Hoje, que segundo a UNESCO é o dia mundial da poesia, aproveito para postar um momento especial. Pensei em várias sobre a dura arte de "poetizar". Cecília Meireles, Antero de Quental, Olavo Bilac, Fernando Pessoa, entre outros. Porém, de todos esses, escolhi um que consegue, de maneira única, expressar não só a dificuldade do "fazer poesia", mas, principalmente, do próprio fato de ser um poeta. Se você pensou em Augusto dos Anjos, acertou (como ele mesmo já escreveu) no "urubu" (rsrs):
Vencedor*
Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E à rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração — estranho carniceiro!
Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,
Nenhum pode domar o prisioneiro.
Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,
Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem...
E não pode domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!
Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E à rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração — estranho carniceiro!
Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,
Nenhum pode domar o prisioneiro.
Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,
Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem...
E não pode domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!
H (retomando as rédeas)
* poesia retirada do site Jornal de Poesia
imagem retirada do blog A graça do meu universo
Um comentário:
Êêêê, Augustão...
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