quinta-feira, 25 de junho de 2009

Momento poesia XXI


Muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante... rs Não, não faz tanto tempo assim. Lá pelo idos de quando minhas únicas distrações na vida eram os fins de tarde na casa do Michel e os inícios de noite no Cine Alvorada (saudade daquele lugar!), sempre que tinha uma manhã livre, pedalava até a Biblioteca Municipal de Leme para satisfazer minha curiosidade por novidades literárias. Entre as várias caminhadas que fiz pelos corredores poerentos e enigmáticos daquele lugar, encontrei raridades que até hoje me fazem refletir sobre as voltas que a vida pode dar. Ou as peças que ela gosta de nos pregar.

Um desses achados, foi o livro Tarde Maior, do poeta Louzã de Oliveira. Até aquele momento, nunca tinha ouvido falar sobre ele e nem mesmo os funcionários da biblioteca conseguiram me ajudar com alguma informação relevante sobre o autor. Tudo parecia um mistério. Hoje, percebo que aquele livro e eu estavamos fadados a nos encontrar. Dele, trancrevo esse soneto (que tem muito a dizer sobre o instante presente):


Fantasia

Essa mulher que em vão tens procurado,
a todo o tempo, em todos os lugares,
não irás encontrá-la e, se a encontrares,
pouco te adiantará tê-la encontrado.

A vida não é um jogo equacionado,
em que as peças se encaixam sempre aos pares
no tabuleiro do ideal. Sonhares
não te garante o sonho realizado.

A mulher que ideaste foi criada
de imagens irreais e transportada
da fantasia para o pensamento.

O amor não é abstração, é a realidade
advinda da sútil fragilidade
de um efêmero acaso, de um momento.

(Louzã de Oliveira)


H (6.. 5.. 4.. 3..)

* Imagem retirada do blog Minha vida, meu jogo..... minhas regras

Nenhum comentário: