Se fosse a mão esquerda do Lula, adivinhem qual cor faltaria... rs
Recentemente, fiz um trabalho sobre políticas culturais que pretendia analisar as considerações dos secretários de cultura de mais de 750 municípios nacionais. Para isso, o professor que ministrou a disciplina elaborou um questionário que, na minha humilde opinião, tentou englobar de maneira simplória o universo cultural do microcosmo regional. Claro que, em se tratando de cultura e Brasil (duas palavras que não combinam bem numa frase afirmativa!), o número baixo de questionários respondidos, apesar de esperado, só foi ainda mais desanimador. Assim como a maioria das respostas concedidas.
Abaixo, transcrevo uma parte do trabalho final entregue pelo grupo no qual tive participação mínima. A pergunta em vista, solicitava que o responsável pela pasta citasse o maior objetivo da Cultura na sua gestão. Posso dizer que achei a pergunto um pouco subjetiva demais. Se por um lado ela tentava medir o entendimento do conceito de “cultura” pelo secretário, por outro, ela abria brechas para um desabafo, trazendo à tona uma problematização que não cabia na determinada questão. Bom, leiam e julguem vocês mesmos:
“Apesar das várias definições sobre cultura que podemos encontrar na literatura da área, as respostas dadas pelos representantes se mostraram bastante centradas no binômio preservação da cultura local / apropriação da cultura pela população (quase 70% das respostas eram relacionadas a isso). Porém, mesmo demonstrando essa preocupação com o estreitamento da relação entre a população e a política cultural, é difícil imaginar como isso seria possível se a grande maioria das secretarias respondeu não focar suas ações culturais numa determinada faixa etária e/ou social.
Tendo em vista que a melhor maneira de expressão para as ações citadas acima seja por meio de manifestações populares, de caráter inclusivo na produção cultural, seria mais do que imprescindível a tomada de um foco social e/ou etário participativo em grande parte do plano cultural do município.
Analisando bem as demais respostas, fica claro que alguns secretários ainda possuem calcificada a ideia de que a existência da apropriação da cultura pela população está ligada a construção e/ou restauração de prédios para abrigar museus ou bibliotecas [entre outras Unidades de Informação]. Claro que essas ações são necessárias. Mas não como principal forma da citada apropriação.
Construções como essas são tidas mais como meios para conservação/preservação de artefatos culturais. Servem, então, como ‘laboratório’ para o crescimento cultural de seu povo. Para tanto, a melhor maneira para aliar ações culturais e população seria promover ações que contribuam para a expressão popular regional: musicais, festas típicas, que envolvam o indivíduo na sua criação, seja intelectualmente, ou através da escolha programática.
ROUANET define o direito à produção cultural como ‘direito que têm todos os indivíduos de exprimirem a sua criatividade’. Talvez esse seja o grande mote que a política cultural nacional deva seguir: garantir a apropriação cultural sem deixar de lado o incentivo à criatividade individual.”
ROUANET, Sérgio Paulo. Política cultural: novas perspectivas. In: ALMEIDA, Candido José Mendes de; DA-RIN, Silvio. Marketing cultural ao vivo: depoimentos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.
H (crie e ative a sua)
Um comentário:
Cuidado! Agora é perigoso criticar qualquer coisa relacionada às nossas aulas. Alguém pode imprimir e colocar por baixo da porta do professor..rsrs
A aula, pra mim, não acrescentou nada. O relatório acabou sendo uma tentativa desesperada de tirar leite de pedra.
Sobre políica cultural, gosto bastante da idéia que o Teixeira Coelho defende, que vai bem na linha da que vc colocou: ele diz que as políticas culturais devem proporcionar meios para que as pessoas inventem seus próprios fins.
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