quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Criança não mais


Hoje, enquanto estava parado num trânsito totalmente atípico na Paulista, observei uma mulher que arrastava pela mão o filho que, apesar da baixa estatura, tinha uma mochila onde caberiam todos os volumes da Biblioteca Nacional. Enquanto observava essa cena, comecei a refletir (não sei explicar direito porquê) quando eu deixei de ser criança.

Deixar de ser criança vai além de conseguir finalmente ultrapassar a barreira dos 12 anos. É muito mais do que parar de brincar de carrinho, ficar na frente da TV assistindo desenho após desenho, fazer seus próprios rabiscos numa folha para depois ouvir sua mãe dizer que você é um artista.

Claro que deixar a infância para trás é um evento fisiológico também. Mas, acho que, especificamente no meu caso, foi mais uma revolução mental. Novas idéias aflorando para, assim, ajudar a substituir hábitos e maneiras de agir.

Porém, o que desencadeou essas idéias? Quando foi que o “Hzinho” ficou para trás, dando lugar para o “Hborrecente” (rs)? Será que foi a queda do muro de Berlim? Não, eu não era tão antenado assim. Logo, também posso descartar o fim da União Soviética e a Guerra do Golfo. Será que foi alguma conquista esportista? O Tetra do futebol!? Não. Só gostava porque a família toda se reunia, mas não significou nada para minha infância. Algum aniversário? Não. Algum marco escolar? Não.

Acho que o fato que realmente me fez crescer mentalmente a ponto de deixar de ser criança foi, num dia qualquer de setembro de 1995, quando a mãe de um amigo (que tinha acabado de conhecer quando nos mudamos para Leme), que era professora de história e, depois de ver minha revolta contra meu nome, me emprestou um livro sobre mitologia e história gregas. Ainda me lembro das palavras dela: “quando você terminar de ler esse livro, você vai entender que, seu pai pode até ter agido precipitadamente quando escolheu o seu nome, mas o seu nome não é um nome qualquer... ele tem uma história.”

Infelizmente, não me recordo o nome dela (acho que era Dona Regina, sei lá!). Contudo, uma coisa é certa: ela tinha toda a razão. Mas esse tema sobre as crises que tive com relação ao meu nome fica para um outro post. Em breve.


H (envelhecendo)

Um comentário:

The Owl disse...

Interessante isso! Nunca parei pra pensar em quando exatamente deixei de ser criança...E acho teu nome legal, apesar de imaginar como vc deve tê-lo odiado enquanto estava na escola.