sábado, 21 de novembro de 2009

Um esconderijo para o preconceito

"Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. [...] Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição." (Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigos 1 e 2).

Alguns meses atrás, iniciei uma saga, tendo como conclusão o ato de assistir "in loco" (no cinema) a todos os filmes que estavam concorrendo a premiação do Oscar® desse corrente ano. Infelizmente, por um punhado de motivos, fracassei no meu intento. Porém, como a maioria já se encontra disponível em dvd, resolvi retomar a conclusão de tal lista.

Contudo, antes disso, mudemos um pouco o rumo do post: ontem, como todos bem sabem, foi o dia da Consciência Negra. Muito além do que mais um feriado no nosso já entupido calendário, essa data foi escolhida para (assim como fica nítido na sua intitulação) conscientizar e lembrar a todos desse país branquelo que as raízes negras encontram-se espalhadas pelos vários estratos sociais. Há pouco mais de 300 anos atrás, nessa mesma data, morreu um dos maiores "ativistas" pelo fim da escravidão que, por sua vez, juntamente com o holocausto, forma a moeda mais alta do preconceito mundial.

Mas por que os seres que se dizem humanos, em inúmeras oportunidades, sentem essa necessidade de se intitularem melhores (ou superiores) do que aqueles que até pouco tempo eram seus semelhantes? Chegando a vias de subjugá-los, criando estereótipos malditos para auxiliar a mistificar o preconceito que se estabelece a partir daí.

Como diria "V" no filme "V de Vingança": "uma ideia é mais forte que uma pessoa". Basta espalhar uma mentira mil vez para ela se tornar uma verdade incontestável. Vejam o caso dos negros logo após a abolição: viviam pelas ruas, sem conseguir um trabalho minimamente decente. O que era dito na época sobre isso?! Chamavam-os de vagabundos! E vejam hoje: 150 anos depois e a fala permanece quase intacta. Ou o grupo racista Ku Klux Klan com a sua corrida pelo extermínio de todos esses.

E foi assim com os homossexuais, quando foram tachados como disseminadores do vírus HIV; Os comunistas e a fama de "comedores de criancinhas"!; Os islâmicos generalizados como extremistas fervorosos, prontos para explodir o planeta; O nazismo e sua ideia estúpida de supremacia ariana e limpeza étnica... e por aí vai.

Mas, por quê?! Talvez seja uma pergunta sem resposta convincente... talvez uma resposta que não mereça estar embutida a uma pergunta.. sei lá!

Só sei que depois de assistir a filmes como "Milk: a voz da igualdade", "Mississipi em chamas" e "O Pianista" nesses últimos dias, comecei a rever o lugar onde eu escondo o meu preconceito. Resolvi fazer uma faxina geral nos meus conceitos pré-concebidos.


H (indico o mesmo para vocês)

Nenhum comentário: