"Os diretores de cinema, ou eu deveria dizer quem cria coisas, são muito vorazes e nunca conseguem se satisfazer... É por isso que eles conseguem continuar trabalhando. Tenho trabalhado por tanto tempo porque acho que da próxima vez farei algo bom". [A. K.]
Akira Kurosawa nasceu em 23 de março de 1910, na cidade de Tóquio. Caçula de oito filhos de Shima e Isamu Kurosawa, um administrador militar que valorizava a cultura do Ocidente, Kurosawa inicialmente tentou ser pintor. Porém, a investida não funcionou, devido à falta de dinheiro. Mas suas características artísticas o acompanharam durante toda a sua trajetória no cinema, onde ele pintava quadros como "storyboards" de seus filmes. Mesmo assim continuou com sua paixão pelas artes, principalmente a literatura, de onde tirou inspiração para a grande maioria de suas obras.
Sofreu também grande influência do irmão, Heigo, quatro anos mais velho, na sua paixão por cinema. Heigo trabalhava como Benshi, uma espécie de "narrador de filmes" do início do século no Japão. Infelizmente, com o advento dos filmes sonoros a profissão de narrador se tornou obsoleta, e Heigo viu-se sem emprego. O fato deprimiu tanto o irmão de Kurosawa que ele acabou se suicidando aos 27 anos de idade. Kurosawa demorou para aceitar a tragédia.
Em 1936, entrou em um estúdio de cinema respondendo a um anúncio que procurava pessoas para um teste de assistente de diretor. Tentou e ganhou. Aos 33 anos, dirigiu seu primeiro filme, ''Sanshiro Sugata'' (A Saga de Judo). Foi um sucesso no Japão, que vivia seus tempos de guerra, mas a visão de Kurosawa chocava-se com alguns sentimentos nacionalistas e suscitou ataques acalorados dos militares. Já o reconhecimento no exterior veio anos mais tarde quando seu filme "Rashomon" ganhou o Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro, em 1951.
''Pegue o 'eu', subtraia 'filmes' e o resultado será 'zero' '', escreveu certa vez o diretor, ao deixar claro que sua vida só tinha sentido ligada ao cinema. Seus temas frequentemente giravam em torno do valor do espírito guerreiro, ideais humanistas e o auto-sacrifício, mesmo que fútil. Os críticos consideram que seu estilo inovador - marcado por seus detalhes elaborados e extensos movimentos de câmaras - influenciou filmes internacionais desde ''Star Wars'', de George Lucas, até ''Scarface'', de Brian De Palma.
Em 1985, o Festival de Cinema de Cannes homenageou-o pelo seu filme "Ran" do qual ele mesmo dizia que era a "obra de sua vida". O filme foi baseado em adaptações do livro Rei Lear de William Shakespeare. Conhecido como ''O Imperador'', pelo seu perfeccionismo e extravagância, foi um dos poucos diretores japoneses a conquistar fama nos cinemas internacionais. Faleceu em 6 de setembro de 1998.
Reza a lenda que, no fim da década de 1970, já muito amigo de muitos diretores americanos influentes, Akira Kurosawa comentou sobre a idéia de um novo filme com ninguém menos que a dupla Steven Spielberg e George Lucas. Porém, Kurosawa não conseguiu o financiamento para começar as filmagens. Na mesma semana, Spielberg ligou para a direção da Twentieth Century-Fox e exigiu o financiamento da película de Kurosawa. Depois de muita conversa, o estúdio garantiu 5 milhões de doláres para as filmagens. Os outros 2 milhões saíram dos próprios bolsos de Spielberg e Lucas. O resultado? O excelente "Kagemusha, a Sombra do Samurai".
Akira Kurosawa nasceu em 23 de março de 1910, na cidade de Tóquio. Caçula de oito filhos de Shima e Isamu Kurosawa, um administrador militar que valorizava a cultura do Ocidente, Kurosawa inicialmente tentou ser pintor. Porém, a investida não funcionou, devido à falta de dinheiro. Mas suas características artísticas o acompanharam durante toda a sua trajetória no cinema, onde ele pintava quadros como "storyboards" de seus filmes. Mesmo assim continuou com sua paixão pelas artes, principalmente a literatura, de onde tirou inspiração para a grande maioria de suas obras.
Sofreu também grande influência do irmão, Heigo, quatro anos mais velho, na sua paixão por cinema. Heigo trabalhava como Benshi, uma espécie de "narrador de filmes" do início do século no Japão. Infelizmente, com o advento dos filmes sonoros a profissão de narrador se tornou obsoleta, e Heigo viu-se sem emprego. O fato deprimiu tanto o irmão de Kurosawa que ele acabou se suicidando aos 27 anos de idade. Kurosawa demorou para aceitar a tragédia.
Em 1936, entrou em um estúdio de cinema respondendo a um anúncio que procurava pessoas para um teste de assistente de diretor. Tentou e ganhou. Aos 33 anos, dirigiu seu primeiro filme, ''Sanshiro Sugata'' (A Saga de Judo). Foi um sucesso no Japão, que vivia seus tempos de guerra, mas a visão de Kurosawa chocava-se com alguns sentimentos nacionalistas e suscitou ataques acalorados dos militares. Já o reconhecimento no exterior veio anos mais tarde quando seu filme "Rashomon" ganhou o Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro, em 1951.
''Pegue o 'eu', subtraia 'filmes' e o resultado será 'zero' '', escreveu certa vez o diretor, ao deixar claro que sua vida só tinha sentido ligada ao cinema. Seus temas frequentemente giravam em torno do valor do espírito guerreiro, ideais humanistas e o auto-sacrifício, mesmo que fútil. Os críticos consideram que seu estilo inovador - marcado por seus detalhes elaborados e extensos movimentos de câmaras - influenciou filmes internacionais desde ''Star Wars'', de George Lucas, até ''Scarface'', de Brian De Palma.
Em 1985, o Festival de Cinema de Cannes homenageou-o pelo seu filme "Ran" do qual ele mesmo dizia que era a "obra de sua vida". O filme foi baseado em adaptações do livro Rei Lear de William Shakespeare. Conhecido como ''O Imperador'', pelo seu perfeccionismo e extravagância, foi um dos poucos diretores japoneses a conquistar fama nos cinemas internacionais. Faleceu em 6 de setembro de 1998.
Reza a lenda que, no fim da década de 1970, já muito amigo de muitos diretores americanos influentes, Akira Kurosawa comentou sobre a idéia de um novo filme com ninguém menos que a dupla Steven Spielberg e George Lucas. Porém, Kurosawa não conseguiu o financiamento para começar as filmagens. Na mesma semana, Spielberg ligou para a direção da Twentieth Century-Fox e exigiu o financiamento da película de Kurosawa. Depois de muita conversa, o estúdio garantiu 5 milhões de doláres para as filmagens. Os outros 2 milhões saíram dos próprios bolsos de Spielberg e Lucas. O resultado? O excelente "Kagemusha, a Sombra do Samurai".
Alguns de seus filmes que eu recomendo:
* Rashomon (1950)
* Os Sete Samurais (1954)
* A Fortaleza Escondida (1958)
* Kagemusha, a Sombra do Samurai (1980)
* Ran (1985)
* Sonhos (1990)
* Rapsódia em Agosto (1991)
H ("Num mundo louco, só os loucos são equilibrados" [A. K.])
Um comentário:
Faltou nessa lista o "Sob olhar do mar" que foi o último filme escrito pelo Kurosawa. Se não viu, ainda, veja!!
Noadia
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