A última quinta-feira (15/01) parecia um dia comum como outro qualquer. Numa grande cidade como São Paulo isso pode ser classificado por muito trânsito, chuva de verão, mais trânsito e algumas barberagens.
Viver numa cidade assim não é fácil. Ainda mais se você não é respeitado no seu direito mais puro: o de ir e vir. Sentir-se como um intruso, alguém sem espaço, sozinho na multidão. Pois bem, todos já devem saber da morte da ciclista Márcia Regina de Andrade Prado. Atropelada por um ônibus na Avenida Paulista em plena hora do almoço.
Agora, imagine o que já era ruim ficar ainda pior. Como naquela frase pessimista "não há nada tão ruim que não possa piorar". A realidade não é nenhum playground. Imaginem o que é ficar exposto durante mais de 4 horas, seu corpo já inerte, os curiosos aos milhares e você ali, incapaz de pedir explicações, ajuda ou, simplesmente, de pedir desculpas por "atrapalhar" o almoço das outras pessoas. Ser mais uma mercadoria, exposta na vitrine da vida.
E isso não é nenhuma novidade. Pode até chocar no momento, por alguns dias. Mas, depois, vira passado, fatalidade, coisa que se esquece com a maior naturalidade. Logo, outra notícia toma seu lugar, uma nova crise, a posse de um "presidentezinho". Enfim, a vida segue. Porque a realidade não é nenhum playground. Porém, o ser humano é ávido por distração.
No final da tarde daquele mesmo 15 de janeiro, algumas pessoas, que não tinham nada de curiosos, organizaram um protesto. Não só pela morte da ciclista Márcia Regina, mas por respeito, por conquista de espaço e convivência pacífica. Mas foi um ato isolado. Logo outra manchete surge e o que foi dito ou feito, fica enterrado. Guardado apenas na memória de quem, assim como eu tem mais do que apenas 2 olhos e 2 ouvidos... para quem também tem boca, cérebro e, principalmente, coração.
A verdade, é que até a nossa vida e, por conseguinte, a morte que nos é destinada, estão banalizadas. "Viver não é preciso; consumir é essencial!"
Viver numa cidade assim não é fácil. Ainda mais se você não é respeitado no seu direito mais puro: o de ir e vir. Sentir-se como um intruso, alguém sem espaço, sozinho na multidão. Pois bem, todos já devem saber da morte da ciclista Márcia Regina de Andrade Prado. Atropelada por um ônibus na Avenida Paulista em plena hora do almoço.
Agora, imagine o que já era ruim ficar ainda pior. Como naquela frase pessimista "não há nada tão ruim que não possa piorar". A realidade não é nenhum playground. Imaginem o que é ficar exposto durante mais de 4 horas, seu corpo já inerte, os curiosos aos milhares e você ali, incapaz de pedir explicações, ajuda ou, simplesmente, de pedir desculpas por "atrapalhar" o almoço das outras pessoas. Ser mais uma mercadoria, exposta na vitrine da vida.
E isso não é nenhuma novidade. Pode até chocar no momento, por alguns dias. Mas, depois, vira passado, fatalidade, coisa que se esquece com a maior naturalidade. Logo, outra notícia toma seu lugar, uma nova crise, a posse de um "presidentezinho". Enfim, a vida segue. Porque a realidade não é nenhum playground. Porém, o ser humano é ávido por distração.
No final da tarde daquele mesmo 15 de janeiro, algumas pessoas, que não tinham nada de curiosos, organizaram um protesto. Não só pela morte da ciclista Márcia Regina, mas por respeito, por conquista de espaço e convivência pacífica. Mas foi um ato isolado. Logo outra manchete surge e o que foi dito ou feito, fica enterrado. Guardado apenas na memória de quem, assim como eu tem mais do que apenas 2 olhos e 2 ouvidos... para quem também tem boca, cérebro e, principalmente, coração.
A verdade, é que até a nossa vida e, por conseguinte, a morte que nos é destinada, estão banalizadas. "Viver não é preciso; consumir é essencial!"
"E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego"
(Construção, Chico Buarque)
BeKa
* Imagem tirada do blog Different Thinker
2 comentários:
H, se não for incômodo, vou querer o livro emprestado sim! Vlw! :)
E eu passei por ali um dia depois e todos atravessando normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Me lembrei de outra música:
"Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda peão, o tempo rodou num instante"...
Música do Chico Buarque - Roda Viva
Foi assim que me senti, comoe sta música, ao atravessar a avenida Paulista sentido Consolação.
Abraços
Alessandra
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