quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Diretores - Federico Fellini



"Para o cinema tudo se torna uma mensa natureza-morta, até os sentimentos dos outros são qualquer coisa de que se pode dispor." [F. F.]

Federico Fellini nasceu em 20 de janeiro de 1920, na cidade de Rimini, Itália. Era o filho mais velho dos três que o casal Urbano e Ida teve.

Ao completar 19 anos, mudou-se com sua mãe para a cidade natal dessa (Roma), onde decidiu cursar faculdade de jornalismo, muito influenciado pela representação desse profissional presente nos inúmeros filmes americanos que assistiu durante sua adolescência.

Logo mostrou ter um talento nato para a caricatura e o humor. Dessa forma, conseguiu um trabalho bem remunerado escrevendo artigos em um programa semanal satírico muito popular na época – o Marc’Aurelio. Foi nesse período em que conheceu o ator Aldo Fabrizi, dando início a uma amizade que se estendeu para a colaboração profissional (com o diretor Roberto Rossellini) e um trabalho em rádio (quando conheceu sua futura esposa, Giulietta Masina).

Em 1946, já na produção de seu segundo roteiro, juntamente com Rossellini, Fellini entra pela primeira vez numa sala de edição e descobre como são feitos os filmes italianos. Estava dado o passo fundamental para o surgimento de uma carreira magnífica.

Seis anos depois, teve sua estréia como diretor solo (em 1950, o filme “Mulheres e Luzes” foi co-dirigido com o amigo Alberto Lattuada) pela película “Abismo de um Sonho”. É uma releitura de uma fotonovela - comuns na Itália daquela época - de Michelangelo Antonioni, feita em 1949, que conta a história de um casal recém-casado cujas aparências de respeito são devastadas por fantasias da esposa inexperiente. O merecido sucesso veio na sua produção seguinte, “Os Boas-Vidas”, considerado o seu primeiro grande filme.

Com uma combinação única de memória, sonhos, fantasia e desejo, os filmes de Fellini (muitas vezes tidos, erroneamente, como autobiográficos) têm uma profunda visão pessoal da sociedade, não raramente colocando as pessoas em situações bizarras. Eternizado pela poesia de seus filmes, que mesmo quando faziam sérias críticas, não deixavam a magia do cinema de lado, trabalhou suas trilhas sonoras com maestria, na grande maioria das vezes com o compositor Nino Rota.

Suas produções renderam, entre outros prêmios, 4 Oscars® de Melhor Filme Estrangeiro (além de 8 indicações para Melhor Roteiro) e 4 premiações no Festival de Cannes. Indicado 4 vezes ao Oscar® de Melhor Diretor, Fellini recebeu, em 1993, o Oscar® Honorário pela sua contribuição e conjunto de sua obra. Com certeza, muito pouco crédito para quem é considerado o diretor mais influente de todos os tempos.

Nos anos de 1991 e 1992, trabalhou junto com o diretor canadense Damian Pettigrew para ter o que ficou conhecida como "a mais longa e detalhada conversa jamais vista sobre filmes", que depois serviu de base para um documentário e um livro lançados anos mais tarde: "Fellini: Eu sou um grande Mentiroso" (2002). Tullio Kezich, crítico de filme e biógrafo de Fellini descreveu esses trabalhos como sendo "O Testamento Espiritual do Maestro".

Morreu em 31 de outubro de 1993, em sua casa, de ataque cardíaco, deixando-nos um legado com mais de 20 filmes. Obras inspiradoras e inimitáveis. Perfeitas, além de suas essências.

Alguns de seus filmes que eu recomendo:

* A Estrada da Vida (1954)
* Noites de Cabíria (1957)
* A Doce Vida (1960)
* Fellini 8 1/2 (1963)
* Satyricon (1969)
* Amarcord (1973)
* E la Nave va (1983)
* Ginger e Fred (1986)


H ("Cinema-verdade? Prefiro o cinema-mentira. A mentira é sempre mais interessante do que a verdade." [F. F.])

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