quarta-feira, 27 de maio de 2009

As aparências que nunca enganam

Só uma ilusão de ótica.. ou não..

No fim da semana passada, enquanto conversava com uma amiga da faculdade, ouvi uma frase clichê que, apesar do grande esforço que fiz, não me recordo o número de vezes que já escutei por aí: "... as aparências enganam".

No momento não pensei direito sobre o assunto. A conversa acabou tomando vários rumos, então me deixei levar. Mas aquela frase continuou martelando minha cabeça durante quase todo o fim de semana (pois é, agora tenho tempo de sobra para isso.. rs).

Será mesmo verdade que "as aparências enganam"? Afinal, o que são as "aparências"?! E como elas conseguem nos enganar? Pois é.. essas foram só algumas das dezenas de perguntas que bolei para discutir com uma outra amiga, com quem fui assistir Anjos e Demônios (o post já está pronto!) nessa última terça-feira. Algumas das conclusões a que chegamos realmente me fizeram rever meus atos com relação ao assunto. Vamos a algumas dessas análises:

1) Sei que já falei seguidas vezes aqui sobre expectativas. E não é à toa. Como seres humanos defeituosos (apesar de perfeitos aos olhos do Criador) que somos, baseamos nossas experiências futuras em ilusões. Uma forma muito bonita de deixar os sofrimentos do presente de lado e acumular nossas energias para as ações e/ou acontecimentos que imaginamos para o nosso futuro. Assim também funciona com as pessoas que nos relacionamos. Antes mesmo de trocarmos uma palavra sequer, já analisamos a dita cuja de tal forma que deixaria o próprio Freud perplexo! Em outras palavras: sem conhecer bem a pessoa, acabamos por criar uma "imagem" dela, baseados em primeira e segunda impressões, atos, expressões; mas, principalmente, com base na nossa "idealização";

2) Desse modo, podemos concluir que as tais "aparências" nada mais são do que nossas percepções, nossos julgamentos referentes a essa ou aquela pessoa/fato/momento. Tomem como exemplo a candidata ao Britain's Got Talent, Susan Boyle. Sua primeira apresentação virou hit no Youtube. Por que? Claro que a sua voz é impressionante. Porém, o que mais me chamou a atenção foi a maneira como ela foi "julgada" antes mesmo de começar a canta, assim que disse sua idade. Os jurados pagarem com a própria língua foi o mínimo que poderiam fazer. Depois disseram que foi a maior surpresa que já aconteceu no programa. O típico caso de "pré-conceito" dirigido a alguém que não conhecemos.

Logo, para encerrar, só posso dizer que, na verdade, não são "as aparências" que "enganam", mas nossos julgamentos; nós mesmos nos enganamos. Posso até me equivocar agora, porém, acredito que todos somos do jeito que somos por toda a vida, salvo algumas pequenas adaptações durante o percurso. Uma pessoa muitas vezes tida como extrovertida pode muito bem agir como uma pessoa tímida diante de uma situação nova e/ou atípica. Passada essa fase de adequação, ela simplesmente volta a ser o que sempre foi.

Claro que não me excluo dessa característica humana que citei no passo nº1. Longe disso.. já julguei (e erradamente!) muitas pessoas. Na maioria das vezes, adorei estar enganado.


H ("Não julgues para não ser julgado" ou alguma coisa parecida.. rs)

2 comentários:

Juliana Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juliana Almeida disse...

Vc anda extremamente reflexivo e filosófico.

Imagine se freqüentasse optativas na Psicologia..rs

Beijo.