sábado, 17 de janeiro de 2009

Cabeceira do H: o livro da minha vida

"Há coisas que só se podem ver nas trevas. [...] Daniel, o que você vai ver hoje não deve contar a niguém"

Devo confessar que estou com medo de escrever esse post. Medo de ele não estar à altura desse livro que vou comentar. Porque ele merece muito. Farei o melhor. Perdoem-me se não conseguir ou se algo escapar. Desde já, dedico esse post a Irenita, que me fez rever minha lista de prioridades literárias e, assim, me mostrou o esplendor de Barcelona. Continuando...

Faz muito tempo que um livro não mexia tanto comigo como esse que vou indicar hoje. Na verdade, desde quando terminei de ler todos os livros da Agatha Christie, que não sentia um vazio tão grande, como se eu tivesse encontrado "o" livro e ler qualquer outro fosse inútil e irrelevante.

Para quem me conhece, sabe que isso, vindo de mim, parece incongruente. E realmente é. Durante os últimos dois dias, fiquei abismado, imaginando por que havia demorado tanto tempo para ler esse livro. Mas vamos ao momento flashback, que hoje merece uma história mais apurada, já que esse livro está ligado a uma pessoa muito importante para mim:

Meu namoro com a Marília (minha lindinha!) começou depois de 2 longos meses de paciência e investimentos (rsrs). Eu sempre brinco dizendo que fomos nos conhecendo antes mesmo de começar a namorar. Certo dia, no final de 2007, pedi uma resposta da parte dela. Mas não dei uma data limite. Ficamos sem nos ver durante a primeira metade do mês de janeiro de 2008, por isso, acabamos não trocando os presentes de Natal/Ano-novo. Exatamente no dia 26/01/2008, marcamos um cineminha no shopping Eldorado. Ela se atrasou de propósito porque estava comprando meu presente. Eu já havia comentado com ela sobre dois livros que gostaria de comprar. Mal sabia ela que era uma "dica" minha para o meu presente. Em contrapartida, eu não sabia que esse livro traria dentro a resposta que a tanto tempo esperava. Guardo essa carta até hoje, como prova de que os livros podem contar histórias além daquelas que trazem nas entrelinhas.

A sombra do vento (La sombra del viento), de Carlos Ruiz Zafón. É um romance crescente, que começa frio e vai nos esquentando aos poucos, nos envolvendo em suas histórias dentro da história, como num labirinto infinito. Foi bem assim que me senti lendo-o nessa última semana: como o próprio Teseu. Marcando meu caminho e procurando pelo Minotauro. Mas, ao contrário da mitologia, a morte do Minotauro (o fim do livro) não me deixou contente. Eu queria mais, esperava por muito mais além do que estava escrito.

A vida de Daniel Sempere, personagem principal do romance, me iludiu de tal maneira que eu gostaria de te-la vivido. Uma história que, como ele mesmo define durante a narrativa, trata "de livros malditos, do homem que os escreveu, de um personagem que fugiu das páginas de um romance para queimá-lo, de uma traição e de uma amizade perdida. É uma história de amor, de ódio e dos sonhos que moram na sombra do vento."

É uma história linda. E riquíssima. Muitos dos meus próximos posts serão baseados em frases e/ou ensinamentos que tirei da leitura que fiz desse livro. Um livro raro, que me conquistou não pela capa, pela indicação ou pelo formato. Um livro que, assim como a minha namorada, me conquistou pela sagacidade, pela história que tinha para me contar, enfim, pelo fascínio que me causou atrvés da sua trama.

De longe, o melhor livro da minha vida. Um vício que vivi durante uma semana. Uma semana inesquecível. No Youtube, achei uma trilha que, ao que parece, foi composta pelo próprio autor para esse romance.


H ("As lembranças são piores que as balas.")

Um comentário:

The Owl disse...

Acho que sou meio "romântica": adoro ouvir as pessoas falarem dos livros que as conquistaram. Nunca li esse não, mas pelo jeito parece bom.

Quanto ao meme, nem precisa se preocupar em manter a corrente não. Eu só mantive pq o Luís me proibiu de recusar o convite..rsrs