quarta-feira, 10 de junho de 2009

Post convidado: a imutabilidade do talento - 1a parte


Há uns anos atrás, li os clássicos da filosofia, nomes importantes como Platão, Sócrates, Anaximandro, Tales de Mileto, Anaxímenes, mas dentre todos estes gregos pirados na batata, ficaram fixos no meu tico e teco Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia. O primeiro dizia sobre a constância do movimento, usando a seguinte analogia: “Um homem entra e conhece o rio. Na segunda vez que entra, não é o mesmo homem”. Calma gente, não pensemos lorotas! O que ele queria dizer sobre a mudança é que, a medida que o homem avança no caminho do conhecimento, ele se movimenta aprendendo mais e mais, tornando-se algo novo. Já o segundo (o Parmênides, para não perdermos o raciocínio), dizia da imutabilidade, isto é, o ser é imutável em sua essência.

Concordo com o Heráclito, o ser humano é um animal em constante mudança neste processo que é a vida. Só que também concordo com o Parmênides no tema da imutabilidade do ser. Por mais alterações que um indivíduo tenha por meios externos ou por mudança interior (tema da liberdade dos atos), a sua essência (valores, qualidades, característica) não alteram. Tá bom! O uso desta metáfora cansativa com princípios de mayêutica (pesquisem no google ou começarão a me chamar de nerd!) é para discutirmos o foco do título da matéria: a imutabilidade do talento de algumas pessoas.

Este discutível tema que abrangem várias áreas do conhecimento como esportes (não quero que os corinthianos me batam), políticas (tão pouco os petistas me fuzilem), religião (entre outras ) se aplica no caso ao talento de alguns caras (ou minas) no mundo da sétima arte. Vamos meter bronca nestes caras!

Freddie Prinze Jr.: Conhecido por papéis teens como Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Scooby-doo (ele é o Freddie, que coisa não?), Amor ou amizade, Louco por você entre outras idiotices água com açúcar, faz o mesmo tipo de galã que irrita a qualquer ser humano. Não muda em nada: atuação, fisionomia e até penteado! Casado com Sarah Michelle Gellar (Da série Buffy, Segundas intenções, O grito), o sujeito vive preso ao tipo eterno adolescente, chegando a estrelar uma série na Warner como ele mesmo. Isto que é versatilidade! Por que não foi indicado?

Michael Madsen: Irmão de Virgínia Madsen (Duna, Número 23), este cinqüentão com trejeitos de Mickey Rourke com James Dean, Madsen é da gangue do Tarantino, isto é, atores que são presenças certas no filme do diretor. Dentre os seus “marcantes” trabalhos estão: Cães de aluguel , A experiência 1 e 2, Telma & Louise, Free Willy 1 e 2, Kill Bill Vol.1 e 2, Sin City entre outras “maravilhas”. Como Freddie Prinze jr., este sujeito não muda a expressão ou aparência em nenhum filme, seja o gênero que for. Admito que ele fica bem no papel de bandido, mercenário etc, mas se ele estudou para atuar, não é apenas para o mesmo tipo. Se liga!

Rache Leigh Cook: Bonitinha, meiguinha, tudo inha! Ela ficou conhecida por alguns trabalhos como Louco por ela, O implacável (filme com Stallone que não implacou nada), Texas Ranger (Western teen que fracassou) e Josie e as gatinhas (sem comentários). Ela é sem sal, com uma presença tão sem graça que até a Maysa do Silvio Santos convenceria melhor! Só recebeu indicação a prêmios patéticos como MTV Movie Awards.

Collen Camp: a carreira desta infeliz foi tão boa que até eu sou capaz de esquecer. Revelada como jovem talento no Programa do ator Dean Martin nos anos 60, ela foi cantora e atriz. No tipo loira bonitinha, com ares de coitada que apanha do marido, os maiores destaques da carreira foram: Bruce Lee no jogo da morte, no qual ela interpreta a namorada de Lee; Loucademia de polícia 2, onde interpreta a esposa do Tacobary; A Madrasta, ao lado de Betty Davis e Quanto mais idiota melhor, onde faz a esposa de um produtor (que versatilidade). A última aparição dela foi em 2004, no filme Em Boa Companhia (com Dennis Quaid, Scarlett Johanson) onde interpreta uma secretária (com uns 40kg a mais do que no início de carreira).

Pois é. Isto porque não citei Steven Seagal, Van Damme e companhia ilimitada. Nos vemos.


Diogo De La Torres Kubota

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa é uma boa justificativa para os 'atores sem talentos' que só sabem fazer um papel, como é o caso do Hugh Grant também, que só sabe fazer filme de 'romancezinho'. Existe também aquela 'maldição Seinfeld' (ou algo assim) quando um ator ou atriz vai muito bem num papel e fica marcado por ele também. É uma questão a se levantar nesse assunto da imutabilidade.
PEDRO