Como é bom voltar ao trabalho! Ver aquelas carinhas sorridentes e simpáticas de todos os dias, sempre dispostas a dar aquele famigerado tapinha nas costas e emendar um papo muito produtivo que, nessa ocasião em especial, quase sempre começa com a pergunta "E daí, como foram as férias?"
Ironias (e brincadeiras) à parte, até porque esse post não se dedicará a dissertar sobre minha volta triunfante ao reduto poluído e gélido da Avenida Paulista, comecemos a história por onde devemos: no Twitter.
Durante a semana, só tenho acesso a famosa rede de microblogs no meu horário de almoço. E, como todos os dias, lá estava eu tentando me atualizar diante da imensidão de mensagem postadas (ou melhor, "tuitadas") pelos meus "followings", quando me deparo com uma da caríssima companheira Apocrypha, se dispondo a assitir qualquer filme no cinema, desde que fosse naquele dia (ontem). Resolvi "retuitar", tendo o cuidado de mandar minha dica ("Inimigos Públicos"). Infelizmente, apesar de inúmeras tentativas, mais ninguém comprou a idéia. Marcamos no Bristol, no Center 3 da Paulista, cinema pelo qual não tenho a menor simpatia. Acho o Reserva Cultural muito mais aconchegante. Mas uma coisa eu tenho que admitir: o som daquela sala era excelente! Voltando: e, qual não foi a nossa surpresa quando encontramos o companheiro Luis Felipe também por lá, disposto a se aventurar nas mais de duas horas desse "épico" do universo gângster norte-americano. Agora, imaginem três futuros-bibliotecários assistindo a um filme como esse! Demais! Bom, o papo está ótimo, mas vamos aos spoilers...
"Inimigos Públicos" (Public Enemies), do diretor Michael Mann (O Informante, Colateral), é um filme ambientado na Chicago da década de 1930. Como vocês já devem ter visto em algumas resenhas por aí, conta a seqüência de assaltos a banco, as prisões, os vários comparsas, os amores de um dos maiores gangsters da época, John Dillinger. Johnny Depp (em seu melhor papel desde o pirata Jack Sparrow) encarna o "inimigo público nº 1" dos Estados Unidos de maneira irretocável. A frieza no olhar contrasta com o sorriso enigmático quando esse se depara com a bela Billie Frenchette (Marion Cotillard) que, a partir daquele momento, se torna o amor da sua vida, ferindo sua razão e o levando ao ponto final (e nada feliz) da trama. O diretor, inteligentemente, consegue mesclar os gêneros mais diversificados de forma aleatória e despretensiosa. Por exemplo: numa cena tensa, quando o Detetive Purvis, papel de Christian Bale (apático, diga-se de passagem), ao ficar cara-a-cara com John Dillinger (apesar desse estar numa cela.. rs), lhe pergunta: "E o que tira seu sono, Sr. Dillinger?", temos a resposta mais simples e hilária que já ouvi: "Café!". rsrs
Um roteiro excelente, com frases de efeito e diálogos primordiais (coisa que não se vê, na minha modesta opinião, desde "Os Bons Companheiros"), cenas de perseguições, cercos policiais (e balas para todos os lados, lógico!), além de interpretações e revira-voltas que fizeram as duas horas de filme parecer meros 10 minutos.
Para mim, senhoras e senhores, como já disse aqui, surgiu o grande candidato a premiação máxima do cinema. Como eu comentei logo depois da sessão, com meus dois colegas de biblio, "Martin Scorsese, se viu esse filme, deve estar se mordendo de inveja".
Como prometido, aqui estou, novamente, com o "Top 10 músicas favoritas que foram trilhas de filmes e se destacaram mais do que eles". Nessa segunda parte, acabei quebrando duas das regras que tinha relacionado anteriormente. Mas, vamos refrescar um pouco a memória com elas?(:)
1o) resolvi deixar filmes-musicais de lado, por motivos óbvios; as canções não, obrigatoriamente, deveriam ser criadas exclusivamente para o filme; senão, a lista seria só com musicais; 2o) cada filme não poderia ter duas ou mais músicas na lista, por melhor que elas fossem; 3o) assim como no passo anterior, cada banda/artista não poderia aparecer na lista duas ou mais vezes, por mais difícil que fosse a escolha; 4o) a listagem será relacionada por ordem alfabética, não indicando, dessa forma, um ranking musical.
Deixemos de enrolação e vamos logo a lista. Dessa vez, sem comentários precedentes:
* Bruce Springsteen - The wrestler (O Lutador)
* Coolio - Gangster Paradise (Mentes Perigosas)
* Limp Bizkit - Take a look around (Missão Impossível II)
* Pearl Jam - Love, reign over me (Reine Sobre Mim)
* Placebo - Every you, every me (Segundas Intenções)
* Polyphonic Spree - Light & day (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças)
* The Verve - Better Sweet Symphony (Segundas Intenções)
* The Wonders - That thing you do (The Wonders, o Sonho não Acabou)
* Third Eye Blind - Semi-charmed life (De Repente é Amor)
* U2 - Elevation (Lara Croft - a Origem da Vida): infelizmente, não encontrei numa versão com parte do filme no YouTube, para encorporar aqui.
Bom, é isso. Amanhã, como volto a minha labuta diária, devo deixar o post de análise das férias para o fim da semana.
A história da indústria automobilística possui muitos capítulos importantes, com modelos de carros que marcaram época. Mas o sucesso mais espetacular pertence ao Mustang Shelby GT 500, que com seu ar selvagem, tornou-se um dos maiores clássicos americanos, sendo uma das mais poderosas e desejáveis versões do Mustang.
Eleanor, um nome de mulher para uma das máquinas mais fantásticas já desenvolvidas (em minha humilde opinião). Quem assistiu ao filme "60 Segundos" sabe do que estou falando, onde o personagem Memphis Raines, vivido por Nicolas Cage, tem a missão (ou seria prazer?! Sem apologias, claro!) de roubar 50 carros. No topo da lista está um Mustang Shelby GT 500 1967, batizado de Eleanor. Porém não estamos aqui para falar do filme (deixemos isso para nosso amigo cinéfilo e dono deste blog), mas sim deste modelo de Mustang que fez história, não só por sua limitada produção (pouco mais de 2000 unidades) mas também por estar ligado a uma das maiores personalidades da história recente do automóvel: Carroll Shelby.
Com seu sucesso nas pistas, fez fama nos Estados Unidos e começou a receber ofertas para pilotar carros-esporte de milionários americanos. Embora estivesse vencendo tudo o que podia, não conseguia pagar suas contas. Apesar do reconhecimento - foi considerado o Piloto do Ano pela revista Sports Illustrated em 1956 e 1957 -, as corridas nos EUA eram estritamente amadoras e ele não ganhava muito dinheiro. Foi então que decidiu ir para a Europa. Lá, pilotou para a Aston Martin com a qual, junto de Roy Salvadori, venceu a 24 Horas de Le Mans em 1959. Retornou aos EUA em 1960 e ainda estava vencendo tudo o que podia quando um problema de coração o afastou das pistas.
Apesar de envolvido com outros empreendimentos, a paixão de Shelby era mesmo os carros - e em 1961 surgiu a oportunidade de voltar ao mundo do automóvel. Quando a pequena fábrica inglesa AC Cars perdeu seu fornecedor de motores (um 2,0 de seis cilindros), a Bristol, Shelby vislumbrou a chance de fazer seu próprio esportivo. Impressionado com a dirigibilidade e estabilidade do pequeno carro inglês, anteriormente chamado de Ace, sugeriu equipá-lo com um V8 americano. A partir daí, começa a trama entre Carroll e a Ford.
O ano é 1964, a Ford apresenta um automóvel chamado Mustang dando início aos modelos chamados “Pony-Cars”, carros esportivos, porém com desempenho equilibrado o que os impediu de serem considerados verdadeiros carros esporte. Logo após a introdução do Mustang, a Ford procurava formas de competir diretamente com o Chevrolet Corvette, ícone dos automóveis esportivos. A montadora entra em então em acordo com o antigo piloto de corrida Carroll Shelby e sua empresa de engenharia automotiva homônima, para modificar os Mustangs e produzir modelos de alto desempenho que pudessem concorrer com o Corvette. Começando em 1965, a Ford assumiu a produção destes especiais “Shelby” Mustangs, incluindo o Shelby GT 500.
Para tornar os Mustangs 1965-1966 campeões das pistas, Shelby os transformou em puros-sangues, pouco indicados para o uso no dia-a-dia. Em 1967, no entanto, o público de Shelby começa a exigir mais civilidade, e o pequeno carro original sofre uma transformação que finalmente dá lugar a um motor “bloco-grande” de alta potência.
Com a apresentação dos modelos de 1967, os Mustangs padrão poderiam sair de fábrica equipados com um motor V8 de 390 pol³, 324 cv de potência (SAE bruta, padrão usado nos EUA até 1971, quando passou a SAE líquida) e carburador de 4 corpos. Shelby, naturalmente, foi além. O GT 350 manteve seu V8 de 289 pol³ e potência de 310 cv. E um novo modelo, o Shelby GT 500 1967, ganhou um motor "interceptador de polícia" melhorado de 428 pol³. Esses últimos eram reservados para modelos maiores da Ford e tinham uma potência de 350 cv. Shelby adicionou um coletor de admissão de médio comprimento, feito de alumínio fundido, do Ford 427, dois carburadores quádruplos Holley de 600 cfm (metros cúbicos por minuto) e outras modificações para obter uma potência conservadora de 360 cv. Na linha de produção ou nas concessionárias, alguns Shelby GT 500 1967 foram equipados com um motor Ford V8 de 427 pol³ que era praticamente de competição.
O GT 500 apresentava a opção de câmbio manual de 4 marchas ou automático de 3, com relação de diferencial variando de 3,50:1 a 4,11:1. Diferente da suspensão de competição, esta era uma versão reforçada daquela utilizada no Mustang GT, com freios a disco dianteiros e pneus E70 de aro 15, ambos de série. O interior com 2 bancos e cintos de segurança do tipo usado em competições do GT 350, foi abandonado.
Todos os Shelbys GT 500 de 67 tinham acabamento interno do mesmo nível do Mustang GT; ar-condicionado e direção hidráulica eram os novos opcionais de fábrica. O contagiros de 8.000 rpm, o velocímetro de 140 mph (225 km/h) e o arco de reforço acolchoado, no entanto, permaneceram como itens de série do Shelby. Sempre procurando aumentar o desempenho, Shelby equipou os GT 500s com peças de plástico reforçado com fibra de vidro (FRP) na carroceria, inclusive o nariz alongado, o capô com tomadas de ar funcionais e 4 entradas de ar laterais. A traseira em FRP tinha um defletor moldado, e as lâmpadas de seta seqüenciais foram tomadas emprestadas do Mercury Cougar. Faróis de longo alcance foram colocados no centro da grade. As faixas duplas "Le Mans" eram opcionais oferecidos pelas concessionárias para qualquer Shelby GT 500 1967.
Os Shelby Mustangs haviam se tornado menos carros de corrida e mais máquinas de grã-turismo, isso foi ótimo para os compradores, que gostaram logo de cara do novo Shelby. O Shelby GT 500 1967 custava apenas US$200 a mais que o GT 350 e vendeu com facilidade 875 unidades a mais que seu companheiro com motor de bloco pequeno.
Em 1969, o contrato entre a Ford e a Shelby expirou e Carroll Shelby recusou-se a renovar o contrato, preferindo colocar sua empresa em uma nova direção, para conceber seus próprios carros de alta performance. A Ford continuou a produzir o Mustang GT 500, acrescentando algumas revisões para o modelo de 1969. Na ausência de Shelby, a Ford anunciou o fim do GT 500 (juntamente com o GT 350) e os modelos de 1969 foram todos vendidos em 1970.
Para os cinéfilos, além do já citado "60 Segundos", o GT 500 também pode ser visto em ação ao lado de Steven McQueen no filme "Bullitt", de 1968 e "Um Homem e uma Mulher", de 1967. E, para aqueles que gostam de ronco, segue um pequeno vídeo que, ao assistir, me fez refletir muito numa pergunta: "por que máquinas tão lindas quanto essa deixam de ser fabricadas de uma hora para outra?" Vale ressaltar que grande parte do texto foi escrito pela Juliana Almeida, futura senhora "Mumu Amor" (rsrsrsrsrs).
"O nosso inimigo não é a nossa espécie, mas o sistema em que vivemos. Tornamo-nos insensíveis e consumidores. Limitamo-nos a trabalhar, fazer compras, comer e dormir." [C. G.]
Se na composição de scores, a Grécia tem o excepcional Vangelis como melhor expoente, atrás das câmeras, esse papel cabe a Constantin Gavras.
Nascido no pequeno vilarejo de Lutra Iréas, em 12 de fevereiro de 1933, numa família pobre, passou a infância na península do Peloponeso.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a família se mudou para a capital, Atenas, onde ele terminou os estudos. Mas a vida não foi fácil para a família. Seu pai, membro da esquerda grega durante a Guerra Civil que assolou o país até 1949, foi preso sob acusação de ser comunista.
Mesmo com o fim da Guerra Civil, Constantin se viu perseguido e resolveu se mudar para Paris, estudar Literatura na Universidade de Sorbonne, em 1951. Mas o ambiente literato não o agradava tanto. Assim, em 1956, ele desistiu da Literatura para estudar na Instituto de Estudos Cinematográficos (IDHEC). Após a sua formação, assumiu o nome artístico de Costa-Gavras e começou a trabalhar como assistente de vários diretores, com destaque para Yves Allegret, René Clair e René Clement.
Estreou na carreira de diretor em 1965, com o filme "Crime no Carro Dormitório". Quatro anos mais tarde, ganhou destaque internacional com sua terceira produção, "Z", que denuncia abusos da ditadura militar na Grécia, nos anos 1960. O filme venceu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Depois de algumas produções medianas, foi nomeado, em 1981, presidente da Cinemateca francesa.
No ano seguinte, aceitou o convite do produtor Edward Lewis para dirigir o magnífico "Desaparecido, um Grande Mistério" (seu único trabalho musicado pelo conterâneo Vangelis) nos estúdios da Universal. Responsável também pelo roteiro, o filme acumulou premiações, como a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. A história aborda a ditadura chilena, durante o governo Pinochet.
E, o que era para ser apenas uma passagem rápida, se prolongou por quase duas décadas, tendo fim com o pertubador "O Quarto Poder", em 1997. Quatro anos depois, já de volta à França, foi novamente nomeado presidente da Cinemateca francesa.
Em seus filmes, a temática política é tão constante como a sua análise dos aspectos sociais mais intrigantes que a permeia. É um dos meus diretores favoritos, não por bater incessantemente na tecla política, mas por ser um dos únicos a tratar desse tema de forma tão perfeita que beira o real.
Ainda trabalhando a todo vapor, seu projeto mais recente, Eden à L'Ouest (ainda sem título em português), está previsto para estrear ainda esse ano.
Um pouco influenciado pelas novidades que vêm repercutindo na minha vida nos últimos dias e, seguindo um conselho que posso também chamar de "indicação subliminar" de um amigo, resolvi assistir, ontem, o filme "O Procurado", com aquela perfeição em forma de mulher, Angelina Jolie.
O filme em si não é lá aquelas coisas. Mas o tempo todo, percebe-se a dupla "destino-escolha" como personagem principal da trama.
Acho que já comentei sobre isso aqui no blog, mas não sou do tipo que acredita piamente em destino. Também acredito que algumas escolhas nos são abertas, possibilitando inúmeras alternativas futuras.
Porém, ultimamente, me sinto meio "incapacitado" diante das escolhas que fiz recentemente. E não digo só isso na trajetória da minha vida. Até o ponto em que a minha graduação se encontra tem me decepcionado muito. Seria ótimo se pudéssemos parar o tempo diante de uma grande escolha para enxergarmos as várias possibilidades, pesarmos as variáveis e, a partir disso, tomarmos a decisão que acharmos melhor.
Mas nada é como gostaríamos. Ou melhor, é sim. De maneira indireta, mas é.
No filme que citei, na última frase do protagonista, surgiu uma análise que logo postarei aqui: "O que você tem feito da vida?". Pensem...
H ("Viver é escolher. [...] Cada dia, um caminho diferente." [M. F.])
Em comemoração a esse dia alcunhado de "Dia do amigo" pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro, por sua vez inspirado pela "chegada" do homem a Lua (entre aspas porque há controversias!), trago um Momento Poesia especial com um dos poemas mais belos do inglês William Shakespeare:
Perguntei a um sábio...
Perguntei a um sábio, a diferença que havia entre amor e amizade, ele me disse essa verdade... O Amor é mais sensível, a Amizade mais segura. O Amor nos dá asas, a Amizade o chão. No Amor há mais carinho, na Amizade compreensão. O Amor é plantado e com carinho cultivado, a Amizade vem faceira, e com troca de alegria e tristeza, torna-se uma grande e querida companheira. Mas quando o Amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a Amizade é concreta, ela é cheia de amor e carinho. Quando se tem um amigo ou uma grande paixão, ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração.
(William Shakespeare)
Quero agradecer a todos aqueles que considero muito mais do que amigos, mas verdadeiros irmãos. Vocês (não citarei nomes, porque, com certeza, esquecerei de alguém! rs), seres especiais que me suportam tanto quanto eu próprio me suporto (rs). Posso ser baixinho, careca, barrigudo (aos poucos, está diminuindo! rs), "quatro olhos" e pobre.. mas riquíssimo de amigos.
E, para finalizar, uma das melhores definições que recebi hoje, de uma grande (e velhinha! rs) amiga que me mandou uma mensagem dizendo que "só suportamos aqueles de quem gostamos".
H ("Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro")
"Não sabe representar. Nem cantar.. está ficando careca também. Pelos menos, dança um pouco." [avaliação de um executivo da MGM quando Fred Astaire terminou seu texto para o elenco do filme "Cinderela em Paris"].
Nascido Frederick Austerlitz, em 10 de maio (uma ótima data, diga-se de passagem.. rs) de 1899, em Nebraska, Estados Unidos, começou sua carreira profissional em 1907 ao lado da irmã mais velha, Adele, aos sete anos de idade. A primeira apresentação do casal foi em uma casa de shows de Nova Jersey. Logo seriam considerados a melhor dupla infantil do showbussines, e em 10 anos já haviam conquistado a Broadway, chegando a trabalhar em três números ao mesmo tempo.
Na década de 1930, já sob o nome artístico de Fred Astaire, percebeu que estava na hora de alçar voos maiores. Em 1932, Adele se casou com um aristocrata inglês, e a dupla acabou. Mas Astaire já estava preparado para isso. Há tempos já vinha desenvolvendo um estilo próprio, coreografando seus próprios números.
Mas, não era fácil. Seu estilo era um verdadeiro avanço para a época. Até então, os dançarinos apareciam nos filmes apenas "aos pedaços": os pés, as cabeças e os torsos eram filmados à parte e compostos depois, na sala de edição. Astaire, por sua vez, exigia ser filmado de corpo inteiro. Isso exigia longas horas de ensaios, com repetições feitas passo-a-passo e movimentos de câmera acompanhando a coreografia.
Astaire teve que continuar com seu espírito humilde e muita perseverança para crescer na indústria. E, depois de inúmeras tentativas, conseguiu um papel no filme "Amor de Dançarina", em 1933, atuando ao lado de Joan Crawford. Esse filme também marcou uma das mais soberbas e controversas parcerias: Fred Astaire & Ginger Rogers. Numa frase já muito conhecida do meio, porém, sem autoria reconhecida, diz: "Ele dava classe a ela; ela dava sex-appeal a ele". Uma dupla que apareceu em 10 filmes. Os dois não se davam bem fora das telas, mas possuiam uma química perfeita frente as câmeras, segundo vários diretores e atores que conviveram com a dupla. O último filme que contracenaram juntos foi "Ciúme, sinal de amor", em 1949.
Deixando a dupla de lado, Fred Astaire era um exímio dançarino. Em seus filmes, Astaire conseguiu dar nova emoção a dança, fosse ela banal ou repleta de tragicidade. Sua interpretação enriquecia-se pelo que James Cagney chamava de "o toque do vagabundo". Sempre trajado a rigor, seu charme tornou-se lendário. Não é à toa que o diretor Marcelo Masagão no seu documentário "Nós que aqui estamos, por vós esperamos", o comparou a Garrincha, outro artista com as pernas.
Astaire "aposentou-se" da carreira de dançarino em 1958. No ano seguinte, começou uma trajetória em busca pela interpretação "pura". "A Hora Final" foi o primeiro filme dessa nova fase, que teve como auge o "Inferno na Torre", em 1974, pelo qual venceu o Globo de Ouro e foi indicado ao Oscar® de Ator Coadjuvante. Seu último filme foi "História de Fantasmas", em 1981.
Em 1950, recebeu um Oscar® honorário, por sua contribuição à técnica dos musicais no cinema. Ginger Rogers, claro, foi quem lhe entregou o prêmio.
Ao todo, Fred Astaire atuou em mais de 40 filmes. Ele deixou uma inconfundível marca na história do Cinema e foi um consagrado artista de musicais, shows e TV, cujo sucesso, pouco igualado, virou lenda no cenário artístico. Introduziu inovações coreográficas para câmera que criaram um novo e revolucionário conceito para a dança nos filmes, assim como seu estilo pessoal, um modelo de classe e elegância masculina. Morreu em 22 de junho de 1987, em Los Angeles, de pneumonia.
Como as férias passam rápidas! Tenho menos de duas semanas de descanso e sinto que ainda não fiz metade do que gostaria. Porém, os próximos dias prometem. E é por isso que estou aqui agora. Trago agora algumas dicas de eventos que pretendo participar nesse fim de mês. Espero que vocês gostem.
A primeira dica é cinematográfica. Como um bom estudante de biblioteconomia que sou (rsrs), tenho acompanhado há algum tempo a ideia da prefeitura de São Paulo de transformar as bibliotecas públicas existentes em bibliotecas temáticas. E sobrou para a biblioteca Roberto Santos o cargo de biblioteca de cinema. Pois bem. Como esse é o mês do Rock, a biblioteca preparou um seleção especial de filmes sobre o gênero musical. Entre as várias opções, aqui estão os que destaco:
* Domingo - 19/07 - 18h.
Control (2007): cinebiografia de Ian Curtis, vocalista da banda Joy Division, dirigido por Anton Corbijn.
* Sábado - 25/07 - 15h30 Quase Famosos (2000): jovem de 15 anos, escritor da revista Rolling Stones, tem a matéria da sua vida quando acompanha uma banda em turnê. Dirigido por Cameron Crowe.
Para quem gosta de palestras, literatura fantástica e dicas para publicar um livro, nesse caso, sobrou para a biblioteca temática de literatura fantástica Viriato Corrêa. O evento, Fantasticon 2009 - III Simpósio de Literatura Fantástica, ocorre entre os dias 25 e 26/07. Alguns destaques:
* Sábado - 25/07 - 11h às 13h - Sala Luiz Sérgio Person (101 lugares)
Personagens de fantasia: arquétipos, heróis e anti-heróis: palestra com a escritora Rosana Rios, que discutirá algumas obras de literatura fantástica, comentando transposições para cinema, teatro, televisão e quadrinhos.
* 11h às 13h - Espaço Temático de Literatura Fantástica (40 lugares)
Entrando no mercado literário - o que fazer para publicar seu livro: oficina com os escritores Cristina Lasaitis e Gianpaolo Celli, que darão dicas sobre como apresentar o projeto para a editora e o que fazer depois que o livro é publicado.
* Domingo - 26/07 - 17h - Sala Luiz Sérgio Person (101 lugares)
As histórias desconhecidas de Edgar Allan Poe: palestra com o escritor Bráulio Tavares, que comenta alguns dos mais famosos textos fantásticos de Allan Poe.
Bom, essas são as dicas. Lembrando que, para informações como endereço e telefones das bibliotecas citadas, basta clicar nos links que coloquei nos nomes das bibliotecas.
Amizade é uma coisa engraçada, né?! Quando você menos espera, ela pode aparecer e lhe surpreender de tal forma que deixaria qualquer romancezinho "emo" adolescente com lágrimas nos olhos.
Eu já comentei alguns meses atrás sobre isso, mas numa ocasião bem diferente dessa que vou relatar hoje.
Bom, por onde posso começar? Ah, já sei: no feriado prolongado (pelo menos, aqui em Sampa) recebi uma ligação de três amigos que estão morando no Rio de Janeiro. Estavam me convidando para curtir 3 dias na cidade maravilhosa. Inclusive, o Anima Mundi na sexta-feira. Poxa, fiquei mais que animado! A Bekinha, eu não via desde abril. Mas o Finete e o Platina (a dupla dinâmica! rs), já faz mais de 2 anos!
Porém, tudo que é bom, dura pouco, não é mesmo?! Pois é, infelizmente um problema pessoal, me impediu de viajar.
E, quando já estava conformado com a situação do meu final de semana, em pleno domingo, sozinho em casa, ouço a campainha tocar. Qual não foi a minha surpresa quando vejo, esperando debaixo daquela garoa, os três mosqueteiros cariocas! Quase não acreditei.. parando agora para pensar sobre, é que me vem a mente: devia ter tirado uma foto!
Apesar de não poderem ficar muito tempo, foi ótimo revê-los, saber que serei "tio" e padrinho de casamento "de novo"! Ontem, combinamos de dar um rolê pela "Sampa City in the night", encher a cara em algum barzinho e, lógico, dar muita risada.
Algumas horas atrás, fui com eles até a rodoviária do Tietê. Deu aquela vontade incontrolável de pedir "me leva junto, por favor!". Mas eu me contive. Retrocamos e-mails e fones. Prometemos manter maiores contatos. Voltei para casa me sentindo 9, 10 anos mais jovem.
No caminho, ouvindo minha playlist, também me lembrei de uma coisa que outra amiga (que já mencionei aqui) me disse certa vez: "Felicidade? Já deixei de acreditar há muito tempo. [...] Hoje, eu acredito em momentos felizes." É.. acabei de vivenciar um.
"Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: conservar os velhos." [Elmer G. Letterman]
Dia mundial do Rock! Yeah!! E pode existir dia melhor para os afixionados em boa música, assim como eu?! Bom, antes de entrarmos numa batalha sanguinolenta baseada nessa singela pergunta, vamos mudar o rumo só um pouco: já havia decidido escrever para esse dia magistral. Porém, antes de começá-lo, pesquisando algumas notícias num grande portal nacional, vi uma pesquisa sobre qual o melhor Rock de todos os tempos. Fiquei tentado a clicar e ver a lista de pré-eleitas.
Como esse blog, ultimamente, tem falado muito de música, resolvi fazer um "Top especial", dedicado aos meus solos de guitarra favoritos. E como foi difícil chegar a decisão. Mandei e-mails, consultei a opinião de universitários (ou quase isso!), além de relembrar grandes histórias de como a minha vida se debandou para o "lado negro da música" ao invés de curtir pagodes, sertanojos, axé e demais tendências ao ridículo que nem vale a pena mencionar para não estragar o post.
Bom, chega de enrolar. Vamos ao "Top especial", sete dos meus rocks favoritos e mais um bônus:
Uma pergunta: qual foi o carro que melhor definiu a década de 1950 nos Estados Unidos? Se você tem mais de 60 anos, com certeza saberia a resposta mesmo morando aqui nos trópicos. Agora, se você ainda é tão jovem a ponto de nem se lembrar do Atari, então continue a leitura que logo irá descobrir a resposta para a pergunta.
Em toda a história automobilística ao redor do globo, nem outro carro conseguiu atingir seu ápice e decadência em anos tão próximos como o Chevrolet Bel Air 1957. Foi o queridinho de uma juventude pós Segunda Guerra que detestavam os tamanhos exagerados dos Cadillacs, mas que, ao mesmo tempo, não abria mão da exuberância que os carros da GM traziam. Se pudesse aliar esportividade sem excessos, melhor ainda.
A ideia toda nasceu em 1949, quando surgiram quase que simultaneamente o Cadillac De Ville, o Buick Roadmaster Riviera e o Oldsmobile Ninety-Eight DeLuxe Holiday. Em comum, um teto rígido, sem coluna central e pintado numa cor diferente da do restante do carro. Some-se a isso os vidros traseiros envolventes e voilà.. aí estava a sensação de conversível (e liberdade) que os jovens da época buscavam. Eram os chamados "hardtop". Tudo graças ao projetista Harley Earl.
O sucesso foi tanto que a direção da GM resolveu repassar esse estilo para a Chevrolet, uma das suas divisões de carros de passeio. Assim, em 1950, nascia a série StylelineDeLuxe Bel Air (o nome foi tirado de um bairro residencial luxuoso de Los Angeles). Pois é, o primeiro Bel Air na verdade era a opção "top" de uma série que ainda incluia os "One-Fifty" (150) e os "Two-Ten" (210), uma referência às cilindradas. Porém, essa "desmembração" só ficou evidente em meados de 1953, quando o Bel Air foi promovido à mais completa série da divisão. Além da maior evidência, o Bel Air estava mais gracioso e requintado na aparência. Agora, além do cupê ao estilo hardtop, a série incluía sedãs de duas e quatro portas e um conversível.
O nome estava certo, o estilo cada vez melhor, mas ainda faltava uma faísca capaz de causar entusiasmo no topo de linha da Chevrolet. Numa época em que os fabricantes de Detroit faziam atualizações anuais, o Bel Air teve sua mais relevante evolução em 1955 quando a direção da GM tomou conta que a potência gerada pelos 6 cilindros de seus motores (125cv) já não era o bastante para competir com os concorrentes. Os V8 precisam voltar. E qual foi o escolhido como garoto-propaganda-cobaia para esse retorno triunfal?!
Os fãs do Bel Air agradeceram. E muito. O modelo de 1955 foi fabricado meio a meio: com 6 cilindros e câmbio Powerglide, que geravam 136cv; e os V8, que com carburador quádruplo, chegavam a imprecionantes 180cv de potência.
Mas, ao mesmo tempo que o Bel Air tinha aquele estilo jovem, a Chevrolet queria criar algo para atrair também a família. E, lançou no final daquele ano a perua Nomad. A "família Bel Air" parecia estar completa. E os americanos adoraram as novidades: o modelo 1955 deixou a Chevrolet no topo do ranking do mercado americano, com uma vantagem de mais de 150 mil carros a frente da Ford.
A linha 1956 teve seu aspecto retilíneo reforçado. A frente recebeu grade retangular embutindo as luzes de direção e transbordando as duas extremidades, com uma faixa cromada que acompanhava o pára-choque até as aberturas das rodas. A divisão das cores dos modelos saia-e-blusa agora começava por uma fina faixa pontiaguda, sobre as rodas da frente, até chegar com suave curvatura ao pára-choque traseiro. O bocal do tanque vinha atrás da lanterna esquerda. A perua de quatro portas para até nove ocupantes foi batizada de Beauville.
Mas o melhor ainda estava por vir. A ideia era dar ares de Cadillac ao Bel Air. E o modelo 1957 reproduz para muitos em forma de automóvel a quintessência de sua época e de seu país. Lá estavam os rabos-de-peixe, o pára-brisa panorâmico, a pintura saia-e-blusa e os muitos cromados. O motor V8 entregava até 283cv na sua versão mais robusta. Um sonho. O conforto também era outro ponto forte: o cliente podia optar por ar-condicionado, direção hidráulica, rádio, controle elétrico dos vidros e bancos e até um barbeador elétrico (rs).
Contudo, em 1958, com a chegada da divisão Impala, o Bel Air foi perdendo atenção pela direção da Chevrolet. O primeiro nome da marca a criar uma forte empatia com o público merecia um tratamento melhor. Ele continuou sendo fabricado, como uma sombra do Impala, até 1975 nos Estados Unidos e, até 1981, no Canadá.
Muitos se referem ao Bel Air 1957 como "o Chevy clássico". Nunca antes nem depois dele (à parte o Corvette) um Chevrolet significou tanto em termos de estilo, desempenho, carisma e sintonia fina com seu tempo. Passados 50 anos deste modelo lendário, é impressionante a força da imagem desse carro.
''Eram os meus personagens que saíam atirando por aí. Eu pessoalmente nunca dei um tiro em ninguém''. [C. E.]
"Eu gosto do Clint Eastwood porque ele tem somente duas expressões faciais. Uma com o chapéu e outra sem ele." [Sérgio Leone]
Clinton Eastwood Jr. nasceu em São Francisco, Califórnia, em 31 de maio de 1930. Durante sua adolescência, morou em Piedmont, uma pequena cidade da Califórnia, e em 1949, realizou seu sonho de se formar na Universidade de Oakland. Após o término da faculdade, trabalhou como atendente em um posto de gasolina, foi bombeiro e tocou piano em um bar.
Sua carreira como ator começou ainda na década de 1950, fazendo pequenas aparições em filmes pequenos. Em 1958, ele conseguiu seu primeiro papel oficial no filme, "Ambush at Cimarron Pass", o qual considerou um filme muito fraco.No ano seguinte, ele trabalhou com James Garner em um episódio da série "Maverick". Após isso, Eastwood se dedicou somente a trabalhar na TV com a série de western "Rawhide", na qual interpretava o personagem Rowdy Yates (que Eastwood, na época, descreveu como "O idiota das Planícies").
Sua sorte mudou quando os produtores italianos Arrigo Colombo e Giorgio Papi viram naquele homem alto, magro e meio caladão o tipo ideal para estrelar ''Por um Punhado de Dólares'', filme que iria iniciar um novo gênero no cinema: o ''western spaghetti''. Também conhecido como bang-bang à italiana. Sob a direção de Sérgio Leone, Clint vestiu-se de preto e encarnou um pistoleiro solitário, um personagem sem nome que não pensava duas vezes para fazer justiça com as próprias pistolas. O sucesso foi tanto que ''Por um Punhado de Dólares'' teve mais duas continuações: ''Por um Punhado de Dólares a Mais'', em 1965, e ''Três Homens em Conflito'', de 1966.
Em pouquíssimo tempo, Clint chegou à condição de astro e voltou aos Estados Unidos para filmar muito: mais de 40 filmes na fase ''pós spaghetti''. Dentre vários papéis, posso destacar o durão policial-personagem Dirty Harry.
O que ninguém esperava era que Clint fosse se transformar no diretor extremamente sensível de hoje. Dirige muito bem dramas. Depois de fundar sua própria produtora, a Malpaso, como uma resposta direta a um famoso produtor de Hollywood que aconselhou Clint a nunca abrir uma empresa de cinema, começou a produzir seus próprios filmes e destacou-se por quase todos serem de orçamento baixo. Ao longo dos anos, desenvolveu relações com outros diretores e produtores. Clint prefere trabalhar sempre com a mesma equipe de produtores, editores e técnicos. Tem uma longa relação com a Warner Bros., estúdio que financia a maioria de seus filmes. Mesmo assim, em 2004, Eastwood declarou ao The New York Times que tem certa dificuldade para fazer a Warner aceitar alguns de seus projetos, como aconteceu com "Menina de Ouro".
Eastwood tem conquistado grandes elogios dos críticos como diretor. Nos últimos 20 anos, tem se mostrado o diretor mais versátil e atuante que existe. Desde "Bird", em 1988, até o ainda inédito "The Human Factor", marcado para estrear esse ano, Clint nos mostra que um bom filme não precisa ser baseado só em efeitos especiais ou orçamentos astronômicos. Bastar ter um bom roteiro, uma boa equipe e um vocabulário limitado a simples "ok", "ação" e "corta".
Com o mesmo estilo durão que o consagrou em seus westerns, Clint Eastwood é capaz de tirar de seus atores, em pouco menos de duas horas, choros e risos, lágrimas e sorrisos, interpretações sensíveis e vazias. A trilha sonora de seus filmes mais recentes é um capítulo à parte. Emocionante, muitas vezes inspiradas em seu grande ídolo, Ennio Morricone.
Alguns de seus filmes (como diretor!) que eu recomendo:
Num distante post, fiz uma crítica sobre o filme Anjos e Demônios, do Ron Howard. E cheguei a comentar que, ao assisti-lo, me senti tentado a escrever sobre algo que nunca trato como um assunto pertinente. Bom, depois de enrolar por quase dois meses, é chegada a hora.
Eu sou descendente de uma família muito religiosa. Desde pequeno fui levado a crer que essa poderia ser uma das possibilidades de futuro ganha-pão. Com 8 anos, fui forçado a fazer minhas primeiras aulas de catequese. Como não gostava muito da professora (uma chata de galocha!), informei meus pais sobre a minha decisão de desistir daquilo. No início, eles aceitaram numa boa. Mas, foi apenas como um adiamento.
Por morar num bairro pequeno e afastado de todo o restante da civilização (mais ou menos como hoje.. rs), qualquer evento realizado por lá girava em torno da igreja, ou como sede do tal evento, ou com o apoio dela. Logo, eu podia dividir os meus amigos em duas categorias: aqueles que conheci na escola e encontra de vez em quando na igreja; e aqueles que conheci na igreja e os encontrava na escola. Fiz grandes amizades dessa forma, pouco vigentes hoje em dia, porém muito importantes.
Acho que meus pais tinham os sábados à noite e os almoços de domingo como momentos sagrados para a união da família. Se eles resolviam ir à igreja, então todos devíamos ir também. E continuou assim mesmo com a mudança de cidade. Uma pena eles não saberem que tudo que é forçado, cansa. E, às vezes, com muita rapidez.
Assim que terminei as aulas de catequese, concluindo a Primeira Eucarístia, e como o ganho significativo de conhecimento graças a idade, comecei a bolar planos para sabotar esses encontros familiares que, com a mudança de cidade, se tranferiram para as manhãs de domingo. Logo começaram os conflitos e batidas de frente com os meus pais.
E eu não os culpo pelo que estavam tentando fazer. Afinal, eles tiveram pouco ou nenhum estudo, ambos sendo criados por "substitutos" de seus pais. Dessa forma, acho que eles sempre imaginavam que uma família unida tinha que ser baseada nos alicerces de alguma religião (no nosso caso, na Católica Apostólica Romana).
Mas eu não desisti totalmente das nossas idas à igreja nessa época. Foi depois de assistir o filme Stigmata e, depois de algumas pesquisas minhas para a escola, descobrir que a Bíblia, na verdade, foi escrita por várias mãos e mentes, cada uma modificando a história conforme a própria vontade. Junte a isso, saber que a Igreja (maiúsculo por se tratar da instituição) não se pronunciou contra a escravidão (que só acabou porque a Inglaterra precisava de assalariados para comprarem seus produtos industrializados) e nem na época do nazismo.
Simplesmente assim, deixei de acreditar nessa instituição. Por que acreditar que preciso de alguém para emediar minhas conversas, perguntas, agradecimentos e pedidos a Deus?! A religião só se tornou mais um meio de fulano se mostrar mais poderoso do que ciclano, "porque o meu Deus é mais poderoso que o seu!". Nossa, quantas vezes ouvi essa frase!
Respeito a religião de todos, desde que a minha escolha por uma "crença" sem necessidade de uma religião propriamente dita seja igualmente respeitada.
Para finalizar, digo isso: acredito em Deus, em algo maior que criou e rege tudo e todos. Continuo fazendo minhas orações todas as noites. Porém, uma coisa que "exerço" muito mais agora é o fato de não olhar mais para o céu e pedir por algo inalcansável. Foi uma coisa que o Michel me ensinou: "Somente os invejosos pedem. Os espirituosos agradecem por tudo que lhes é dado porque sabem que conseguiram exatamente o que precisavam".
Se tem uma coisa que me fascina tanto numa película quanto a reputação de quem a conduz e/ou os compassos de sua trilha original, são as músicas escolhidas para compor seu repertório. Quem entende, sabe bem que não estou falando de música instrumental. Não. Estou me referindo a música mesmo, "cantada", com vocal, guitarra, bateria, baixo, piano, gaita e o que mais vier a cabeça.
Pensando nisso há mais de 2 meses, resolvi criar esse Top especial. O título completo seria "Top 10 músicas favoritas que foram trilha de filmes e se destacaram mais do que eles". Realmente, só eu mesmo para pensar num título desse para um post musical.
Porém, antes de relacionar os eleitos, vamos as explicações (vocês pensaram mesmo que eu ia deixar passar em branco?! rs): 1o) resolvi deixar filmes-musicais de lado, por motivos óbvios; as canções não, obrigatoriamente, deveriam ser criadas exclusivamente para o filme; senão, a lista seria só com musicais; 2o) cada filme não poderia ter duas ou mais músicas na lista, por melhor que elas fossem; 3o) assim como no passo anterior, cada banda/artista não poderia aparecer na lista duas ou mais vezes, por mais difícil que fosse a escolha; 4o) a listagem será relacionada por ordem alfabética, não indicando, dessa forma, um ranking musical; 5o) e, por último, ela terá uma sequência em breve, reflexo do tamanho que a lista preliminar tomou (quase 40!).
Bom, explicações dadas, então vamos as selecionadas:
Accidentally in love - Counting Crows: trilha do segundo filme sobre o ogro Shrek, foi indicada ao Oscar de Melhor Canção em 2005. Depois do sucesso do primeiro filme, várias bandas se ofereceram para compor o tema de amor em Shrek e a princesa Fiona. E essa foi a escolhida (uma ótima escolha, aliás).
Brighter than sunshine - Aqualung: essa foi difícil. Eu tinha uma outra música em mente, também desse filme ("De repente é amor"). Contudo, fiquei com essa por causa da letra e a sonoridade do piano.
Eye of tiger - Survivor: quem nunca se sentiu inspirado a dar uns socos no ar ouvindo essa música?! Uma das poucas coisas boas que a dupla trilogia do Rock Balboa nos deixou.
Heroes - The Wallflowers: tal pai, tal filho. Nada como ser peixinhos de ninguém menos que Bob Dylan! Jakob, vocalista da banda, apesar de não declarar publicamente, parece que aprecia tanto o trabalho do paizão, que resolveu regravar um de seus sucessos para o filme "Godzilla" de 1998. Tinha outras duas músicas também desse filme que eu estava em dúvida. Só escolhi essa porque acho que a regravação ficou melhor que a original (desculpa, Bob!).
I don't wanna miss a thing - Aerosmith: sem comentários. Uma das minhas bandas favoritas. O filme "Armageddon" é uma merda, mas a música é de chorar de tão boa.
Life is a highway - Rascal Flatts: essa música conseguiu um fato interessante (eu disse interessante e não inédito!) até então: foi trilha de dois filmes! Mas ela está aqui pela animação da Pixar "Carros".
Painted on my heart - The Cult: para um filme repleto de belas máquinas (Jolie incluída! rs) como "60 segundos", essa música não deixa nada a desejar.
Streets of Philadelphia - Bruce Springsteen: uma grande dúvida! A mais recente dele, trilha do filme "O Lutador" é muito boa. Mas essa que foi trilha do filme "Filadélfia" e ganhou o Oscar de Melhor Canção em 1993 tem uma tocada característica que, mesmo se fosse só instrumental, qual cinéfilo logo diria "ah, essa é trilha daquele filme com o Tom Hanks, não é?!".
Tiny Dancer - Elton John: uma das melhores partes do filme "Quase Famosos" é justamente quando essa música toca. Aliás, quando ela é cantada por toda a trupe dentro do ônibus. É de arrepiar!
You know my name - Chris Cornell: nunca cheguei a assistir toda a saga do 007. Mesmo assim, sei que essa é a trilha que falta para o agente número um de sua Majestade. Uma música a altura do filme "Cassino Royale".
Até o fim desse mês, tem a sequência. Bom proveito.
Dois meses! Isso é tempo demais para escrever a continuação de um dos quadros que mais gosto nesse blog. Porém, além da falta de tempo, também posso culpar a vontade de não falar sobre um livro antigo e/ou lido há muito tempo.
Agora, com o fim do semestre (mesmo com a greve terminando) da faculdade e as férias do trabalho, aproveitei para tentar diminuir minha pilha de obras literárias. No ritmo que estou indo, talvez consiga por fim antes de completar 50 anos.
Mas, como é de praxe nesse quadro, vamos ao momento flashback:
Depois de ler o livro da minha vida, que inclusive já foi uma das dicas desse quadro, juro que fiquei meio sem rumo sobre o que ler dali em diante. Mas, como aconteceu com os autores Dennis Lehane e Markus Zusak, resolvi que leria o novo livro do Carlos Ruiz Záfon assim que ele saísse.
Um mês e meio atrás, uma amiga que está trabalhando no Rio de Janeiro, me alertou sobre a publicação da mais nova aventura literária do escritor espanhol. Infelizmente, por problemas financeiros, só consegui comprá-lo há três semanas.
"O Jogo do Anjo" (El Juego del Angel), tem sua trama na mesma Barcelona de "A Sombra do Vento". Porém, se desenrola antes desse. Tem como alvo principal o jovem David Martín, um escritor promissor cansado de desperdiçar seu talento num jornal de quinta categoria da cidade. Depois de escrever vários folhetins seriados sobre o título de "A Cidade dos Malditos", Martín se vê envolvido com uma pessoa misteriosa que o contrata para escrever algo totalmente novo e de impacto nunca antes visto. Muitos dos pontos de referência utilizados pelo autor no seu primeiro romance também se fazem presentes nesse.
Tenho que confessar que foi um dos livros que mais me perturbou. Nem mesmo Stephen King conseguiu tal feito. Mas o recomendo porque, da mesma forma que me foi perturbador, também foi um dos poucos me fascinou tanto. Comecei a lê-lo na semana passada, minha última de trabalho. E, por mais de uma vez, me peguei lendo-o até à 1h da madrugada (detalhe: eu acordava às 5h para ir trabalhar).
Para quem gostou do primeiro livro lançado no Brasil do Carlos Ruiz, indico. Para quem gosta de histórias de amor "disfarçadas", indico. Enfim, indico para quem, assim como eu, costuma viciar-se rapidamente numa leitura.
Aqui um vídeo que encontrei sobre o livro no Youtube:
Não tenho motivo nenhum para mentir e/ou me iludir: jáfui porteiro de prédio residencial. Com muito orgulho, diga-se de passagem. Durante três anos! Adorava aquele ambiente. Lembro-me até hoje como foram aqueles primeiros meses. Uma delícia! Tudo era novidade para mim. E, mesmo assim, parecia que eu tinha nascido para aquilo, tamanha era a facilidade para com tudo.
Lá, naquele lugar mágico, cresci como ser humano de tal maneira difícil de imaginar em qualquer outro ambiente. Fiz amizades sinceras e aprendi coisas que convivem com o meu mundo até os dias de hoje.
Pois bem. Hoje, como estou puto da vida com essa merda de PC que resolveu travar de vez (na verdade, foi o Windows que travou e estou tendo que me adaptar ao Linux), resolvi fazer uma visita que há muito tempo devia para uma dessas pessoas que só de estar ao lado já te enchem de inspiração.
Como foi bom revê-la, bem como tantas vezes desejei que ela ficasse. Rir das mesmas coisas que ríamos anos atrás. Relembrar fatos e personagens. Brincar com a imaginação, prevendo um mundo feliz sem isso e/ou aquilo outro.
Na minha atual fase melancólica, serviu de paraquedas, adiando um pouco mais a minha viagem rumo o fundo do poço (seria cômico, se não fosse trágico!).
Despedi-me dela com aquele comichão no peito, uma vontade louca de poder voltar no tempo, de ter novamente 22 anos, entrar como se fosse a primeira vez por aqueles portões para, só agora me dando conta, me divertir ao invés de trabalhar. Tive sorte de estar chovendo, assim, não precisei me preocupar com lágrima nenhuma para enxugar.
Uma das suas frases durante a nossa conversa, me inspirou de tal forma que, assim que refletir melhor, escrevei um post sobre ela. Da maneira mais pura que assim merecer. Mas isso, fica para depois..
H (vende-se 4 anos de tristezas.. aceito VT e VR.. rs)