não foi preciso nenhuma investigação. Mas os irmãos Coen, se tivessem assistido esse debate e suas repercussões, com certeza pensariam em uma possível sequência para o filme de 1996. Confesso que não assisti todo o debate, mas o pouco que vi, parecia uma rinha de galo. As trapalhadas, provocações (mentirosos dos 2 lados!), insinuações ("Será que ele é?") me fizeram rir muito. São esses debates que me fazem voltar a real e sempre pisar o pé quando digo: sou apolítico, graças a Deus! Qualquer dos dois que vencer dia 26/10, quem vai se fuder vai ser o povo de São Paulo. Talvez merecido.


3) Um dia de fúria: O caso de reféns em Santo André - diferente do título do filme citado, o drama durou 5 dias. Como a polícia deixou? Não sei, mas não devia. Deram comida, bebida.. deixaram o cara até dormir! Por que não entregaram logo uma medalha de honra ao mérito e a chave da cidade para ele?? Erro típico de principiantes! E ainda fizeram a menina que já tinha sido libertada voltar para o apartamento. Só podia dar no que deu. Um pedófilo (c/ 19 anos começar a namorar uma menina de 12! Pelo amor de Deus!) como esse devia morrer! Joguem ele numa cela super lotada.. vai virar a mocinha da galera na hora! Se eu pudesse, queria só fazer uma pergunta para ele: "você sabe de algum caso em que uma moça voltou atrás no namoro com um rapaz só porque ele apontou uma arma para a cabeça dela?" Chega a ser patético de tão imbecil! Desejo meus pêsames para os familiares das duas meninas.

É isso.. sofrer faz parte.. mas pensar é sempre bom!


H (silêncio)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dica para bons ouvidos

Capa do CD "Blue", segundo álbum da banda, lançado em 1999.


Esses dias estava tentando atualizar a minha "biblioteca musical" (vulgo MP3). Fazia um bom tempo que estava querendo buscar alguma coisa sobre a banda Third Eye Blind. Eles tem uma música na trilha do filme De repente é amor que é uma das minha favoritas: Semi-charmed life. Um amigo me passou um site* bem bacana de rádio que disponibiliza, entre outras coisas, que você busque e ouça as músicas sem precisar baixá-las e/ou pagar por elas. Você pode até criar várias Playlists e disponibilizá-las para que outras pessoas possam ouvi-las e avaliá-las. Assim, encontrei essa música Deep inside of you da referida banda. Segue a letra para quem interessar:


"When we met light was shed
Thoughts free flow you said you've got something

Deep inside of you
A wind chime voice sounds, sway of your hips round rings true
It goes deep inside of you

These secret garden beams
Changed my life so it seems
Fall breeze blows outside, I don't break stride
Thoughts are warm, and they go
Deep inside of you
And I never felt alone, till I met you

Friends say I've changed, I don't listen cause I live to be
Deep inside of you
Slide of her dress, shouts in darkness
I'm so alive
I'm deep inside of you
You said boy make girl feel good
But still
Deep inside
I've never felt alone
Till I met you
I'm alright on my own
And then I met you

And I'd know what to do if I just knew what's coming


I would change myself if
I could
I'd walk with my people if I could find them, and I'd say thatI'm sorry to you
I'm sorry to you
And I don't wanna call you, but then I wanna call you cause
I don't wanna crush you but I feel like crushing you and it's true
I took for granted you were with me

I breathe by your looks and you look right through me
But we were broke and didn't know it
We were broke and didn't know it
We were broke and didn't know it
We were broke and didn't know

Something's gone you withdraw and I'm not strong like before
I was
Deep inside of you
I can go nowhere
I burn candles and stare at a ghost
Deep inside of you
And some great need in me
Starts to bleed I've lost myself, there's nothing left, it's all gone
Deep inside of you
Deep inside of you
Deep inside of you"


*O link do site é: http://www.deezer.com/


H (Só na música encontro minha paz terrena)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dançando conforme a música


Hoje aconteceu uma coisa bem, eu diria, engraçada. Estava no busão, indo para a minha labuta diária, sentado próximo a janela (um milagre! rs). Depois de cortar quase todo o bairro da Lapa, um pouco antes de chegar na Rua Clélia, meu busão passa em frente a uma escola (que não me lembro o nome agora). Justamente nesse instante, eu estava ouvindo Thriller, do Michael Jackson (E daí?? Gosto não se discute!). Quando olhei para fora, vi três (digamos) adolescentes fazendo a dança do clipe do Thriller!

Achei fora de série! Foi como “another level” (que saudade de uma bobiça! rs) de “transmetimento de pensação”!! Simplesmente hilário. Algum tempo depois, me caiu a ficha: aquela “molecada” nem era nascida quando esse clipe foi lançado.. com certeza nem devem ter convivido com algum grande sucesso do Michael Jackson.. mas estavam lá, todos mó empolgados, indo de um lado para o outro, fazendo aquele movimento com as mãos..

E, na minha fase saudosista atual, logo me veio em mente aquela época em que se reunia o pessoal da rua pra ficar ouvindo rádio esperando tocar a música daquele artista e/ou banda para depois todos saírem imitando a dança. Bons tempos.. até alguns nomes surgiram agora.. velhos amigos que não vejo a séculos! Colegas diários que me fizeram rir, divertir, papear, conversar, viver..

Etâ saudade!


H ("You see a sight that almost stops your heart")

sábado, 11 de outubro de 2008

Momento poesia

Máscara de Agamêmnon, representação do rei grego de Micenas



Senhor de Argos

Minha solidão aumenta como nuvens de chuva
E se esvai, de repente, no meu caminho,
Como milhares de perfeitos cachos de uva
Pisados que se transformam em vinho.

- Eles me odiaram sem motivo
e me julgaram sem defesa.
Condenaram-me como um morto-vivo,
Com uma morte sem presteza.

Uniram minha sorte e fobias num enlace
E cortaram meu destino em várias tiras
Para, perdido, nunca mais me encontrar.

E na máscara imunda da minha face,
Talharam a maior das mentiras:
“ ... este, que aceitou seu veredicto sem lutar...”.

[H & M. F.]



H (σύ ο ίδιος γνωρίζει*)

* "Conhece a ti mesmo"

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"Que tempo bom, que não volta nunca mais..."


Semana passada eu estava lendo a matéria de capa da revista Offline (nº 7) sobre os anos 90. No mesmo dia, quando cheguei em casa, consultei no Youtube e achei vários vídeos com as aberturas dos melhores desenhos da década de 80. Um em especial me chamou muito a atenção: Pole position. Eu ainda sabia a música de cor! Na hora me trouxe muitas recordações! Lembranças boas de uma época que a minha única preocupação era me divertir. Ficar na rua até tarde, enrolar para ir tomar banho e (enrolar mais ainda para) fazer as lições da escola.

Que tempo bom era aquele. Nada de se preocupar com o trânsito, se ia chover ou fazer sol, se fulano se matou ou foi morto, que profissão seguir, celular, computador, internet, email, nada disso importava. Éramos crianças de verdade! O futuro era algo tão distante que nem nos dávamos ao trabalho de imaginar como seriamos dali 15, 20 anos.

Os desenhos eram realmente desenhos. Tom e Jerry, Pica-pau, Muppets Babies, Capitão Planeta, Thundercats, entre outros. Nada dessas proliferações de desenhos japoneses com pancadaria e xingamentos aos montes. Até a TV Cultura era ótima de se assistir. Glub-glub, O mundo de Beakman, Rá-tim-bum. Todos foram mais do que essenciais para o meu aprendizado.

Não sei. Ultimamente tenho estado saudosista demais. Acho que deve ser coisa da idade.. rs O Michel tinha razão quando dizia que “só se vive uma vez: quando se é criança”. Depois, as preocupações e obrigações fazem com que se empurre a vida “com a barriga”. Tudo isso para quê? “Pra envelhecer e sentir saudades, porque é nessa fase que essa palavra tem seu sentido mais verdadeiro.” [M. F.]


H (“..falando diretamente do mundo da lua.. onde tudo pode acontecer!”)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Post rápido


Hoje, depois de esperar um bom tempo pelo ônibus (finalmente ia conseguir voltar para casa sentado!), provei daquele maldito ditado: "tudo que é bom, dura pouco". Para minha infelicidade, ao meu lado, sentou uma senhora já aparentando seus 70 e todos anos. Quero deixar bem claro que não tenho nada contra idosos. Sei que um dia serei um também. Pelo contrario, os respeito muito e os quero muito bem.. mas bem longe de mim! Eu não estava num bom dia para ouvir esses papos sobre o tempo, se chove ou se faz sol, etc.

A senhora a todo instante tentava puxar um assunto. Coloquei logo meu MP3 no ouvido e aumentei o volume o máximo que pude suportar.. em vão! A velha parecia ter aprendido a falar recentemente, já que esganiçava sem parar.

Para não ficar ainda mais chato, fechei meus olhos para fingir um sono repentino.. e, enquanto tentava me concentrar no novo sucesso do Keane (Spiralling), lancei uma charada para o "Cara lá de cima": "Senhor, o que pode ser pior do que acordar cedo, trabalhar sem pique, fazer um curso picareta e estar sem um troco no bolso?"

Na música* seguinte ele me respondeu: envelhecer...


H (cada dia mais perto do descontrole!)

* Ramones - I don`t wanna grow up

sábado, 4 de outubro de 2008

Tudo que começa, um dia acaba...

Enquanto estou me preparando para o fatídico dia de amanhã (eleições), consegui terminar a minha lista dos "50 melhores filmes que já vi". Já se passaram quase 3 semanas sem que eu conseguisse chegar a um consenso. Mas acho que ela está pronta. Claro que ela não é definitiva! Ainda existem muitos clássicos que eu não vi e existirão muitos outros que eu verei, com certeza. Bom, chega de enrolar! Segue a última parte da saga:


A cor púrpura (The color purple): baseado no livro homônimo de Alice Walker, conta a história de Celie, uma jovem que, depois de ser estuprada pelo pai, é entregue a Mister, um homem violento que a trata mais como escrava do que como esposa. A história é intensa e sofrível. A cena em que Celie está fazendo a barba de Mister durante uma discussão é de prestar muita atenção. Brilhante filme de Steven Spielberg. Apesar das 11 indicações, injustamente não ganhou nenhum Oscar.


O carteiro e o poeta (Il postino): numa época onde falar o que se pensa nem sempre é bem visto, um carteiro, graças a amizade com o escritor Pablo Neruda, começa a despertar para seu autoconhecimento, ao mesmo tempo em que nutre uma paixão que nem toda a poesia do mundo é capaz de descrever. Com imagens riquíssimas e uma trilha que ganhou o Oscar em 1996.


Regras da vida (The cider house rules): é um filme para se pensar bastante. Um médico no orfanato em busca de um substituto. Um garoto, criado dentro desse mesmo orfanato, louco para conhecer o mundo. Cada um tem sua maneira de enxergar o que existe “do lado de fora”, e dessas visões surgem conflitos e descobertas que mudam constantemente as percepções de cada. Uma trilha belíssima para um filme magnífico.


Adaptação (Adaptation): é um tipo de “metafilme”, um filme que a todo o momento aborda a inspiração e escrita de um roteirista famoso (no caso, o próprio roteirista do filme, Charlie Kaufman). Uma dupla interpretação soberba de Nicolas Cage, já que ele faz também o papel do irmão de Charlie Kaufman, que, mesmo não sendo roteirista, consegue escrever um estupendo, deixando o personagem de Charlie Kaufman ainda mais desgostoso! Ainda tem no elenco Meryl Streep e Chris Cooper (Oscar de melhor ator coadjuvante em 2002).


Os suspeitos (The usual suspects): 11 homens e um segredo?! Que nada! Grande elenco mesmo num filme sobre assalto é esse! Tudo começa com um roubo de esmeraldas e termina... bom, não vou contar! Uma seqüência de cenas de embaralhar a todos. E, no fim, fica a dúvida: quem é Keyser Söse?? Ganhou 2 Oscars.


Shine – brilhante (Shine): para quem gosta de música clássica, mas também gosta de entender a formação de caráter das pessoas, esse é o filme. Baseado em fatos reais, conta a história do músico David Helfgott que, depois de não agüentar o pai controlador, segue a paixão pela música. Uma paixão que o leva a loucura e a redenção. O melhor filme de Geoffrey Rush.


Guerra nas estrelas: o retorno de Jedi (Star Wars VI – the return of Jedi): Apesar da idéia de George Lucas ter terminado em uma dupla trilogia, na minha simplória opinião, O retorno de Jedi é o que mais merece atenção. Não só por ser aquele que põe um ponto final na saga invertida dos Skywalkers, nem por toda a invenção, fantasia, revolução na área de efeitos especiais e divertimento que as trilogias trouxeram, mas principalmente pela luta final, onde Darth Vader solta a melhor das frases: “Luke, I`m your father”.


Carruagens de fogo (Chariots of fire): esse eu inclui não tanto pela filmagem em si, mas por dois fatores: ser um dos poucos filmes europeus a ganhar o Oscar de melhor (1981) e, principalmente, por sua trilha.. algo invejável por todos! Uma obra-prima do músico grego Vangelis, que virou tema de todos os Jogos Olímpicos dali para frente. O filme conta a história da delegação britânica durante as Olimpíadas de Paris (1924), em especial, a disputa entre dois deles, Harold Abrahms e Eric Liddell para saber quem seria o mais rápido.


O silêncio dos inocentes (The silence of the lambs): um filme especial, assim como “O senhor dos anéis” (que foi o primeiro do gênero fantasia a ganhar o Oscar de melhor filme). Foi o primeiro filme de suspense/terror a ganhar a premiação máxima do Oscar. E não só isso! Levou também as estatuetas de melhor ator (Anthony Hopkins), melhor atriz (Jodie Foster), melhor diretor (Jonathan Demme). A história é engenhosa, contando a relação de “quase necessidade” entre Hannibal Lecther e a agente do FBI Clarice Starling quando essa busca pistas para encontrar um serial killer.


Batman: o cavaleiro das trevas (Batman - The dark knight): antes de qualquer coisa, quero dizer que acho sim Jack Nicholson o Coringa mais foda de todos os tempos. É a cara dele! Também acho que faltava um pouco de anarquia na sua interpretação no filme do Tim Burton, coisa que essa nova versão tem de sobra! A morte de Heath Ledger deu uma visibilidade bem maior do que o esperado para o filme? Não sei.. sinceramente não sei. Ele merece uma indicação póstuma ao Oscar? Claro! Mas ganhar já é um pouco demais. Acho que o filme é realmente um marco para os novos filmes baseados em HQ. As cenas de ação são ótimas, os diálogos são afiados e o elenco é proporcional. O melhor filme dos últimos dois anos.

Bom, é isso.. o que começou precisava terminar. E esse é "The End".


H ("
let`s put a smile on that face")