Hoje, durante meu momento quase sono, estava ouvindo na Transamérica o programa jornalístico Transnotícias, daí o locutor começou a falar de alguns fatos importantes que aconteceram nessa data de hoje e dois, particularmente, me chamaram a atenção: o aniversário de nascimento de Auguste Rodin e da morte de Augusto dos Anjos. Eu sei, dois Augustos. Se pudesse escolher, talvez me chamasse Augusto... mas isso não vem ao caso.
Voltando: já tinha lido algumas coisas sobre os dois. E achei tão interessante que resolvi pesquisar um pouco mais para escrever algo sobre eles:
* François-Auguste-Rene Rodin: nasceu em Paris, em 12/11/1840. Considerado o “pai da escultura moderna”, ele foi um dos primeiros artistas a ser patrocinado pelo governo francês. Em 1870, como num ato de “retribuição” segundo algumas pessoas, ele se alista para ajudar a França na guerra contra a Prússia. Dá baixa um ano depois, devido à miopia. Sofreu duras críticas durante sua vida, algumas pelo realismo “explícito” de suas obras, outras pelos traços que pareciam inacabados. Sua obra mais conhecida, “Le Penseur”, foi terminada em 1881. Morre em 17/11/1917, de complicações depois de contrair uma pneumonia. Antes de sua morte, disse a seguinte frase sobre sua obra-prima: “O que faz meu ‘Penseur’ pensar é que ele pensa não só com o cérebro, com o cenho franzido, com as narinas dilatadas, com os lábios apertados, mas também com cada músculo do braço, das costas, das pernas, com o punho cerrado, com os pés agarrados ao chão”.
* Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos: nasceu no Engenho Pau-d’Arco (Paraíba), em 20/04/1884. Um poeta diferente, como muitos dizem, já que suas poesias trazem vocábulos e tratam de temas até então distintos para a época (e até depois dela!). Muitos críticos relacionam esse estilo único a sua relação com o pai, um advogado psedo-cientificista. Assim como seu estilo (entre o simbolismo e o parnasianismo/realismo), também lançou um único livro (e vice-versa), “Eu”, em 1912. Morreu dois anos depois, em 12/11/1914, devido a uma gripe forte.
Encerro com uma poesia do mesmo Augusto dos Anjos, uma das minhas favoritas:
Voltando: já tinha lido algumas coisas sobre os dois. E achei tão interessante que resolvi pesquisar um pouco mais para escrever algo sobre eles:
* François-Auguste-Rene Rodin: nasceu em Paris, em 12/11/1840. Considerado o “pai da escultura moderna”, ele foi um dos primeiros artistas a ser patrocinado pelo governo francês. Em 1870, como num ato de “retribuição” segundo algumas pessoas, ele se alista para ajudar a França na guerra contra a Prússia. Dá baixa um ano depois, devido à miopia. Sofreu duras críticas durante sua vida, algumas pelo realismo “explícito” de suas obras, outras pelos traços que pareciam inacabados. Sua obra mais conhecida, “Le Penseur”, foi terminada em 1881. Morre em 17/11/1917, de complicações depois de contrair uma pneumonia. Antes de sua morte, disse a seguinte frase sobre sua obra-prima: “O que faz meu ‘Penseur’ pensar é que ele pensa não só com o cérebro, com o cenho franzido, com as narinas dilatadas, com os lábios apertados, mas também com cada músculo do braço, das costas, das pernas, com o punho cerrado, com os pés agarrados ao chão”.
* Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos: nasceu no Engenho Pau-d’Arco (Paraíba), em 20/04/1884. Um poeta diferente, como muitos dizem, já que suas poesias trazem vocábulos e tratam de temas até então distintos para a época (e até depois dela!). Muitos críticos relacionam esse estilo único a sua relação com o pai, um advogado psedo-cientificista. Assim como seu estilo (entre o simbolismo e o parnasianismo/realismo), também lançou um único livro (e vice-versa), “Eu”, em 1912. Morreu dois anos depois, em 12/11/1914, devido a uma gripe forte.
Encerro com uma poesia do mesmo Augusto dos Anjos, uma das minhas favoritas:
Psicologia de um Vencido
"Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,
Êste ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!"
-> Referências que me ajudaram nesse post:
ANJOS, Augusto dos. Augusto dos Anjos: poesia. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1968. (Nossos clássicos; 46).
MARLOW, Tim. Rodin. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.
SILVA, Demócrito de Castro e. Augusto dos anjos: o poeta e o homem. Belo Horizonte-MG: [s.n.], 1954.
H ("senta que lá vem a história")
2 comentários:
Pô, eu tava planejando um "Motivos para viver: Augusto dos Anjos", mas agora eu que vou esperar seu post ficar velho..rs
Da literatura nacional, é meu poeta preferido, mas nem sabia que era aniversário da morte dele...
Eu tava mesmo! Viria depois de "fotografias" e "Schopenhauer", mas vou arranjar outros pra falar antes de falar dele..rs
Ah, "nada se cria, tudo se copia", né? rs. Fico feliz que minhas idéias sirvam pra alguma coisa. E gostei dos seus quadros! Mas adianta aí: como vai ser o "Hora do H"? Fiquei curiosa agora..
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