sexta-feira, 12 de junho de 2009

Muito além de uma comemoração varejista

Perdão, esse lugar está reservado?

Dia dos namorados. Mais uma data criada para "ajudar" o comércio numa época de poucas vendas. E, além disso, ajudar a germinar na cabeça da (o) sua (seu) namorada (o) a idéia de que, apesar de ter um (a) ótimo (a) namorado (a), ela (e) ainda merece algum mimo (entenda-se como presente caro!) para saber o tamanho da sua importância para a outra pessoa.

Na semana passada, no dia em que fiquei sem meus fones de ouvido, pude ouvir uma conversa entre duas amigas sobre uma festa em que elas foram e acabaram "traindo" seus respectivos namorados. E, num momento típico de programa de auditório vespertino, uma delas solta a frase: ".. apesar disso, eu não consigo viver sem o meu namorado". É por essas e outras que nunca acreditei naquela famosa frase do filme Love Story "amar é nunca ter que pedir perdão". Amar é muito mais que isso. É sentir saudade; sentir falta de um sorriso, de um abraço, de uma demonstração de entendimento mesmo quando nenhuma palavra foi pronunciada.

Eu poderia ficar aqui, parágrafo após parágrafo, falando sobre o que é o amor. Porém, só vou dizer mais isso: nos meus 26 anos de vida, já amei muitas pessoas "desconhecidas". Já desejei por várias vezes estar com essas pessoas mais até do que com meus familiares. Talvez isso seja "ter uma namorada": enxergar em uma pessoa desconhecida algo que te faz pensar na sua vida futura; perceber que alguém te completa, te "cegando" de tal forma, que logo todas as imperfeições do mundo deixam de existir. Na verdade, até o mundo deixa de existir em alguns momentos.. rs

Pode parecer que eu odeio o dia dos namorados. Não é verdade. Apenas tento evitá-lo o máximo que posso. Apesar disso, essa será a primeira vez nos últimos 5 anos que passarei sozinho. Opção própria e sem arrependimentos.

Sou um romântico assumido sim. Infelizmente, mas sou. E adoro estar com alguém, principalmente para celebrar datas como essa (sem mimos!). Mas, como ultimamente não tenho tido sorte em encontrar uma parceira que corrobore com esse desejo ou, ainda pior, que nem sequer saibam o que é "um namorado", eu simplesmente enxergo esse dia como ele realmente é: 12 de junho, o centésimo sexagésimo terceiro dia do ano de 2009. Um dia comum. Nublado e frio.


H (feliz e sozinho.. graças a mim)

Um comentário:

Maria Irene disse...

Meu caro H,
Dias dos namorados, das mães, dos pais, das crianças, Natal e por aí vai...todos são criados para vender. O mais engraçado é que a turma entra mesmo nesse clima. Esquece (por um dia) as ofensas, as traições, as futricas, o ódio encalacrado, só para cair no impulso consumista. O négócio é "ter", é comprar. E ai de quem não compra e não ganha - são ridicularizados de igual maneira. O engraçado é que os mesmos que dizem que "casar não diz nada", "pra quê anel no dedo",são os mesmos que marcam pressão nessa data. Isso sim tira o romantismo de qualquer situação. Quer coisa mais broxante do que shopping center cheio? E dia seguinte de shopping center, todo mundo trocando os presentes que ganhou. Vá entender esse povo...