“Não é que eu tenha medo de morrer. Apenas não quero estar vivo quando acontecer”. Começo esse post com essa frase magnífica do Woody Allen, para ilustrar (ou tentar ilustrar) como nós, seres humanos, demonstramos a nossa preocupação com o dia de amanhã. Porém, antes, para variar, vamos a um flashback:
Ontem, durante uma “mini-sessão bobiça”, ouvimos (não vou citar nomes para não comprometer a integridade física e mental das pessoas envolvidas) do “ser”, num determinado momento da conversa: “... coisas que eu quero fazer antes de morrer...”. Eu não consegui me conter. Ali, de pé, na porta da salinha, tendo aquela sessão extraordinária de bobiça, não pude resistir! Assim, lancei a pergunta: “E você sabe quando vai morrer?”.
Apesar de o comentário ter surtido algumas risadas e certo desconforto para o “ser” (desculpa!), algum tempo depois, durante a aula nada repetitiva da tia, fiquei pensando em como criamos listas ou agendamos eventos para um futuro que nem sabemos se existirá.
Agora pare e pense. Sim, apenas continue lendo e responda mentalmente: quantas vezes você deixou de fazer algo que era cabivelmente capaz naquele momento, para o dia seguinte, para o outro final de semana, para o próximo mês? Quantos filmes você deixou de assistir na semana de estréia, e continuou adiando essa ida ao cinema até ela virar uma visita à locadora? Quantos encontros você desmarcou por motivos banais, repassando (ou não) para uma outra data? Tenho certeza que você respondeu SIM pelo menos duas vezes. Agora continue pensando: quantas vezes você imaginou que não estaria lá, naquela data remarcada fictícia por alguma fatalidade que não pudesse controlar? Isso mesmo. Quantas vezes você imaginou a sua morte? Quando, como, por que, com quem.. essas coisas.. quantas vezes?? Acho que nenhuma, não é?
Mas isso, apesar de funesto, é uma das coisas mais naturais da vida. Afinal de contas, é nossa única certeza. Morremos a partir do momento que nascemos. (Nossa, tá parecendo mais o programa do Dráuzio Varella! rs). Enfim, mesmo sendo essa “certeza-incerta”, é difícil praticar, por exemplo, aquilo que o Renato Russo disse: “.. é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..”. E é essa dificuldade toda porque vai contra a nossa natureza, contra o nossa sistema de sobrevivência. Lutamos para não morrer e/ou ignoramos a existência da morte porque faz parte do nosso instinto.
Nessas horas (e quando o assunto é esse), me lembro de uma frase do Miéle que, quando perguntado qual seria o seu epitáfio, soltou a pérola: “Aqui jaz, absolutamente contra a vontade, Luis Carlos Miéle”.
H (rindo da morte antes que ela ria de mim)
Ontem, durante uma “mini-sessão bobiça”, ouvimos (não vou citar nomes para não comprometer a integridade física e mental das pessoas envolvidas) do “ser”, num determinado momento da conversa: “... coisas que eu quero fazer antes de morrer...”. Eu não consegui me conter. Ali, de pé, na porta da salinha, tendo aquela sessão extraordinária de bobiça, não pude resistir! Assim, lancei a pergunta: “E você sabe quando vai morrer?”.
Apesar de o comentário ter surtido algumas risadas e certo desconforto para o “ser” (desculpa!), algum tempo depois, durante a aula nada repetitiva da tia, fiquei pensando em como criamos listas ou agendamos eventos para um futuro que nem sabemos se existirá.
Agora pare e pense. Sim, apenas continue lendo e responda mentalmente: quantas vezes você deixou de fazer algo que era cabivelmente capaz naquele momento, para o dia seguinte, para o outro final de semana, para o próximo mês? Quantos filmes você deixou de assistir na semana de estréia, e continuou adiando essa ida ao cinema até ela virar uma visita à locadora? Quantos encontros você desmarcou por motivos banais, repassando (ou não) para uma outra data? Tenho certeza que você respondeu SIM pelo menos duas vezes. Agora continue pensando: quantas vezes você imaginou que não estaria lá, naquela data remarcada fictícia por alguma fatalidade que não pudesse controlar? Isso mesmo. Quantas vezes você imaginou a sua morte? Quando, como, por que, com quem.. essas coisas.. quantas vezes?? Acho que nenhuma, não é?
Mas isso, apesar de funesto, é uma das coisas mais naturais da vida. Afinal de contas, é nossa única certeza. Morremos a partir do momento que nascemos. (Nossa, tá parecendo mais o programa do Dráuzio Varella! rs). Enfim, mesmo sendo essa “certeza-incerta”, é difícil praticar, por exemplo, aquilo que o Renato Russo disse: “.. é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..”. E é essa dificuldade toda porque vai contra a nossa natureza, contra o nossa sistema de sobrevivência. Lutamos para não morrer e/ou ignoramos a existência da morte porque faz parte do nosso instinto.
Nessas horas (e quando o assunto é esse), me lembro de uma frase do Miéle que, quando perguntado qual seria o seu epitáfio, soltou a pérola: “Aqui jaz, absolutamente contra a vontade, Luis Carlos Miéle”.
H (rindo da morte antes que ela ria de mim)
2 comentários:
E a Sessão Bobiça realmente nos inspirou..rsrs.
Adorei o post! Acho que realmente esse negócio de "deixar pra depois" é uma tentativa de nos convencermos de que haverá mesmo um "depois", é uma forma de negarmos a morte. A procrastinação não é so com trabalhos de faculdade afinal..rs
Ser, não nego a morte não, muito pelo contrário, todavia, se pensarmos que iremos apenas no dia-a-dia executarmos nossas tarefas socialmente incutidas, não teremos a ilusão de um motivo!
Quando irei morrer? Pode ser daqui a pouco, todavia morrerei com a esperança de que tinha algo para eu fazer kkkkkkk (péssima, essa)! Pq não fiz? Tento me convencer do futuro de uma ilusão (simulacro e Freud, isso) kkkk
Cara, acordei pensando em vc!
bjs
LHISS
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