quarta-feira, 20 de maio de 2009

Auto-história: "a mãe" dos esportivos americanos

Durante a década de 1950, nos Estados Unidos, um desejo mais forte do que ter um esportivo europeu, era a vontade de criar um “puro sangue” americano. Claro que os norte-americanos tinham seus Cadillacs e Buicks, mas esses ficavam aquém do desempenho dos modelos europeus com suas formas arrojadas e chamativas. Nesse período a General Motors atravessava um momento crítico, tendo sua rival, a Ford, superado suas vendas na América do Norte por dois anos consecutivos. Os diretores do grupo sabiam que tinham de pensar em algo para retomar o crescimento. Tom Keating, executivo geral da Chevrolet, tinha em mente um novo carro para colocá-la de volta à primeira posição no mercado.

Em junho de 1951 era iniciado o projeto que, a princípio, se chamaria Korvette, palavra homófona de Corvette, em referência à pequena e veloz embarcação de escolta da Marinha inglesa. Mais tarde optaram pelo nome Corvette. Como não poderia ser diferente, apesar de correr atrás de originalidade, o protótipo EX-122 era baseado em carros de corrida europeus.

Em 17 de janeiro de 1953 foi apresentado em Nova York o primeiro modelo do Corvette que surpreendeu o público. Era um carro diferente dos padrões americanos: pequeno, baixo, com visual limpo e desportivo. Embora baseado em desportivos europeus, possuía traços do desenho americano: com lanternas na ponta de um pequeno rabo-de-peixe, era branco com o interior revestido de couro vermelho. Foi o primeiro modelo de série com carroceria de fibra de vidro. Sua aparência era magnífica, mas infelizmente possuía o antigo motor "Blue Flame" da Chevrolet (seis cilindros e 3,8 litros), e câmbio automático Powerglide de duas marchas. O câmbio não agradou ao público, pois a condução deixava muito a desejar. Apenas depois de várias reformulações (tanto visuais quanto de motorização), já no início da década de 1960, a produção ultrapassava as 10.000 unidades por ano, e a Chevrolet passou a recuperar parte de seu investimento.

Existem seis gerações de Corvettes. As gerações podem ser referidas da versão C1 até C6, mas a primeira geração é mais comumente referida como solid-axle (eixo rígido), pelo fato de a Suspensão Traseira Independente (STI) não estar disponível até 1963. A primeira geração foi fabricada de 1953 a 1963.

Mas, o que interessa mesmo a esse post é a segunda versão, conhecido como Sting Ray (coupé baseado no carro conceito ‘‘Mako Shark I’’). Produzido de 1963 a 1967, seu lançamento foi um frenesi. Desenhado por Larry Shinoda , para muitos amantes de carros (eu incluso), é considerado o verdadeiro Corvette. Com exceção do motor de 5,3 litros, era um carro totalmente novo, de estilo diferente e com faróis retráteis. E, além disso, tratava-se do primeiro cupê aerodinâmico disponível no mercado. O vidro traseiro era bipartido, e até hoje continua sendo um modelo muito procurado. O Sting Ray aderia melhor à carroceria, com a suspensão independente nas quatro rodas. A parte dianteira tinha triângulos sobrepostos com molas helicoidais e, na traseira, feixes de molas transversais com forquilhas mais baixas. Havia vários tipos de motor disponíveis, sendo o mais potente de 360 cv. O câmbio podia ser manual de quatro marchas ou Powerglide automático de duas.

Durante o primeiro ano, foram vendidas 21.513 unidades do Sting Ray. Foi a melhor cifra alcançada na história do Corvette, até o momento. Em 1964, o vidro bipartido (por questões de segurança) foi substituído, e em 1965, o carro vinha equipado com freios a disco. Neste ano, o cliente podia optar por cinco tipos de motor; o mais potente, de 6,5 litros desenvolvia 425 cv. Um dos principais motivos dos projetistas era fazer o Sting Ray competir nas pistas no mesmo nível do lendário Shelby Cobra, que possuía um V8 427 da Ford, de mesma potência.

Porém o mercado continuava exigindo motores mais potentes, o que deu origem à versão L88 em 1967. Equipado com um big-block de 7 litros (6.999 cm3), que utilizava cabeçotes de alumínio e três carburadores de corpo duplo Holley. Comenta-se que na verdade chegava a 550 cv, mas a fábrica declarava apenas 430 cv, para confortar as seguradoras. Também houve modificações na aparência, com uma entrada de ar central que se unia ao vinco do capô. Dos 28 mil Corvettes vendidos nesse ano, apenas 20 eram desta versão. O modelo foi pilotado por Dick Guldstrand e Bob Bondurant em Le Mans, estabelecendo o recorde de velocidade na reta de Mulsanne com 274,4 km/h (embora não tenha terminado a corrida). Atualmente os L88 de 1967 estão avaliados em até US$ 650 mil.

Em 1969, o Sting Ray passou a se chamar Stingray, finalizando a história desse lendário modelo. Porém, o Corvette tem uma longa história de sucesso com mais de 119 mil unidades do modelo original construídas. Para 2010, a GM garantiu o lançamento do Corvette Stingray Concept que, inclusive, será um dos "protagonistas" do novo filme Transformers 2. Por falar em filme, tentei me lembrar de alguns filmes antigos onde o Corvette pode ser visto, mas só me lembrei mesmo do 60 Segundos e do recente Star Trek 2009, quando o pequeno James Kirk aparece a toda com um modelo Sting Ray 1967 (aliás, é o verdadeiro responsável por esse post.. rs)


Alguns sites com maiores informações:


H (próximo!)

3 comentários:

Juliana Almeida disse...

Adorei esse post! Bem sucinto, mas com muita informação!
Meu, o que é esse caro? Não sabia que ele tentou concorrer com o Shelby Cobra (que por sinal é de mais).
Será que no próximo salão do automóvel poderemos ver esse modelo de 2010 ao vivo? Surreral!

Bjoka!

Jujuba.

Juliana Almeida disse...

Ps: Que história é essa de Benjamin Button acompanhando "as horas e os devaneios"????

Era só o que faltava...rs

Marcão disse...

Muleke.. se superou hein! Nada como 1 papo d maxo p/ animar esse brogui.. heheh

Brincadeiras a parte, ficou mto bom esse post.. se quiser uma dica, fala dakele carro, a Ferrari 250 GTO.. sei que vc é viciado nele.. heheh

Abrs