Cupido e Psique, escultura de Antonio Canova, Museu do Louvre.
Nascemos um para o outro*
Nascemos um para o outro, dessa argila
de que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs nas carnes claras,
e eu tenho a alma dos faunos na pupila...
Às belezas heróicas te comparas
e em mim a luz olímpica cintila,
gritam em nós todas as nobres taras
daquela Grécia esplêndida e tranquila...
É tanta a glória que nos encaminha
em nosso amor de seleção, profundo,
que (ouço de longe o oráculo de Elêusis),
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
o nosso amor conceberia um mundo
e do teu ventre nasceriam deuses...
(Raul de Leoni)
* Poema publicado, originalmente, no livro Luz Mediterrânea, de 1922.
H (que bom que você voltou na melhor hora!)
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