terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cabeceira do H - Tal pai, tal filho


Não posso dizer que fui ou sou um leitor assíduo de Stephen King. Li um ou outro, mas, em alguns casos, gostei mais da adaptação de seus romances para a telona. Foi assim com “O Iluminado”, “Louca obsessão”, “Tempestade do século”, “Rose red”, para citar alguns.

Porém, o autor do livro que vou falar nesse post não é o mestre do terror. Não. Mas alguém bem próximo. Tal próximo que os estilos chegam a se confundir, cada um com sua peculiaridade, claro!

Vamos ao momento flashback: como eu disse no post anterior sobre esse tema, decidi comprar “A menina que roubava livros” com o vale-presente que alguns amigos me deram de aniversário. Mas ainda sobrava dinheiro para mais um. Então, comecei a passar os olhos por algumas capas. Vi alguns realmente interessantes, porém nenhum que se encaixasse no valor total do vale. Até que, num momento quase sobrenatural, um deles me atraiu de tal forma que, juro, nem liguei para o valor! Na capa, uma estrada pouco iluminada, um céu nublado, uma floresta ao redor.. e uma frase de efeito (para variar!): “Mais cedo ou mais tarde, os mortos nos alcançam...”. Uma atendente, vendo minha cara de admiração diante do livro, se achou no direito de interromper minha contemplação: “Você sabia que esse autor é filho do Stephen King?”. Ela teve sorte! Se fosse outro caso, teria a ignorado por completo. Mas a frase dela só me fez ter mais certeza: aquela era “o” livro!

A estrada da noite” (Heart-shaped box), de Joe Hill, conta a história da lenda do rock Judas Coyne, um colecionador bem original. Sua gama de objetos macabros traz desde um laço usado num enforcamento, até uma fita com cenas reais de assassinato. Através de seu agente, Coyne lê a chamada de seu próximo souvenir: um paletó assombrando pelo espírito de seu antigo dono, que será leiloado. Sua oferta de US$ 1.000,00 vence e, assim, o estranho objeto chega numa caixa preta, em forma de coração. Logo, o que parecia uma brincadeira, torna-se uma verdadeira corrida pela vida, através da estrada da noite. O fantasma existe mesmo, mas o proprietário não foi escolhido à toa! O que acontece a partir daí? Só lendo para vocês saberem. Fazendo uma narrativa soberba e cheia de surpresas, Joe Hill mostra que, na verdade, não veio para substituir seu pai. E que nem deve ser comparado a ele. Joe Hill veio para somar e, ao mesmo tempo, dar um sopro de ânimo (que, em alguns momentos, parece até um furacão! rs) nos fãs do gênero.

Filho de peixe... elefante é que não vai ser!


H (“Vamos dar um passeio juntos [...] pela estrada da noite”)

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