O maior dos compositores italianos de música de cinema nasceu em Roma, em 1928. Ainda pequeno, começou a estudar trompete e logo estava na famosa Academia de Música Santa Cecília estudando composição. Na década de 1950 passou a trabalhar em rádio e em arranjos de músicas para outros compositores de teatro e cinema. Nos anos sessenta, Morricone iniciou uma carreira imensamente produtiva no cinema europeu, tendo trabalhado com vários renomados diretores, entre eles Elio Petri, Gillo Pontecorvo, e mais tarde Henri Verneuil e Bernando Bertolucci. Mas Morricone passou a se tornar conhecido no mundo todo por sua criativa linguagem musical presente nos faroestes italianos dirigidos por Sergio Leone. Ele realmente inovou ao usar nessas trilhas elementos até então totalmente estranhos ao gênero, como gritos, assobios e guitarras. Suas pontuações bem humoradas e sincronizadas com ações dos personagens deram ao estilo faroeste um novo sentido, pois a música de certa maneira sugeria um tom mais crítico, mais sarcástico à narrativa dos faroestes. Em Era Uma Vez no Oeste (C´era una volta il West, 1968), as marcantes gaitas e suas guitarras típicas ajudaram a consagrar o seu estilo vulgarmente chamado de “Spaghetti Western” ou “Bang-bang à Italiana”, como se chamava no Brasil. Seus belíssimos temas com tempero italiano contribuíram para que este filme fosse considerado a obra maior do diretor Sergio Leone. O comentado Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso, 1989) leva uma das trilhas mais inspiradas da história do cinema, e marca o início da bem sucedida parceria entre o diretor Giuseppe Tornatore e Ennio Morricone. O premiadíssimo trabalho da trilha deste belo filme conduz o drama de maneira única. É difícil imaginar o que seria do filme sem essa música, sem esses temas. Um dos pontos altos da trilha, o tema de amor de Cinema Paradiso, é composição do filho de Morricone, Andrea Morricone, ainda que em parceria com a melodia do pai. O envolvimento do compositor com o diretor ainda na fase de concepção do roteiro do filme garantiu uma sintonia dramática perfeita entre música e filme. Nos últimos anos, sua música e seu nome ganharam ainda mais fama particularmente junto ao público mais jovem, com a utilização de seus temas nos filmes Kill Bill, do criativo diretor Quentin Tarantino, declarado fã de Morricone.
Desde o início de sua carreira, Morricone sempre fez questão de arranjar e orquestrar suas próprias composições, dispensando a parceria de orquestradores. Com a evolução das técnicas de orquestração e gravação, o compositor assumiu uma postura bastante crítica em relação aos novos talentos, chegando a afirmar que um compositor que não tem o conhecimento e a capacidade de orquestrar suas próprias composições não pode ser chamado de compositor. Polêmicas à parte, por sua valiosa e vasta obra musical para o cinema, Ennio Morricone com certeza já tem o seu lugar garantido no seleto time dos grandes mestres da trilha sonora.
Após suas cinco indicações sem conquistar nenhum prêmio, finalmente Ennio Morricone foi condecorado com um Oscar® honorário no dia 25 de fevereiro de 2006. A Academia de Hollywood decidiu premiá-lo “por sua magnífica e multifacetada contribuição à arte da música de cinema”. A entraga do prêmio coube a Clint Eastwood, que ficou famoso ao atuar na trilogia Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965) e Três Homens em Conflito (1966), todos os filmes musicados por Ennio Morricone. O compositor nunca quis se mudar para Hollywood, ou tampouco aprender inglês. Até hoje, mora e trabalha em Roma, e apesar dos seus 80 anos de idade, tem feito alguns espetaculares concertos nos últimos anos na Europa. Morricone é um dos compositores de trilhas sonoras mais prolíficos da história tendo composto até hoje música para mais de 400 filmes.
Algumas de suas composições:
Por um Punhado de Dólares (1964)
A Batalha de Argel (1965)
Três Homens em Conflito (1966)
Era Uma Vez no Oeste (1968)
Sacco e Vanzetti (1971)
Meu Nome é Ninguém (1973)
Era Uma Vez Na América (1984)
A Missão (1986)
Os Intocáveis (1987)
Cinema Paradiso (1989)
Bugsy (1991)
A Lenda do Pianista do Mar (1999)
A Missão (1986)
Os Intocáveis (1987)
Cinema Paradiso (1989)
Bugsy (1991)
A Lenda do Pianista do Mar (1999)
Malena (2000)
H (A Itália corre em minhas veias!)
Um comentário:
H, te indiquei para um meme no meu blog. Desculpa se vc não curte essas correntes, mas não sabia mais quem indicar.
Abraço!
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