"Cukor [George] é um dos meus realizadores preferidos. Era um mestre ao dirigir mulheres." (Pedro Almodovár)
George Dewey Cukor nasceu em Nova Iorque, Estados Unidos, em 7 de julho de 1899. Filho único do casal de imigrantes húngaros Victor e Helen Cukor, teve seu nome inspirado no herói hispano-americano George Dewey.
Assim como o pai, pretendia seguir os passos da advocacia. Porém, em 1917, foi recrutado para lutar na Primeira Guerra Mundial. Voltando com a mente mais desanuviada, para desgosto do pai, largou a faculdade de direito e embarcou na empolgante vida do teatro. Começou como assistente de palco, em Chicago. Retornando a Nova Iorque, ficou oito anos mesclando trabalhos como ator e diretor teatral.
Essa sua versatilidade logo o levou a Broadway, onde dirigiu a adaptação do romance “O grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald. A peça foi um sucesso arrasador. E, numa época de transição do cinema mudo para o falado, os produtores procuravam justamente por diretores que tivessem essa experiência em lhe dar com interpretações e palavras.
Catapultado para o universo hollywoodiano no princípio da década de 1930, Cukor teve seu primeiro destaque na direção em 1933, com o filme “Jantar às oito”, que contava com um grande elenco da época. Muito responsável e sempre capaz de produzir ótimos filmes dentro de seus limites orçamentários, George Cukor se tornou o diretor mais desejado pelos produtores de Hollywood.
Por isso, Irving Thalberg, o poderoso chefão da Metro Goldwyn Mayer, não vacilou em chamá-lo para dirigir “Romeu e Julieta” (1936), superprodução estrelada por Norma Shearer (mulher de Thalberg) e Leslie Howard. Apesar da idade um pouco avançada do casal (à beira dos quarenta), o filme surpreendeu a todos.
David O. Selznick, um dos maiores produtores dos clássicos daquela época, convidou Cukor para dirigir aquele que viria a ser o maior sucesso da sétima arte: “... E o vento levou”. Aqui, cabe ressaltar uma das maiores peculiaridades de George Cukor: a atenção quase que exclusiva dirigida a seu elenco feminino. Fazia questão de dar palpites sobre o figurino, maquiagem, além, é claro, da interpretação diante das câmeras. Segundo o diretor, eram elas as responsáveis por fazer a química cinematográfica fluir. Porém, esse seu modo de agir, perturbava muitas pessoas. E, uma delas foi o galã de “... E o vento levou”, Clark Gable que, dizem alguns críticos, foi o principal “semeador” da discórdia entre diretor e produtor do filme. Depois de três semanas de filmagens, Cukor foi substituído por Victor Fleming, não tendo seu nome sequer mencionado nos créditos.
Contudo, esse incidente não abalou a sua carreira. Embora fosse um artesão obediente às regras da indústria cinematográfica e dono de um senso ético que o levava a ser fiel ao roteiro sem se preocupar com o brilho fácil, Cukor fez algumas criações ousadas para os padrões de Hollwyood. Foi o primeiro diretor a relacionar a sexualidade feminina como um dos temas centrais de uma trama (“A vida íntima de quatro mulheres”, de 1962, e “Ricas e famosas”, de 1981, seu último filme).
Em quase 60 anos como diretor, George Cukor nos agraciou mais de 40 belas e riquíssimas produções. Indicado 5 vezes ao prêmio máximo do cinema, recebeu a estatueta dourada por aquele que, até hoje, é considerado seu melhor trabalho: “Minha bela dama”, de 1964. Um musical insuperável em todos os detalhes que arrematou lágrimas e suspiros por onde foi exibido.
Já afastado de qualquer pretensão cinematográfica, o “poeta da alma feminina”, como diziam muitos críticos, morreu em 24 de janeiro de 1983, num hospital de Los Angeles, vítima de um enfarte.
Alguns de seus filmes que eu recomendo:
* Quatro Destinos (1933)
* A Dama das Camélias (1936)
* Núpcias de Escândalo (1940)
* Fatalidade (1947)
* A Costela de Adão (1949)
* Nascida Ontem (1950)
* A Vida Íntima de Quatro Mulheres (1962)
* Minha Bela Dama (1964)
* Ricas e Famosas (1981)
H (precisando de tempo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário