Quatro meses passam mais rápido do que podemos imaginar. Ou desejar. E esse é exatamente o tempo que se passou desde a última vez que escrevi esse quadro.
Parece que estou meio saudosista recentemente. Devido a falta de inspiração e tempo livre, ando relendo alguns posts antigos e, consequentemente, acabo por ressuscitar uma coisa ou outra. Agora mesmo, enquanto escrevo esse post, me surgiu a ideia de um novo post sobre esse tema.
Bom, mas deixemos isso de lado por enquanto e partamos para o já clichê momento flashback:
Dennis Lehane virou, em pouquíssimo tempo, meu autor favorito. Acho fascinante a maneira como ela conduz a trama de seus livros. É quase como um papo informal com os leitores. A descrição dos detalhes é mais que perfeccionista. Porém, diferente de muito outros autores, Dennis não peca pelo excesso (nem pela falta!). Aliás, para mim, esse é seu grande ponto forte: ele não peca; não deixa bordas, nem falhas. Assim, fica diícil de não se identificar com um (ou mais) dos personagens.
Como eu já disse aqui, cheguei até o autor graças a uma matéria na revista Veja. O vício chegou a tal ponto que, sempre que entrava em uma livraria, me sentia tentado a conferir se tinham algum lançamento dele. E foi numa dessas andanças que cheguei ao livro responsável pela dica desse post.
Paciente 67 (Shutter Island) tem como palco um sanatório localizado numa ilha que, devido a um furacão que se aproxima, está para ficar totalmente isolado do continente. No verão de 1954, dois xerifes são chamados até o sanatório (e ao convívio de seus 66 pacientes e quadro médico) para investigarem o estranho desaparecimento de uma paciente, uma assassina com mais de um parafuso a menos. O xerife Teddy Daniels, que acabara de passar por uma perda amorosa fatídica, logo se vê um labirinto de desconfianças e mentiras. A todo momento, a mesma pergunta lhe parece o detonador de todo o mistério: "afinal, o que aconteceu com o paciente nº 67?!"
Logo ele repara que nada é 100% confiável. Nem mesmo a sua (até então) inabalável sanidade.
Indico para aqueles que gostam de se envolverem numa trama até o pescoço. Para os amantes de revira-voltas, de falsas pistas, anagramas. Mas, principalmente, para quem quer entender bem a merda que Martin Scorsese deve ter feito com a sua adaptação para o cinema... até porque, convenhamos, qual adaptação é melhor que o original? Quiça, fiel?!
H ("Xerife", ela disse. "Você não tem amigos")
Um comentário:
Bom, consigo pensar em uma adaptação fiel ou, quiçá, melhor que o original: As Horas. Mas eu sou suspeita pra falar.
Não conheço esse autor. Vou ver se encontro alguma coisa.
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