terça-feira, 10 de março de 2009

Aprendendo com a vida - Slumdog Millionaire

"Se quiser, você pode consultar os universitários de Biblioteconomia..."


Estou cansado. Sinto-me esgotado até não poder mais. [...] Porém, essa foi a vida que escolhi. Foi o que aprendi com o rumo que a ela seguiu. Tropeços existiram, momentos de desânimo, angústia, revolta. [...] Mas o arrependimento, sinal de fraqueza e desgosto, esse nunca cruzou meu caminho. Sou grato por tudo que me aconteceu.” (M. F.)

Deixando o desabafo do paragráfo anterior de lado, esse final de semana, apesar de um pouco contra vontade, fui assistir o filme “Quem quer ser um milionário?”, como todos devem saber, vencedor de 8 Oscar, incluindo melhor filme, diretor e roteiro adaptado. Depois de um sábado trabalhado (pois é, as tristezas voltaram!), nada como uma volta pela Paulista com a namorada para desestressar, colocar o papo em dia e pegar um cineminha para fechar a noite. Se alguém não gosta de spoilers, sugiro parar por aqui.

Quem quer ser um milionário?” conta a história de Jamal Malik, um ex-morador de uma favela indiana (em inglês, chamados de Slumdogs. Daí o nome original do filme "Slumdog Milionare") que perde a mãe ainda criança e passa a viver junto com o irmão mais velho Salim. Mas claro que não é assim que o filme começa..

Jamal é um participante de um dos programas mais vistos da Índia, um tipo de “Show do Milhão” adaptado. Mas como ele conseguiu? Como ele sabe todas as respostas? Antes da pergunta final, que poderia lhe garantir o prêmio de 20 milhões de rúpias, ele é levado à delegacia onde é torturado para confessar que trapaceou durante todo o programa. E é a partir daí que ele começa sua verdadeira digressão, contando ao delegado suas aventuras e percalços, quase sempre vividos ao lado do irmão e de sua futura paixão, Latika.

Talvez esse seja o principal ‘momento’ do filme (talvez até o único!): a história de Jamal nos mostra que toda vivência é válida, seja ela boa ou má. Tudo que passamos, que aprendemos, pode até parecer irrelevante naquele instante. Mas, uma hora ou outra, todas as nossas experiências são exigidas e, por conseguinte, resgatadas.

Fora isso, “Quem quer ser um milionário?” não deixa de ser um romance. Um romance bollywoodiano, é verdade, com música e dança, trajes, costumes e pontos turísticos. Depois da sessão, conversando com a minha namorada, chegamos a uma conclusão que, até o momento faz bastante sentido: esse filme só ganhou o Oscar porque é o mais completo de todos os outros concorrentes. As doses de romance, humor, tragédia, suspense são muito bem distribuídas. Não existem sobras. Nem exageros. Pelos menos, não aos moldes de Hollywood.. rsrs

A indústria falida do cinema mundial finalmente se rendeu ao jeito indiano de se fazer “sonhos”.


H (seguindo.. sabe Deus para onde..)

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