Pergunte a qualquer amante de carros esportivos qual a montadora que é sinônimo de exclusividade, velocidade e belas máquinas. Certamente, oito em cada dez respostas será “Ferrari”.
E isso não é à toa. Até o final da década de 1990, a marca do cavalinho rompante mantinha a escrita de produzir (artesanalmente) belos, velozes e inesquecíveis carros. Quem não se lembra do desenho inusitado da F40 e a sua repaginação, anos depois, na F50?!
Hoje em dia, parece que o “bolo” (ações) adquirido pela Fiat tem se mostrado mais ativo na escolha dos novos designs: o que antes era uma marca exclusiva para os ricaços, hoje está mais voltada para as famílias ricas.
Outra característica marcante da Ferrari são suas “séries”. Como numa árvore genealógica, cada descendente trazia aspectos que lembravam seus genitores. E, a primeira, e uma das mais célebres e exclusivas, série produzida pela marca foi a 250.
Tudo começa em 1952, quando a montadora apresenta o patriarca da série, o 250 S. Tinha carroceria arredondada e o longo capô contrastando com uma traseira pouco inspirada. Vinha equipado com um V12 de 2.953 cm³. Seus 230 cv o levavam a 250 km/h de velocidade máxima. Pesava apenas 850 kg. A carroceria levava a assinatura do famoso estúdio Vignale, embora fosse modificada pelo, não menos famoso, Pininfarina.
Porém, apesar de todos esses atrativos, o 250 S era um carro de corrida. No Salão de Genebra de 1953, era apresentada sua primeira evolução, exclusivamente para as ruas: o 250 MM. Com um entreeixos de 2,40m (contra 2,25m do 250 S), foi produzido nas versões Spyder (conversível) e Sedã (ou Berlinetta, em italiano). No total, foram fabricados apenas 31 unidades. Números baixos porque o 250 MM precisou dividir as atenções com seus outros 2 “irmãos”: o 250 Export e o 250 Europa; esse, contava com o maior entreeixos de qualquer carro da marca: incríveis 2,80m.
No Salão de Paris de 1954, foi lançado uma das maiores e mais perfeitas evoluções da série 250: o GT. Como grande mudança, a frente ficou mais quadrada. Os faróis dianteiros estavam numa posição mais elevada e a grade com o famoso ícone da marca ficou mais estreita. No mesmo ano, era apresentada uma versão para as pistas, o 250 Monza. Apesar de lindo, apenas 4 unidades saíram da fábrica. Já do 250 GT, foram 44 unidades até 1956, quando o GT recebeu uma “apimentada”, dando origem ao 250 GT Berlinetta “Tour de France” (famosa corrida que venceu logo em sua apresentação). A carroceria, assinada pelo estúdio Pininfarina, sofreu algumas alterações no fim daquele ano (pelo estúdio Scaglietti), perdendo, inclusive, o teto. Surgia assim o 250 GT Spyder Califórnia. A principal mudança era refletida na carroceria mais arredondada. Os faróis dianteiros, agora eram protegidos por uma capa acrílica, usada como uma prolongação do paralamas. Era evidente a tentativa de “conquista da América” pela Ferrari. E não foi em vão. O GT Spyder foi o carro da série 250 que mais tempo ficou em produção (até então): quatro anos.
Em 1958, a Ferrari lançava o 250 Testa Rossa (um nome corriqueiramente utilizado pela marca). Fora a carroceria, composta unicamente de curvas, outro diferencial estava debaixo do capô: era o primeiro carro da série 250 a alcançar os 300cv de potência. Dois anos depois, a Ferrari apresentava, não o primeiro do tipo lançado, mas o primeiro 4 lugares da marca a obter sucesso de vendas: o 250 GTE. Foi o mais pesado da série (1.280kg) e o recorde de produção (950 unidades).
Porém, o melhor ainda estava por vir. Em 1962, Giotto Bizzarini e seu time de engenheiros, entregava a direção da Ferrari o mais novo projeto de carro de corrida da montadora: o 250 GTO. Era lindo! Um carro inesquecível que, ainda hoje, atrai a admiração de todo amante de automóveis. O “Bico de Pato”, apelido carinhoso que recebeu, veio para substituir os já velozes 250 Monza e 250 Berlinetta SWB. Para superá-los, sua carroceria foi “lapidada” no túnel de vento da Universidade de Milão e recebeu um motor com 290cv de potência, sem, é claro, deixar de lado todo o charme e requinte exigido pela marca. É o meu 250 favorito!
Mesmo sendo um arrasa quarteirão nas pistas, a montadora lançou, no já batido Salão de Paris, também no ano de 1962, aquele que viria a ser chamado pelos especialistas como o mais belo desenho do estúdio Pininfarina para a Ferrari: o 250 Berlinetta Lusso. A grade frontal parecia sorrir para quem a olhasse a primeira vez. Foram fabricadas exatas 350 unidades, encerrando assim a série de maior sucesso da scuderia Ferrari.
Ainda foram lançados 2 protótipos para a série, exclusivamente para as pistas: o 250 P e o 250 LM. Ambos chegaram a vencer a famosa corrida de 24 de Le Mans. Porém, não receberam homologação para serem fabricados em grande escala. Uma pena, certamente.
Para os cinéfilos, talvez o filme mais óbvio que possa surgir agora seja o ícone de uma geração "Curtindo a Vida Adoidado" (1986), quando Ferris e seus amigos (além dos falsos manobristas) curtem um 250 Spyder California; outro filme que também me veio a mente agora é o não tão famoso assim "Viva Las Vegas" (1964), quando o rei Elvis Presley dirige um 250 GT "Tour de France"; e, num dos típicos lances que apenas o cinema nos permite presenciar, o mesmo GT "Tour de France" aparece no filme "Se Meu Fusca Falasse" (1968) sendo ultrapassado facilmente pelo pequeno Herbie.
H (que vontade de ter um de cada!)
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