sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sobre escolhas e casualidades - O Curioso Caso de Benjamin Button


Ontem tomei vergonha na cara e decidi, depois de muitas tentativas e várias outras desistências, ver pela segunda vez "O Curioso Caso de Benjamin Button". Claro que eu não vou falar sobre o filme, fazer uma resenha detalhada, comentar os figurinos, maquiagem e tals. Quem quiser saber maiores detalhes sobre esse (excelente) filme, pode ler o post que a Maristela escreveu sobre ele. Eu levaria pelo menos 1000 anos para conseguir chegar aos pés das conclusões que ela chegou. Eu não arriscaria escrever algo sobre ele.

Não. O que eu quero mesmo é falar sobre uma parte específica do filme, quando o personagem principal faz uma fantástica digressão sobre escolhas e casualidades. Na hora, comecei a pensar nas escolhas que me fizeram chegar até aquele instante, na última fila de uma sala de cinema, de óculos, assistindo aquele filme pela segunda vez.

Será que realmente temos esse poder nas mãos? Será que cabe a nós decidir qual o caminho que nossa vida irá tomar? Até onde os eventos que nos permeiam podem ser chamados de escolhas e quando eles passam a ser chamados de casualidades?

Isso nos leva a um denominador comum: destino. Na maioria das tragédias gregas (que, logo, será mais um "quadro" do meu blog), não importa quais sejam as escolhas feitas e/ou casualidades que aconteçam, o fim é sempre o mesmo. Que o diga Édipo: depois de saber do triste fim que seria o futuro de seu filho, Laio resolve amarrá-lo a uma árvore, deixando-o a própria sorte. Todos sabemos a história. Agora, será que se Laio tivesse decidido criar o filho, ignorando totalmente o futuro profetizado pelo Oráculo de Apolo, Édipo teria realmente seguido esse futuro?

E difícil dizer. Assim como também é difícil dizer se certa "escolha" que fizemos foi uma boa escolha. Porque é impossível voltar atrás para poder tomar uma outra "escolha". Acho que é por isso que acredito tanto em Destino. Acho que, até podem estar separadas duas ou três "casualidades" para todos nós. Como caminhos numa bifurcação. Seja qual for a nossa escolha, ela vai, no máximo, apenas adiar um fato ou acontecimento importante em nossas vidas.

Ou seja, no fim, todas essas "casualidades" nos levam para o mesmo lugar (seja ele qual for!). A escolha cabe a nós. Mas, a casualidade, já foi decidida muito tempo antes.

Domingo (08/02) darei mais um passo rumo ao meu desejo (se assim me for permitido! rs): assistir todos os concorrentes ao Oscar! Aguardem que logo falarei de "O Leitor".


H ("a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás.. mas só pode ser vivida olhando-se para frente")


* imagem retirada do blog Atropelei o calimero

Um comentário:

The Owl disse...

Nossa, obrigada mesmo pelo elogio!!! Não concordo com ele, claro, mas putz...vlw! :)

Essa história de destino me amedronta um pouco. Não gosto de pensar que não posso controlar a minha vida, mas acho que algumas situações nos são predestinadas, sim. Acho que a escolha está no modo como vamos lidar com elas, o que delas tiraremos como lições de vida...

Excelente post, parabéns!