sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Preocupação


Por onde posso começar?

Apesar de sempre responder de forma afirmativa a tal pergunta, talvez por imaginá-la retórica, não me lembro de não ter me esforçado uma única vez para segurar a palavra "não", libertina, ziguezagueando na ponta da minha língua.

Estar bem, ao meu ver, vai além da condição física. Tem muito mais relação com o estado de espírito. E o meu anda trôpego, como há muito não ficava. Não digo isso para chamar a atenção ou para me promover como eterna vítima. Digo, simplesmente, porque é a verdade.

Não faz muito tempo, um amigo [agora] próximo disse que a minha principal característica era o sorriso, o transparecer de sempre estar feliz. Coitado. Fiquei triste por ele, incapaz de ver além da minha máscara. E feliz por mim. Afinal, todo o esforço para parecer quem não sou, foi reconhecido com a sua afirmação.

A bem da verdade, ando descrente. Cansado de confiar, acreditar e/ou creditar as pessoas que me cercam. Logo elas se mostram tão "fingidas" quanto eu. Reconheço que não estou na posição privilegiada de juiz supremo, para apontar meu julgamento de caráter contra quem quer que seja. Apenas gostaria que elas fossem sinceras, desde o início.

Já prometi meu coração a uma bela dezena de garotas (o adjetivo está no lugar correto). Fui apressado e precipitado na grande maioria dos casos. Porque "isso" eu não sei fingir: o contentamento que o amor consegue transmitir.

Fica difícil acreditar em algo que raríssimas vezes você pôde sentir entre os dedos. Gostaria muito, mas sei que ele não existe mais.

Como representante (não muito digno, diga-se de passagem) do universo masculino, soaria até piegas dizer o que vem a seguir. Meu maior desejo, hoje, é me apaixonar de novo. Talvez, e nisso sim eu gosto de acreditar piamente, só assim conseguiria esquecer de vez como foi a última, exatamente um ano atrás. Junte a isso o fato de a sua melhor amiga, uma pessoa pela qual você é apaixonado há mais de 11 anos, estar de casamento marcado. E ainda lhe convidar para ser padrinho! Aqui nasce e morre o meu cansaço.

Mas contos de fadas são reservados apenas para os livros. E para entreter meninas. Homens demonstrando tal necessidade latente, denotam fragilidade. Não que eu me importe com isso. De maneira alguma. Depois de um certo tempo, não se liga para mais nada. E disso sim eu tenho medo.


H ("cego")


* imagem retirada daqui

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