sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O molhado da chuva




Nesses últimos dias, tenho me sentido como um grande (nem tanto assim, já que só meço 1,67m) ponto de interrogação ambulante.

Durante dois dias, fui abordado com a mesma questão feita por 4 pessoas diferentes: “você se imagina trabalhando como bibliotecário?”. Juro que comecei a ouvir o som de grilos nas duas primeiras vezes. Fui pego totalmente de surpresa. Apesar de já ter refletido sobre isso algumas vezes, graças aos meus colegas de sala, nunca havia chegado a um consenso, um denominador comum que pudesse desanuviar o aspecto turvo que tal pergunta sempre me remeteu.

Já houve vezes em que a resposta sairia com um “sim” quase inconseqüente, sem um diagnóstico pormenorizado; em outras, contando com o auxílio de uma apreciação prévia do assunto, o retorno seria um “talvez”, seguido de ressalvas tão contraditórias que me perseguiriam por grande parte do curso (como realmente aconteceu! rs), me deixando ainda mais confuso sobre a minha “decisão” de ter assinalado Biblioteconomia no meu comprovante de inscrição para a Fuvest.

Vocês devem estar muito curiosos para saber qual (is) foi (ram) a (s) minha (s) resposta (s) para essa questão vital, responsável por reger toda a minha malograda vida acadêmica. Agüentem mais um pouco, afinal, meu curso tem sido um tema tão constante nesse blog (até parece!) que falar sobre minhas imprecisões com relação a ele já está se tornando praxe.

Coloquem-se no meu lugar: e se vocês fizessem um curso que é visto ainda ancorado a idéia de todo e qualquer serviço relacionado a uma biblioteca, pouco conhecido e divulgado, de fácil picaretagem e traumática assimilação acadêmica, com constantes reflexões associadas como infrutíferas, o que vocês responderiam? Calma, não respondam ainda! Somem tudo isso que já “disse” ao fato de não ter sido uma escolha sóbria, refletida com base em anos e mais anos de testes vocacionais, mas sim, uma opção reflexiva, selecionada ao acaso sem um embasamento e/ou pensamento futuro.

A verdade, é que não soube o que responder nas duas primeiras vezes em que fui questionado. Na terceira sabatinada, apenas disse, secamente, que não. Até ensaiei uma piada violeira, remetendo às minhas lembranças sobre uma ilustre (!) formanda de biblio, só para não parecer arrogante ou indeciso.

Porém, na quarta vez, não enrolei muito e simplesmente disse: "ah, se arrependimento matasse..."


H (desistir agora não dá mais!)

2 comentários:

The Owl disse...

Eu tb acho Biblio uma bosta, mas pensei bem e cheguei à conclusão de que acabaria achando o mesmo de qualquer curso.

O bom é que, como odeio trabalhar de qualquer forma, não vai ser tão traumático ter de procurar satisfação em outras áreas da vida.

Ah sim, obrigada por contribuir com a campanha da Cris! rs

Juliana Almeida disse...

A questão mais problemática no meu caso, é que logo estou nos 30 e o mercado em breve me deixa um pouco de lado, vou ter de qualquer jeito me firmar nessa área, custe o que custar, gostando ou não. Tipo como um casamento arranjado: com o tempo a gente acaba gostando. Pensamento conformista, mas acredito que nada é por acaso. ;-)

Relaxa querido.

Beijinho.