quarta-feira, 24 de junho de 2009

Diretores - Billy Wilder

"Há algo surpreendente: quando reflito sobre os meus filmes, a minha atenção que, na hora estava deprimida, eu só fazia comédias. E quando estava feliz, rodava melhor as tragédias. Talvez inconscientemente estava tentando compensar cada um dos meus estados de ânimo." [B. W.]

Nascido em 22 de junho de 1906, na Polonia, Samuel Wilder (seu verdadeiro nome), filho de judeus, primeiramente pensou em seguir a carreira de advogado. Mas, com a mudança da família para Viena, abandonou a faculdade de Direito e decidiu-se pela carreira de jornalista. Anos mais tarde, já experiente, foi trabalhar num tablóide em Berlim.

Durante essa época, iniciou sua participação no mundo do cinema como roteirista, colaborando, inclusive, no roteiro de “People on Sunday” do diretor Robert Siodmak. Tudo parecia correr bem para Wilder e sua família até que, em 1933, com a ascensão nazista na Alemanha, mudou-se para a França, onde trabalhou na co-produção de alguns filmes “B”.

Em meados de 1935, mudou-se para os Estados Unidos. Os dois primeiros anos foram muito difíceis. Sem saber falar uma palavra sequer em inglês e vivendo em condições precárias, Billy Wilder (nome que assumiu assim que pisou em solo norte-americano), manteve-se ativo como roteirista, mas só começou a brilhar em 1938, quando formou dupla com Charles Brackett. A parceria foi tão boa que, a partir de 1942, a dupla começou a fazer filmes, com Brackett produzindo e Wilder na direção.

Assim, Billy Wilder estreou na direção com a comédia "A Incrível Suzana", dando início a uma filmografia impressionante, caracterizada principalmente pelos aspectos cínico e mordaz. A inteligência do texto de Wilder faz com que a maioria de seus trabalhos seja interessante. Seu trabalho com Brackett rendeu clássicos como “Farrapo humano” (1945; Oscar de Melhor Filme, Direção e Roteiro) e “Crepúsculo dos deuses” (1950; Oscar de Melhor Roteiro), após o qual, findou a parceria.

Seus filmes seguintes foram produzidos por ele mesmo, como “A montanha dos sete abutres” (1951), e as comédias “Quanto mais quente melhor” (1959) e “Se meu apartamento falasse” (1960), que lhe rendeu o Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção. Aposentou-se em 1981.

Em 1988, durante a cerimonia do Oscar, recebeu o prêmio Irving G. Thalberg Memorial Award, por sua colaboração para com o universo da sétima arte. No início da década de 1990, depois de ser cotado para dirigir “A Lista de Schindler” e descartar imediatamente a possibilidade por estar muito velho para o trabalho e achar que o assunto era muito pessoal (os pais e os avós de Billy morreram no campo de concentração de Auschwitz durante o Holocausto), ele mesmo incentivou um diretor até então pouco conhecido (Steven Spielberg) a assumir a direção do longa, aceitando colaborar de maneira discreta no roteiro do filme.

Billy Wilder, uma das mentes mais brilhantes da história do cinema, morreu de pneumonia em 27 de março de 2002, aos 95 anos de idade, após enfrentar problemas de saúde, incluindo câncer, em Beverly Hills, Los Angeles. Em sua longa carreira de roteirista, cineasta e produtor (mais de 50 anos), deixou-nos um legado de mais de 60 filmes.

Alguns de seus filmes que recomendo:
* Fedora (1978)

H (Adoro a televisão. Antes dela, sempre dizia que o cinema era a arte mais vagabunda que existia. Agora já estamos em segunda lugar." [B. W.])

Um comentário:

Kubota disse...

È verdade que eu já conhecia alguma coisa do nobre Wilder em filmes como Quanto mais quente melhor (1959) ou Irma La Dulce (1961). Só que, com esta biografia (senão uma bela apologia ao ilustre) a munha curiosidade de conhecer e me aprofundar no trabalho de Wilder tornou-se maior. Isto sim que é formar opinião num assunto tão magnífico como a sétima arte. Parabéns Senhor!