sábado, 1 de agosto de 2009

Férias: a análise de um épico



Como já era de minha intenção, aqui está meu post-análise sobre minhas férias. Meu mês de redenção depois de três longos anos de frustrações e sapos enfiados goela abaixo.

Mas deixemos as mazelas do meu dia-a-dia (pelo menos, pelo próprio ano!) e entremos no assunto pertinente. Infelizmente, não viajei. Visitei poucos amigos, do mesmo jeito que poucos deles me visitaram. Comprei meu notebook; torrei quase todo meu dinheiro. Conheci uma das melhores casas de jazz da cidade (Bourbon Street). E, principalmente, dormi bastante.

Como eu já havia dito algum tempo atrás, usaria o tempo das férias para colocar minhas leituras em dia e minha DVDteca em ordem. Acabei não fazendo nenhuma delas. Quanto as leituras, consegui apenas ler "O Jogo do Anjo", do Carlos Ruiz Záfon, que já indiquei aqui, reli "Um Drink Antes da Guerra", do Dennis Lehane e comecei "História Universal da Destruição dos Livros", do Fernando Báez, mas não consegui concluir.

Porém, não posso dizer que foi um mês totalmente improdutivo. Repassando, mentalmente, há poucos instantes pelos títulos de filmes que vi nesse mês, contabilizei a magnífica marca de 15, sendo 10 desses pela primeira vez. Citarei essas películas "inéditas" seguidas de uma breve impressão que tive de cada. Assim, não estragarei qualquer espectativa que você tenha quanto a esse ou aquele filme. Vale ressaltar que a relação será feita em ordem alfabética, para facilitar seu decorrer:

* Clube da Luta (Fight Club, 1999): é o tipo de filme que, antes mesmo dos créditos começarem a subir, te faz exclamar "what fuck is this?!". Perturbador é pouco para um filme que une uma pseudo-dupla personalidade, a violência para aliviar a tensão e o boicote ao capitalismo. Não estou dizendo que o filme é ruim. Ele é apenas complexo demais, trazendo poucas explicações e se sustentando em contradições. Acho que irei assisti-lo mais uma vez, só para analisá-lo de outra forma;

* Encontros e Desencontros (Lost in Translation, 2003): no princípio, imaginei que seria mais um romancezinho que, de alguma forma, conseguiu se diferenciar dos demais para corroborar o destaque que alcançou mundialmente. Ledo engano. A trama, na verdade, gira em torno do "sozinho na multidão". Mas a história é muito monótona. A amizade de Bob e Charlotte saí do nada para conseguir chegar.. a lugar nenhum! Talvez esteja sendo crítico demais. Porém, foi essa a minha percepção;

* Fale com ela (Hable com ella, 2002): é um filme interessante, com um pano de fundo bem diferente. A trilha é excelente (apesar do "showzinho" particular do Caetano Veloso), misturando vários ritmos. A amizade entre Benigno e Marco parece muito sincera. Ambos possuem em comum a paixão, apesar de ser em forma diferente, por mulheres em coma. Gostei muito do ar interrogativo que Almodóvar empregou no fim do filme. Recomendadíssimo!;

* Hannah e suas Irmãs (Hannah and her sister, 1986): quando o assunto é direção de atores, nenhum é melhor que Woody Allen. Ele consegue tirar o mais impressionante de cada um no momento certo. No demais, a história é meio chatinha. Mas é engraçado ver o Woody fazendo o papel de um neurótico hipocondríaco;

* As Horas (The Hours, 2002): afinal, quem tem medo de Virginia Woolf?! Na cena da estação ferroviária, juro que fiquei com muito! Nicole Kidman está irreconhecível e tragicamente perfeita no papel principal. Passei boa parte do filme me perguntando como todas as histórias, mesmo passadas em épocas bem distintas, poderiam se cruzar. Um final que me surpreendeu;

* Juno (Juno, 2007): enrolei muito tempo para assitir esse. Me lembrou muito aqueles filmes adolescentes clássicos da "Sessão da Tarde". Uma história engraçadinha e previsível. Bastante até! Um bom filme para aqueles horas sobrando, quando você só quer se distrair, sem vontade de ficar pensando muito;

* O Paciente Inglês (The english patient, 1996): mais um romance ambientado durante a Segunda Guerra. Não tem nada de impressionante. Ou até relevante para citar. Incrível como um filme de quase três horas tem tanto magnetismo para me fazer dormir! E, quando eu pensei que ele tinha acabado, ainda tive que "virar" o DVD porque a última hora estava no lado B. De bom no filme, só a ótima interpretação dramática da Juliette Binoche e a belezura da Kristin Scott Thomas;

* O Procurado (Wanted, 2008): o que eu posso falar?! Acho que demorou muito para a Angelina Jolie começar a aparecer. Um filme de ação bem montado. Claro que algumas coisas soaram surreais. Mas a maneira ininterrupta como as cenas de ação foram sobrepostas, me fez querer assisti-lo duas vezes no mesmo dia. Sem contar que a trilha ficou a cargo do Danny Elfman! Recomendadíssimo [2]!;

* Sangue Negro (There will be blood, 2008): esperava mais. Achei a trilha um pouco desconexa. Alguns temas escolhidos, em vários instantes, não pareciam apropriados para a cena. A interpretação do Daniel Day-Lewis é sublime. Não é à toa que ganhou o Oscar. Mas para um filme de quase três horas, acho que não custaria nada elaborar um final melhor;

* Sweeney Todd: o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: the demon barber of Fleet Street, 2007): uma obra prima do Tim Burton. Um dos diretores mais versáteis que existem. Como o cara conseguiu fazer do Johnny Depp um ator de musical?! O sangue espirrando me lembrou o Quentin Tarantino e aqueles filmes trash das décadas de 1980 e 1990. Mas tenho que ser sincero: chegou uma hora que toda aquela cantoria me deu sono. Parecia mais enrolação do que uma trama bem desenvolvida.

Bom, é isso. Resolvi não incorporar os trailer dos filmes para não deixar o post quilométrico. Agora é voltar a realidade. Infelizmente...

H (adiando)

Um comentário:

The Owl disse...

Hmm, não fui com a cara desse post. Vc falou mal de vários filmes que eu adoro! rsrs. Acho que alguns deles precisam ser assistidos mais de uma vez ou em épocas certas, mas claro que é questão de gosto mesmo.

Que bom que não odiou o "As Horas". Sinto que este foi uma recomendação indireta minha..rs