sábado, 31 de janeiro de 2009

As duas faces da mesma moeda: bipolaridade


Como eu disse no post anterior, terminei a leitura da minha revista Superinteressante. E uma matéria me chamou muito a atenção: "Mais ou menos", sobre bipolaridade.

Já convivi com pessoas que sofriam desse mal (o próprio Michel tinha seus surtos algumas vezes). E, posso dizer com todas a segurança, diferente do que a revista diz, o caso é muito mais grave do que parece. A influência exterior (as experiências trocadas com outras pessoas, sentimentos vividos) não tem tanta importância quanto o interior. O que realmente "joga" uma pessoa bipolar para um extremo ou para outro é a sua auto-estima, a visão que faz de suas decisões e da sua vida como um todo. Como eu disse, é algo bem mais complicado.

O bipolar é uma pessoa, por natureza, muito desconfiada. Porém, essa desconfiança não se reflete nas ações das pessoas que a cercam, mas nas palavras. São pessoas fáceis de magoar e difíceis de agradar. E as fases de depressão, por conseguinte, costumam durar muito mais que os momentos de euforia. É mais ou menos como diz a letra da música "A felicidade", de Vinicius de Moraes e Tom Jobim: "Tristeza não tem fim / Felicidade sim".

E daí para o uso de drogas (sejam elas lícitas ou ilícitas) é um pulo. Segundo o Michel elas "prolongam o meu estado de ânimo o suficiente para eu não enlouquecer ou me matar". Ele tentou 3 vezes. As melhores poesias e contos que ele escreveu, foram justamente durante seus momentos de depressão. Quase sempre (quando ele conseguia "se reerguer"), as lia e depois queimava, dizendo "ninguém merece me conhecer dessa forma". Apesar de tudo isso, foi o melhor amigo que alguém poderia ter. Tinha mais fibra de pai do que meu próprio velho. Capaz de dar lição de moral (daquelas de te fazer pensar durante uma semana!), na beira de uma estrada às 3 da madruga!

Eu, como bom ciclotímico ("de lua".. rs), recomendo a leitura da matéria. A visão, como eu disse, é superficial. Mas vale a pena folhear e entender um pouco mais sobre essa moeda que, para algumas pessoas "... é um jogo dentro de outro jogo maior." (M. F.)


H ("o abismo fica mais perto do que você pensa")

Um comentário:

Anônimo disse...

Por Noadia: E como é difícil conviver com pessoas que têm esse distúrbio!! Eu conheço uma pessoa que não foi diagnosticada, mas deve sofrer de bipolaridade, porque ninguém consegue agradá-la e na maioria das vezes a gente chega pra contar ou para informar a pessoa de algo e ela já vem com uma 'patada'!!! É dose, viu?